Comportamento
Chora Que Eu Te Escuto
28 out 2020, 28 comentários

Chora Que Eu Te Escuto!

Teremos casos eternamente? Acho que sim rsrsrs. Vamos lá!

Chora 01 – Bruxa

Oi Cony! Tudo bem? Acompanho seu trabalho há bastante tempo e agora senti a necessidade de buscar opiniões do Chora. Você tem propósito de vida? Do tipo acorda feliz porque vai fazer aquilo que ama, que enxerga crescimento, que não importa chuva ou sol você vai cumprir suas atividades feliz? Isso que estou pensando há alguns meses. Qual o meu, quando as pessoas sabem que encontraram o propósito? Imagino que comecei a pensar nisso por causa da quarentena, pois vi minha rotina ir pro ralo, e justamente eu fazia uma rotina tão cronometrada para não ter tempo a pensar “na vida” (tipo auto sabotagem). Hoje não consigo ficar a toa, descansar, simplesmente largada num canto. Sempre penso que deveria estar fazendo algo, produzindo, buscando algo maior, mais significativo, e ao mês tempo me sinto triste por não conseguir nada disso. Comecei terapia por conta do trabalho (aquela coisa que já passou pelo Chora, chefe autoritária, tudo é pra ontem, se não faz do jeito que ela quer você é lenta e burra, já falou abertamente numa reunião que prefere somente duas pessoas do time, enfim, totalmente sem gestão de pessoas). Me pego pensando em tudo isso, em tudo que não está bem durante o meu hobbie (pedalar) e isso não deveria acontecer, deveria ser o momento de desligar de tudo e curtir a atividade que amo. Enfim, vou levar esse aspecto também pra terapia, mas queria saber, o que fazer pra sair desse mar de tristeza, de que tudo tá mal, desandando, sem reconhecimento, sem suporte, sem o tal do propósito, sem algo pra se apegar e viver a vida e não simplesmente existir?

Menina, não serei boa pra te responder isso porque eu AMO o que faço, sou extremamente feliz com meu trabalho, com o reconhecimento, satisfeita com o que ganho (sempre dá para ganhar mais, melhorar, mas não posso reclamar de nada), tenho a vida que sempre quis ter e não me imagino fazendo outra coisa. Quando percebi isso? Quando larguei um emprego que não me fazia feliz pra me dedicar ao que amava. Claro que no início senti medo, achei que não daria conta de viver de blog, internet e afins mas graças a Deus só cresci e nem me imagino trabalhando no que fazia antigamente, parece que não era eu, ou que estava a espera dessa transição. Acho que o segredo é fazer o que se ama, estar atenta para as oportunidade e não subestimar os sinais… mas sei o quanto isso é difícil em geral, só sei que, se a gente não tiver coragem de se jogar no que realmente preenche e satisfaz, a vida passará e nunca saberemos o que poderia ter sido. O meu problema atual é que trabalho muito, o tempo todo e vivo pensando em coisas novas, meu lazer foi zerado mas não acho ruim… só que é ruim sabe? Eu não acho, mas inconscientemente eu preciso de uma pausa… enfim, também estou na terapia mas para aprender a desacelerar, acho que todos precisamos disso e sim, leve seu questionamento pra terapia, vai te ajudar muito!

Chora 02 – Caveira

O meu chora é com relação às minhas amizades. Eu sou o tipo de pessoa mais introspectiva, demoro a formar amizades verdadeiras. Normalmente, sinto que fico mais na área do coleguismo mesmo. 
Mas mesmo assim, formei um grupo sólido de amigas, ao todo somos em 04 mulheres. A questão é, desde que a pandemia – e consequentemente, a quarentena – começou sinto que elas desapareceram. Às vezes uma simples mensagem leva dias para ser respondida, isso quando é respondida. 

