Comportamento
Chora Que Eu Te Escuto
28 maio 2016, 65 comentários

Um Chora Que Não Deveria Existir JAMAIS

¨Esse é um desabafo dolorido. Depois das notícias sobre a menina estuprada por 30 no Rio, o embrulho no estômago não passava. Não passa, nunca. Então eu tinha que colocar pra fora todo esse sentimento, que já foi por tantos anos trabalhado em terapia, mas que nunca foi embora. E ler o meu relato, de alguma forma pode servir de exemplo para que outras mulheres, suas filhas, netas, nunca passem por isso.

Cresci numa família típica: mãe separada, duas filhas do primeiro casamento, eu a terceira de um caso que nunca se consumou em união pois meu pai era casado. Minha mãe foi por toda a minha vida a figura paterna e materna, meu pai era como um acessório, uma alegoria. Aparecia algumas vezes na semana, mas nunca foi a uma festinha dos pais na escola, um aniversário. Nenhum natal. Minha mãe sempre nutriu em nós o sentimento de auto-suficiência, de meter a cara e se virar sozinha, de não depender de homem nenhum, mas no fundo era extremamente carente e queria mesmo um homem pra chamar de seu. Era muito instável emocionalmente, tinha picos de depressão e tentou se matar por duas vezes (ou mais vezes, não sei).

Eu tinha 13 anos quando minha mãe já farta de insistir na história com meu pai, resolveu bater asas, fez amizade com um arquiteto que conheceu ao comprar um imóvel. Tinha a mesma idade que ela, e passou a frequentar a nossa casa. Era um cara do tipo “bon vivant”, vivia viajando, era gringo, colecionava mulheres e filhos, bebia todo dia, e naquela casa cheia de mulher se sentiu no paraíso. Eu chegava a ir com minha mãe pro mercado só pra comprar a bebida preferida dele. E aquela casa carente, sem nenhuma referencia masculina, gostar da presença daquele homem foi fácil. Saíamos todos os fins de semana com ele, churrascos na casa dele, conhecíamos todos os seus amigos, altas bebedeiras, bares pela madrugada… E eu, uma menina de 13 anos, ia junto! Minha mãe não enxergava o perigo, de tão sedenta por atenção que ela estava, minhas irmãs já eram adultas, eu aquela caçula com ótimas notas, que nunca aprontou, não dava trabalho nenhum…

Eu na minha inocência achava o máximo ser tratada como adulta. Poder frequentar ambientes adultos, ir a festas, varar a noite com gente tomando todas, e até arriscava os meus goles sem nenhuma reprimenda.

Juro que não notava um olhar diferente, achava mesmo que era o jeito daquele homem, todo latino, de dançar com a gente todo arrochado, que era normal. E se minha mãe permitia, é porque tava tudo bem, não é mesmo?

Até que um dia, num dos almoços na casa dele, minha família toda lá, eu estava num sofá deitada, ele veio e deitou comigo. Começou a se roçar em mim de um jeito estranho e terminou por me beijar. Um beijo de língua. Eu fiquei petrificada, sem saber se fugia, se aceitava. Eu o tinha como figura paternal, sabia como a minha mãe era caidinha por ele, minha irmã também já estava encantada, mas eu? Aí ele veio com a célebre frase: “Não conte pra ninguém, esse é o nosso segredo”.

Eu não contei. 

Os dias foram passando, o assédio ficou mais claro. Ele ligava com frequência pra minha casa quando sabia que minha mãe não estava, me chamava pra almoçar, eu mentia pra minha irmã, dizia que ia ver uma amiga e saía. Ele se declarava, dizia que comigo se sentia um adolescente, que eu era o amor da vida dele, a menina mais linda do mundo. Um dia tentou ter sexo comigo num estacionamento, mas percebeu pelo meu pânico que eu era virgem e então insistiu para que eu criasse uma festa imaginaria para ir e podermos ter uma noite especial. Eu não sabia o que fazer, fiquei com medo, minha irmã tinha engravidado na adolescência, mas o assédio dele era tão convincente pra mim, uma menina sem nenhuma atenção e cuidado da minha família, que aceitei. Menti que ia para uma festa de quinze anos, fui ao salão, fiz cabelo, pedi pra minha irmã me maquiar. Entrei no carro dele escondido na esquina e o resto vocês já imaginam. Bebi algumas coisas fortes na casa dele, não sei o que eram, talvez aguardente. Fui deflorada. Não houve violência. Não me lembro. Não senti dor. Não guardei na memória aquela primeira vez com o primeiro namoradinho sério. Guardei foi a cicatriz profunda do que veio depois.