Entendo completamente que todo mundo tem seus afazeres pessoais e não pode viver 100% em prol do outro. Mas, no nosso caso, apenas eu trabalho em tempo integral e mesmo assim tenho tempo para responder, lembrar dos aniversários, comprar presentes e até festa online surpresa eu planejei. Acho que o mínimo de uma amizade é demonstrar carinho.
Todavia, não sinto reciprocidade, sabe? Parece que me esforço sozinha para manter a amizade. Se eu não incentivo encontros (mesmo os via internet), eles simplesmente não acontecem. Inclusive, quase sempre tem uma que desmarca, sem demonstrar interesse em marcar para outro dia.
Recentemente duas das amigas começaram um relacionamento (não entre si), então entendo que também queiram passar tempo com os namorados. Mas já perdi uma amizade muito querida por ela viver 100% em função do namorado, somente me procurando para falar de problemas no relacionamento  e nada mais.
Com esse grupo sinto que as coisas tem seguindo a mesma dinâmica, sempre que elas têm algum problema elas jogam no nosso grupo, mas quando sou eu, elas não respondem ou só dão respostas padrão.
Dei alguns toques, falei que estava achando elas afastadas, mas nada mudou muito. Eu já comecei a me afastar e não estou mais respondendo todas as mensagens como fazia antes, apesar de considerar isso mesquinho.
Fico triste porque, como eu disse, não tenho o costume de ter amizades muito profundas, fora uns 2 outros amigos, minha mãe e meu namorado, sinto que não tenho com quem conversar. Principalmente assuntos de mulher.

Sei que as pessoas precisam aprender a viver sozinhas, mas uma ou  outra amizade não machuca, né? Então queria saber se mais alguém passou por isso nesse período e considerou completamente normal ou se realmente não é algo comum. Será que tem como reparar a situação melhor só seguir em frente?

Acho que todo mundo está meio assim durante a pandemia, inclusive eu sou a amiga que sumiu e mal respondo mensagens. Sério, assumo! Minha rotina mudou tanto, tô tão imersa no meu mundo/casa, cheia dos afazeres domésticos, tenho o marido do lado o tempo todo pra conversar, que sinto que me afastei do mundo real sim. E não é por mal ou por ter acontecido algo interno, acho que é efeito da pandemia mesmo, as pessoas começaram a se saciar mais “internamente”… Continue fazendo o que sempre fez e não cobre tanto os outros, com o tempo você vai ter a resposta sobre suas amizades… Mas não fique achando que foi algo que você fez, que é por sua culpa, ou que tem algo estranho. Geralmente não tem NADA mesmo! E se você já falou que tá sentindo elas afastadas e pouca coisa mudou, fique na sua. Amizade não se força!

Chora 03 – Fantasma

Nunca tive muitas chances no amor enquanto adolescente. Sofri todo tipo de bullying com relação ao peso, a minha raça etc. 
O primeiro cara que me pediu em namoro demorei pra aceitar, porque insistia tanto que não parecia real. Quando aceitei durou pouco. Ele me traiu, na primeira oportunidade e com uma conhecida do nosso grupo de amigos.
Por causa dessa decepção, me enchi de autoestima e coragem e mudei até de país. Quis começar uma vida Nova. Tive vários rolos e toda vez que minha vida amorosa parecia que ia dar certo, acabava…ou era por causa de amigos, ou por ex namorada que aparecia grávida, ou por que afinal ele era casado, teve uma vez que nem houve explicação. Simplesmente acabou o amor.
Passado uns meses da última decepção, conheci um homem. Que em tudo era perfeito pra mim. Na conquista, na vontade de estar juntos, no carinho tudo. Ouvi pela primeira vez um sincero eu te amo. Ficamos noivos. Durou 4 anos. E em 2012 ele morreu. Sofri, fiquei doente e me traumatizou muito. Depois de um tempo resolvi ouvir a voz das pessoas ao meu redor e segui em frente.
Voltei ao zero, rolos sem futuros. E me apaixonei 2 vezes. Esse último terminou comigo no final de semana. Motivo: tudo o que eu fiz por ele, todo o amor que eu dei e demonstro ele interpretou como se eu jogasse na cara dele alguma coisa. Tudo q eu falei ele entendia como indireta. Quando era na brincadeira. E muitas coisas que ele falou p mim e me ofendia eu deixava passar. Ele me colocou pra fora da casa dele no meio da noite. Resultado…estou sofrendo horrores.
Quando o amor é demais? Devemos demonstrar amor? Quem ai gosta desse joguinho de vou deixar ele gostar mais de mim que eu dele? Não é suposto um casal gostar, se respeitar e superar discussões?
To perdida, decepcionada e desesperada. A vida passa tão rápido…só desejo ser feliz e sentir amor de volta, que dure mais tempo de preferência.

Já te adianto uma coisa, se tem joguinho é bem provável que dê problema em algum momento. O amor é leve, é natural, é recíproco, é na mesma intensidade, é tranquilo, não te faz sofrer, não te faz chorar e nem te faz duvidar. Se o “amor” te força a ser algo que você não é, se te força a falar coisas que você não falaria, se te força a sempre ter que se explicar ou pisar em ovos, não é amor. Sinto te dizer, mas muitas vezes a carência nos faz enxergar amor onde ele não existe. O amor também não tem que ser demonstrado o tempo todo pra ser visto, não se mede, não se compara, ele apenas EXISTE! E você vai saber quando o amor é de verdade quando perceber que tem alguem ao seu lado que te aceita exatamente como você é, que te respeita, que te ouve, que te apoia, que não te pressiona, que te admira e ainda é seu parceiro e companheiro. Existe isso? Existe SIM, mas isso acontece naturalmente, não é cobrado nem forçado, é NATURAL. A única coisa que você pode fazer enquanto não encontra isso em outra pessoa, é encontrar o AMOR EM VOCÊ MESMA. Ou seja, se respeite, seja sua melhor parceira, sua maior incentivadora, queira seu bem, se mime muito, se trate como uma princesa. Quando a gente está cheia de amor proprio, ele transborda e quem perceber vai te valorizar e te tratar como você mesma se trata. Fica bem e cuidado com a carência, ela é nossa pior inimiga.

  • Choras abertos amiguinhas! Mandem seus desabafos, suas dúvidas, seus medos, suas indagações para constanza@futilish.com e no assunto coloque CHORA QUE EU TE ESCUTO! Sua identidade será preservada viu? E TÁ CHEGANDO O HALLOWEEN!
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28 comentários em “Chora Que Eu Te Escuto!”
  1. Camila28/10/20 • 17h17

    Cony, que comentário maravilhoso você fez para a Fantasma! Nós precisamos mesmo de muito amor próprio, não se diminuir e nem aceitar migalhas de afeto apenas para estar em um relacionamento.

  2. Patricia28/10/20 • 20h37

    1) acho q o seu trabalho não é profissão. Faça um retiro de silêncio, dez dias sem falar, ler, ouvir, sem comunicar com o olhar, diminuindo o barulho dos pensamentos. É bastante libertador principalmente para alguém cronometrada como vc.

    2) Todo grupo tem uma chata, cuidado para não se tornar ela.

    3) Calma vai dar certo em algum momento!
    Amor nunca é demais. Quanto mais ele te mima mais tu mima ele. Mas ele primeiro e depois vc senão pode parecer carência. E ninguém aguenta gente carente, desesperada, q fica sempre em cima.
    Ah e sobre discussões, acho um saco, acredito q menos discussões fortalecem a relação do q barraco o tempo todo. Sabe, gente q sempre quer “resolver” alguma coisa, vai encher o saco do bode.

    • bru30/10/20 • 11h18

      Concordo com vc. Eu sou a chata do meu grupo. kkkkkkkkkkkkkkkkkk

  3. Patricia28/10/20 • 20h39

    ***seu problema não é sobre profissão

  4. Patricia28/10/20 • 21h29

    Aí chorei com as palavras da Cony para o último chora. Foi lindo, foi como um abraço de amiga. Eu passei pela mesma situação do chora e estou nesse processo de me amar, me cuidar, me encher de mimo!

  5. Manu28/10/20 • 21h55

    Bruxa, já ouviu falar de Psicologia Positiva? Ela estuda cientificamente o que dá certo, quais os aspectos que fazem uma vida mais feliz, e estuda muito o que é propósito e como vc pode encontrá-lo na sua vida. Dê uma pesquisada nisso, talvez vc encontre uma forma mais leve de encontrar o seu propósito!

  6. Mimi28/10/20 • 22h03

    Chora 1: siga o @saulopbarbosa pra tirar da cabeça essa ilusão de propósito. A vida é onde você está agora, faça bem o que tem que ser feito, não se perca em pensamentos e divagações. Se algo maior vier disso, ótimo, mas não se prenda achando que a felicidade vem em um pacote pronto.

    Chora 2: me identifiquei muito com você, sou sempre a amiga que ouve, que ajuda, que pergunta, que se preocupa. Quando sou eu quem precisa, cadê? Estou trabalhando isso, mas nem sempre é fácil. Sempre fui de poucos amigos, mas de um tempo para cá, (desde muito antes da pandemia, inclusive) tenho me sentido mais feliz sozinha, cuidando da minha vida do que desperdiçando minhas energias com pessoas que dizem que me adoram mas na real mal lembram que existo. Se quiser conversar podes pedir meu contato para a Cony

    Chora 3: Concordo com as palavras da Cony. Quando for amor você vai saber. Não tenho mais paciência para joguinhos e pessoas artificiais.

  7. Lana28/10/20 • 22h45

    Chora 1: as vezes me sinto assim… sabe o que eu faço? Me desafio. Começo uma atividade nova, traço uma meta para algo que quero alcançar. O que move a nossa vida é o desejo, seja ele qual for: ganhar mais dinheiro, viajar, aprender um idioma novo, emagrecer, casar, ter um filho, redecorar a casa, montar um negócio, trocar de carreira, um milhão de possibilidades. Pense em algo que vc deseja realizar, se desafie, faça desse seu novo propósito.

    Chora 2: Tá todo mundo meio fora de órbita com essa confusão toda de pandemia, vacina, lockdown. Provavelmente não existe nada de errado com vc, mas sim com elas mesmas. Talvez estejam num momento de introspecção, de se voltar mais pra dentro de se conhecer, lidar com seus próprios medos e frustrações. Confesso que tb passei por uns momentos assim nessa quarentena. Vc já fez a sua parte, continua agindo normalmente e observa como as coisas vão seguindo. Não sei sua idade, mas a tendência tb é o nosso grupo de amigos ir diminuindo cada vez mais, é natural. Minha mãe sempre me diz que é mais fácil achar um amor do que um amigo realmente verdadeiro. Talvez seja verdade mesmo…

    Chora 3: tenho nem o que acrescentar a cony falou tudo. Amor próprio em primeiro lugar!

  8. Mariana28/10/20 • 22h49

    Encontre amor em você mesma ❤️ essa frase deveria nos acompanhar durante toda a nossa vida!!! Como as vezes é difícil, né? Nos amarmos acima de qualquer coisa, acima de qualquer decepção ou expectativa frustrada.

  9. Bia29/10/20 • 00h31

    Cony, me identifiquei muito com sua resposta pro Chora 01! Já passei pela faculdade de Turismo, estou concluindo a faculdade de Direito (que por sinal, adoro!) mas sinto que minha verdadeira paixão é trabalhar com a internet! Mesmo não tendo um instagram cheio de seguidores, é isso que me faz feliz! A parte ruim é que pra mim tem sido muito, muito difícil! Na maioria das vezes não tenho apoio nem dos amigos, que sequer curtem meus posts!

  10. Priscila29/10/20 • 06h59

    Para o caso 2: eu sempre fui a amiga que tava indo atrás dos meus amigos, ligando, enviando mensagem, querendo saber como estão as coisas e fazia isso desde a adolescência. E percebia que era somente eu a fazer isso e sempre ouvia do outro lado: ah minha vida está muito corrida, mas que bom que você não liga pra isso, que vc tá sempre vindo atrás, que você lembra dos aniversários, nossa amiga esqueci de te mandar mensagem no seu aniversário, mas ainda bem que vc sabe a amiga desligada que vc tem, etc… E isso foi chegando em uma fase que simplesmente me cansou pq comecei a pensar: meu dia tem 24 horas iguais ao de todo mundo, pq eu encontro tempo (e eu não me considero uma pessoa organizada mas procuro sempre montar listas pra me organizar com essas coisas) e os demais não? Comecei a sentir que eu estava sempre em baixa nas listas de prioridade e eu simplesmente parei de ir atrás de absolutamente todo mundo. Parei. Larguei mesmo de mão. Meu telefone está a disposição de todos, é o mesmo número faz 15 anos, meu e-mail é o mesmo, trabalho na mesma empresa também tem 15 anos e moro no mesmo lugar a 20 anos, logo quem tiver interesse sabe muito bem onde me procurar. Sinto falta de amizades? Sim. Mas como eu tenho meus primos que somos próximos desde a infância, tenho dado mais atenção a eles e é recíproco.
    Já me questionei muito o que eu fiz pra ser colocada em segundo plano mas parei de questionar e eu coloquei as pessoas nesse mesmo lugar e garanto: tô muito mais feliz desse jeito. E as amizades? Continuam não me procurando.

  11. Fabiane29/10/20 • 07h39

    Arrasou na terceira resposta cony
    Um tapa na cara

  12. Izabella29/10/20 • 11h02

    Cony, preciso te dizer que hoje vc está inspirada, o que foi esse último chora? hahahah
    Para o caso 2, também me afastei de amigos, um pouco antes da pandemia, e sofri bastante. Hoje o tempo deu uma amenizada e estou mais tranquila. Me apeguei aos meus pais, irmão, cunhada e sobrinhas, bem como a Cony disse, “voltamos para o interno”, e isso também é ótimo. Amizade não se força e aprendi isso a duras penas. Esteja com quem quer estar com vc, com quem se esforça também e faz questão. De resto, vale aquela máxima, aproveite sua própria companhia.

  13. Leilyane29/10/20 • 11h21

    Não vim especificamente pra falar dos choras, mas dos seus comentários Cony. Cada dia melhores! Especialmente esse último, podia virar mantra… Ou poema. Coisa mais linda e mais verdadeira. Pra mim foi exatamente assim: encontrei o amor justamente quando não estava procurando nos outros. Quanto vai durar? Não sei! Só espero nunca esquecer o quanto tem válido a pena.

    • Constanza29/10/20 • 17h05

      obrigada 🙂

  14. Bruna29/10/20 • 13h26

    Chora 01
    Oi!
    Acho importante você ver o que é que pode te trazer essa plenitude
    As vezes não necessariamente está no trabalho
    Pode ser em algum hobbie que vc tem, pode ser algo espiritual
    Agora, se for no trabalho, tente buscar o que vc gosta e comece aos poucos
    E terapia é sempre uma boa ideia! Boa sorte!

    Chora 03
    Joguinho é coisa de criança. Uma relação real e madura não tem isso. Se vc ver que é isso que está rolando, saia fora. E fica calma! Logo vem a pessoa certa!

    Chora 02
    Te entendo demais
    Acho que as pessoas andam bem negligentes com a amizade
    Largar a pessoa falando sozinha no WhatsApp virou algo normal (sendo que fazer isso pessoalmente não é legal)
    Acho que cada um tem sua vida, mas atitudes assim não se justificam
    Eu ando repensando demais minhas amizades recentemente por vários motivos, e negligência é um deles
    Dois casos extremos:
    – uma amiga que tenho sentido que só me procura quando precisa. Uma outra amiga, ano passado, estava morrendo. Mandei mensagem pra essa amiga quando descobri que a doença não tinha mais jeito. Ela visualizou e foi me responder mais de um dia depois.
    – uma amiga teve um bebê agora que nasceu com uns probleminhas. Está há mais de dois meses na luta com o neném e, mesmo assim, me pergunta como eu estou, procurou umas roupas dela pra me emprestar pq eu vou precisar, leu um artigo que eu escrevi. Olha a diferença (ela eu acho que faz até mais, considerando a situação que tá vivendo)

    Eu tento conhecer e respeitar o perfil de cada amizade
    As vezes uma pessoa não gosta tanto de wpp. Aí é melhor combinar um horário e ligar, por ex

    Mas negligência e largar a pessoa falando sozinha não é certo.
    E não há desculpa. Basta ver minha amiga que tá com o pior problema do mundo (um filho doente) e ainda tem tempo pra se preocupar comigo e perguntar como estou.

    Então te dou duas dicas:
    – tente entender o perfil de cada amizade pra não cobrar mais do que a pessoa pode te dar
    – repense algumas delas

    Beijos e boa sorte!

    • bru30/10/20 • 11h40

      è isso ai ,minha xará. rs.
      Pode ser mesquinho mas eu comecei a pagar na mesma moeda. Tenho uma pessoa que se dizia minha amiga…já chegou a demorar 4 dias para responder o whatsapp. Agora fiz o mesmo com ela; e ainda percebi que é super falsa e só se aproximou por interesse e para obter informações que ela queria. Nesta ultima mensagem que ela me enviou , pois viu que eu postei algo em um grupo em comum que estamos, ela veio perguntar exatamente sobre a questão que eu postei….Porém, fez outras perguntas antes para disfarçar. Eu demorei 4 dias para responder e não respondi o que ela realmente queria saber…dei de louca, sabe? Chega. Falsianes. Outras que tenho amizade…essas eu sei que são enroladas mesmo…vivem querendo marcar coisas, mas sabe quando só atiça e depois ficam quietas?…estou quieta e disse: quando combinarem e quiserem, me convidem que eu vou. Ou seja, parei de eu ficar organizando.

  15. Michele29/10/20 • 13h54

    Chora 1
    Esses dias estava lendo um livro chamado “Trabalho organizado”, da Thais Godinho (muito bom, aliás, recomendo a leitura e ele tem um capítulo sobre como achar seu propósito e tal, dê uma procurada…) e tem um trecho que gostei muito:
    “Outro tema bastante em pauta atualmente é a ideia de cada um buscar trabalhar com aquilo que ama. Essa é uma orientação que pode acabar gerando mais pressão que felicidade. Trabalhar com o que você ama é um privilégio. E, quando você consegue, pode perceber que não tem mais hobbies. O hobby virou o seu trabalho.

    Achar que o trabalho só vale a pena se você trabalhar com o que ama pode gerar mais ansiedade e levar a um estado de infelicidade diária porque, mesmo quando conquistamos isso, nossa vida é mutável. Somos seres inconformados. Trabalhar com o que ama é ótimo, mas não pode ser o único parâmetro de felicidade.

    Sou adepta do “para fazer o que ama, comece amando o que faz”. Porque às vezes nossas vontades nos enganam, e a felicidade pode estar a apenas a um clique da nossa mente, e não em outro lugar, outra pessoa ou numa situação externa.”

    —-

    Quanto ao mar de tristeza, eu já cheguei num ponto onde não conseguia descansar. Quando li essa parte “Hoje não consigo ficar a toa, descansar, simplesmente largada num canto. Sempre penso que deveria estar fazendo algo, produzindo, buscando algo maior, mais significativo, e ao mês tempo me sinto triste por não conseguir nada disso”, nossa, menina, eu me identifiquei muitoooo! Era eu meses atrás!! Meu trabalho me deixa exausta e quero descansar, mas por outro lado, não consigo descansar, porque acho que deveria estar produzindo e aprendendo mais. E nisso eu ficava esgotada e tive crises de ansiedade. Uma coisa que me ajudou foi fazer terapia e aceitar isso: “eu não preciso ser produtiva o todo”. E começar a me questionar: “Por que eu acho que eu deveria ser produtiva o tempo todo? Não ser produtiva o tempo todo faz eu ser ruim no meu trabalho? Por que todo o meu dia deve girar em torno do meu trabalho? Eu gosto de fazer outras atividades?”. Comecei a procurar outros hobbies e tentar me desconectar. Comecei a pensar e colocar numa lista atividades que me deixasse longe do meu notebook e celular, como pintar, montar quebra-cabeça, andar de patins, yoga (recomendo o canal da Pri Leite, tem uma playlist de yoga pra quem nunca praticou). No começo, eu ficava muito agitada, achando que estava desperdiçando meu tempo. Agora aprecio muito esse momento =]

    Espero que você consiga encontrar seu caminho e que tudo fique bem!!

  16. Dedê29/10/20 • 14h27

    Para o Chora 1:
    Me vieram algumas reflexões lendo seu relato. Hoje em dia fala-se muito sobre “propósito”, e vem a Ideia de um propósito grandioso, algo que faça nossa vida se encaixar e ganhar um mega sentido. Já me peguei pensando em qual seria meu propósito e me deu mais tranquilidade pensar que talvez meu propósito no mundo seja ser uma boa pessoa, no sentido de buscar os valores que me identifico (ser uma pessoa generosa, amorosa, ter compaixão, levar uma vida leve, buscar autoconhecimento, ser uma pessoa confiável…).

    Sobre não conseguir descansar, ficar a toa… já pensou que nosso modo de vida capitalista nos obriga a sermos sempre produtivas, estarmos ocupadas, sentir culpa em viver momentos de “dolce far niente”? Nosso valor e reconhecimento estão ligados ao tanto que conseguimos produzir e ser eficientes. Acho que tomar consciência disso pode ajudar a mudar um pouco o modo de pensar e conseguir aproveitar os momentos livres sem a preocupação de ser produtiva o tempo todo.

  17. Liliane30/10/20 • 15h26

    Meta de vida: um dia chegar a falar essa frase:

    “O meu problema atual é que trabalho muito, o tempo todo e vivo pensando em coisas novas, meu lazer foi zerado mas não acho ruim”

    Estou vivendo a mesma situação do chora 1 e gente o ócio me deixa muuuuito mal!!! Mas concordo com a Cony, acho que quando se faz o que ama é possível que essa situação melhore… mas estou em busca desse propósito há anos e não acho…

  18. Juliana Sas31/10/20 • 01h35

    Sei que meu comentário talvez não seja aprovado, mas eu espero que sim, de forma a gerar uma discussão. Gostaria também, assim como a Chora 3 (Fantasma), ter uma réplica, se alguém se dispuser. 😉 Como a Fantasma, nunca consegui formar um relacionamento sólido e cheguei a conclusão que o amor não chega para todo mundo. O amor romântico é uma loteria, não é meritório. Ser um par não é ter amor. Amor é algo raro e muita gente vai morrer sem nunca receber um “eu te amo” verdadeiro. Foram muitas tentativas, muitos dates (chegando nos 100; sim, eu conto), muitos sites e apps, indicações de amigos. Já fui traída, já teve cara que sumiu e mudou de estado sem me avisar, já fui trocada por várias ex namoradas (esse é a desculpa mais frequente), homens que mentiram que eram solteiros, já saí com homens que tinham dúvidas com a sexualidade, caras que precisavam se dedicar a profissão e “não teriam tempo para mim”, homens que queriam exercer algum fetiche (nada contra, mas isso criava uma clivagem machista entre mulher que curte e coisas que “uma namorada/esposa não faria”). Brasileiros ou estrangeiros… mais velhos ou mais novos com os mesmas desculpas. Aos 35 anos e depois de 10 anos de terapia cheguei a essa conclusão. Ainda não conheci um terapeuta que conseguisse afirmar com convicção que o amor chegará a todos, o que dizem é que é a crença de que ele chegará que molda a sociedade moderna, nos faz “seguir em frente”. Os apps de relacionamento, inclusive, lucram com essa instabilidade afetiva e eterna solteirice das pessoas. Sempre me dediquei a minha auto-estima, a minha carreira, meus hobbies, meus interesses, minhas habilidades, minha saúde e, principalmente, às amizades. Não digo que sou 100% em temos de auto-estima; o amar-se é muito impreciso e vem em ondas. Mais do que exercitar o individual, que já fiz muito, o que me ajudou e me ajudará na jornada da vida é ter amizades sólidas, próximas e íntimas, e manter a mente curiosa, aprender sempre sobre coisas novas. Sou atéia e na minha jornada já li sobre muitas religiões e a que mais me ajudou a compreender algo foi o budismo (como filosofia). Acho que é por quebrar essa idéia de amor romântico, individualizado, apegado, e como algo meritório, de que receberemos se formos bons para o mundo. O mundo é injusto, machista, preconceituoso, classista e etarista. E a busca do amor, infelizmente, esbarra em tudo isso. Para mim o amor nas amizades é o mais importante. é isso.

    • Kelly06/11/20 • 11h04

      Oi, Juliana! Que reflexão interessante! Sou dessas pessoas que acreditam que amor romântico só existe nos romances mesmo, viu! Nada contra quem acredita e procura isso, mas penso que nossas vidas seriam muito mais leves se apenas aceitássemos o que vem pra nós ao invés de correr atrás de um ideal. Claro, falo de um lugar de privilégio, tenho o que muitas procuram: sou casada, tenho um filho e um lar cheio de amor. No meu caso, nunca esperei ter tudo isso, mas as coisas foram acontecendo de uma forma tão natural. Quando criamos muitas expectativas e vivemos no futuro, fica difícil colocar isso em prática no presente. Por isso sofremos tanto.. Esperamos que o outro se dedique a nós na mesma medida na qual nos dedicamos a ele/a. Isso vale pra tudo: relacionamentos, amizades. Colocamos tantas expectativas que nos frustramos.. Sempre acreditei também que solidão é diferente de estar só.. Muita gente tem um relacionamento e se sente tão só quanto quem não tem, ou até mais. Vamos fazer o nosso melhor, agradecer o que temos de bom hoje e continuar a nossa caminhada.

  19. Joana02/11/20 • 20h46

    Chora 2
    Eu me encontro numa situação muito parecida com as minhas amizades e não sei se é da pandemia. Acho que as pessoas desconsideram muito a amizade hoje em dia e para mim que trabalho em casa e muito difícil fazer amizades novas. Sinto muita falta de um grupo de amigas e de amigas que mostram interesse…
    O que eu faria? Se eu visse que a pessoa não responde e simplesmente caga, perguntaria o porque do afastamento de forma delicada e depois disse se a pessoa continuasse com a mesma atitude não correria mas atrás… é difícil mas não devemos insistir quando não sentem Nossa falta…
    beijo

  20. Hellen04/11/20 • 15h18

    Que linda mensagem para a Fantasma, Cony! Quanta sabedoria e maturidade! Isso serve para todas nós mulheres que, de vez em quando, esquecemos que somos importantes e maravilhosas, independente de estarmos comprometidas. Obrigada, por nos lembrar disso. Precisamos, primeiramente, ter um relacionamento de respeito e aceitação com nós mesmas antes de qualquer coisa. <3

  21. Gabriela12/11/20 • 20h00

    Olá! Vim mais pra desabafar e pedir um conselho com relação ao Romeu. Conheci ele em julho de 2018, eu tinha 21 e ele tinha recém feito 30. Passou poucos dias me apaixonei pelo jeito dele e fui conhecendo a fundo, que inclusive era um homem adulto com algumas pendências como por exemplo ele não tinha CNH e nem carro e ele me disse que estava na fase dos exames pra tirar carteira, ok até aí. Namoramos e nessa época ele trabalhava num lugar há 10 anos e ganhava por volta de 2000 reais mas dava pra gente viver, sair… nessa época ele era uma pessoa muito fria, um dia numa madrugada eu disse que ele me tratava como um lixo e ele simplesmente terminou comigo, apesar de eu relutar pra gente conversar melhor; me humilhei, chorei e pedi pra ele voltar mas ele não me respondia, passado tudo isso ele acabou voltando comigo após 3 meses de silêncio da parte dele e insistência da minha parte. Depois dessa volta que tudo aconteceu, ele passou num concurso pra um emprego onde ele ganharia menos, por volta de 1900 porém ele teria mais tempo pra estudar pra algo melhor pois ele é bem qualificado, tem duas faculdades. Ele conversou comigo e eu disse que se era pra se dedicar pra algo melhor eu apoiava a mudança de emprego, só que eu não sabia de algumas coisas, não sabia que ele tinha uma dívida no banco que fez pra ajudar a família (pai, mãe e irmão) sem necessidade, pois a mãe é consumista e se endivida toda, o fato é que essa dívida “come” quase todo o salário dele, fazendo com que ele ganhe pouquíssimo. Fizemos um ano de namoro e o Romeu não foi fazer a prova prática do DETRAN pra tirar a cnh (que ele estava tirando logo no início do namoro) e eu o questionei e ele me tratou com absurda estupidez quando eu pedi isso a ele. Desde então passamos a namorar na casa dele ou na minha pois não ele não tinha dinheiro pra passear ou pra conhecer lugares bonitos em municípios próximos a nossa cidade pra ter pelo menos um descanso. Um ano se passou, fizemos 2 anos em julho de 2020 e quase nada mudou, ele conseguiu um emprego temporário o qual estocou dinheiro pra bastante coisa porém já acabou o emprego e voltamos a estaca 0. Recentemente abrimos uma lojinha online mas ele não tem carro pra fazer as entregas e sabe dirigir bem mal pegamos o carro da mamãe pra entregarmos, porém isso é muito chato, ter que pedir… e quando saímos pra outros lugares só de uber. O fato é que ele veio morar comigo na casa da minha mãe, hoje não é mais tão frio, e aqui até que ajuda nos afazeres domésticos porém vivemos sempre nisso, sem dinheiro, sem direito a passear e sem carro pra fazer a entrega da nossa lojinha, além da dívida que ele fez pra ajudar a minha sogra consumista que leva boa parte do salário dele. Gente estou perdendo o “tesão” nele, pois não o vejo mais com tanta admiração e sim como infantil e imaturo, além de ser o tipo de pessoa “parada”. Isso me faz sofrer pois ainda gosto dele mas não como antes, devido a tudo que já passamos e estamos passando. Não sou e nem quero ser interesseira, sou engenheira, faço mestrado e pesquisa, além de estudar pra concurso e estar dando entrada na minha carteira só agora pois foi quando conheci dinheiro (hoje tenho 24) e sinto que não posso contar com esse homem pra nada, o sinto como peso morto, uma mochila pesada nas minhas costas mas não consigo largar devido ao medo da solidão e da família problemática que tenho, sendo que fui abandonada pelo meu pai e minha mãe já faleceu, moro com meus tios em uma casa totalmente conturbada e ter ele por aqui me consola d e certa forma mas não me faz sonhar com um futuro melhor

  22. Mine18/11/20 • 20h41

    Cony, sei que o post já tem um tempinho, mas venho pensando… Aqui já apareceram várias meninas que estão sentindo falta de ter amigas, de ter companhia para coisas de amigas. Será que não seria possível unir essas pessoas? Eu adoraria kkkk

    • Constanza18/11/20 • 21h22

      Tem um grupo no Face que surgiu justamente por isso… chama Amigas do Futilish 🙂

  23. Shakespeare26/12/20 • 05h59

    Gabriela, você já tem sua resposta: “não posso contar com esse homem para nada, o sinto como um peso morto, uma mochila pesada em minhas costas”.