Após o acontecido, o cara começou a sumir, não visitava a nossa casa com tanta frequência, mas sempre que o fazia não perdia a chance de me cercar, de meter a mão em mim, de me tratar como o objeto dele. Eu estava envolvida e confusa, e achava que era assim mesmo, nunca havia conversado sobre sexo ou primeira vez com nenhuma amiga na escola. Comecei a ir mal, minhas notas caíram, mas ninguém percebia nada, até que minha irmã mais velha percebeu algo estranho. Um dia minha mãe deu uma incerta e descobriu que eu saía para encontrá-lo às escondidas. Fez um escândalo comigo, me pressionou até eu confessar. Eu não consegui mentir por muito tempo, ainda mais pra minha mãe. Acreditei que no momento que falasse a verdade, ela iria me ajudar a sair daquilo e me defender. Ela fez justamente o contrário. Fui chamada por ela e por uma das minhas irmãs (que nunca foi muito envolvida naquele grupo, pois tinha namorado) de todos os nomes possíveis. Toda a minha família, amigos, foram informados do ocorrido, eu no papel de vilã, a filha vagabunda que resolveu dar pra homem mais velho. Minha mãe a vítima. Fui humilhada na escola, minha mãe chamou todas as minhas amigas para dizer que tinham que deixar de andar comigo porque eu não prestava, era puta. Passava pelos corredores da escola de freiras, todos a olhar pra mim. Fui exposta em exame de corpo de delito numa delegacia suja, um “médico” sem nem usar luvas a examinar minha vagina para ver se era ou não virgem. Fui entrevistada por uma delegada na delegacia de mulheres que ria, ao dizer “tenho filha da tua idade, sei das safadezas que vocês fazem, não venha dando uma de inocente pra mim não, tu é muito espertinha”, quando eu disse não lembrar como foi o defloramento. 

Como eu era menor, a lei admite a denúncia por estupro, por presunção de violência, e sedução de menores. Um processo foi instaurado, porém nunca deu em nada. Ele nunca foi preso, punido por nada. Me lembro que durante a investigação as agentes de polícia me diziam mil coisas, que o cara seria enquadrado, que já havia feito o mesmo com outras meninas, depois vi que era tudo um fantasia, histeria coletiva pra me torturar ainda mais. Mudei de cidade, comecei a cursar direito, mas o fantasma do passado me acompanhava. Minha mãe me “perdoou” na saúde, bastava uma discussão pra tudo vir à tona. Trouxe daquele tempo um namorado que era um dos melhores amigos do cara, ficou com ele muitos anos, nunca me ouviu e tirava a minha razão para dar a ele, que ia e vinha da nossa casa, sempre a enganar minha mãe. Até que um dia eu tive que sair de casa, pois ele deu um ultimato pois não me suportava por perto a tentar proteger a minha mãe.

Hoje sou casada e tenho duas filhas, ainda uma relação difícil com minha mãe, que já está velhinha e precisa de cuidados, mas vive longe de mim, que moro em outro país. Fiz muitos anos de terapia e retomei com a mesma profissional do início. Ela tem me ajudado muito a me ancorar, me valorizar e ter um bom relacionamento com minha família. Não guardo mágoas da minha irmã, mãe, ou quem me julgou e me abandonou quando precisei, pois minha natureza nunca foi de dar o troco. Apurei muito o meu senso de justiça, a faculdade de direito me curou nesse sentido. Aquele homem nunca foi punido, mas eu sim. Fui condenada pela minha inocência, por acreditar no papo de alguém que queria se aproveitar de mim. Fui violentada pelos olhares de reprovação, por cada xingamento que ouvi ao longo desses anos pelo que se passou. Aceitei meu papel de vítima depois de muitos anos após o ocorrido, mas nunca me vitimizei. Tenho os olhos nas costas e protejo as minhas filhas como leoa. Com elas isso nunca irá acontecer. Se depender de nós, o respeito e a compreensão, o amor sempre falará mais alto aqui em casa.

Milhares de pessoas julgaram a menina estuprada do Rio. Outros tantos partilharam vídeos e fotos. Como se fosse algo do cotidiano, pra passar batido. Mas não é. A cultura do estupro só acabará com educação, com apoio, com empatia. Hoje em dia é muito fácil xingar aquela menina que vai pra balada de vestido curto de piriguete, tá dando mole, fácil. É muito fácil ter um amigo pegador, é normal levar dedada no cu no carnaval, mas não é. É divertido fazer piada de Fabíola na manicure no whatsapp, mas não tem graça nenhuma. É corriqueiro acobertar o amigo que trai a namorada, ou que forçou uma transa com a tal piriguete da balada. Ignorar as crianças viciadas de 8, 9 anos vendendo sexo por um prato de comida ou uma pedra de crack nas ruas das grandes cidades. Faz parte da vida não fiscalizar as redes sociais das filhas pequenas e adolescentes, porque você própria não consegue administrar a sua própria vida. Não, não é. Não é normal, não é corriqueiro, não faz parte da vida. Todas nós somos vítimas, mas podemos ser agressoras também. Todos nós somos cúmplices se continuarmos a fechar os olhos pra desumanização, pro barbarismo nas sociedades.¨

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* Relato enviado ontem por uma leitora. Nada mais para o momento, onde atrocidades como a relatada acima acontecem todos os dias, em todos os níveis sociais, em todos os lugares. 

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65 comentários em “Um Chora Que Não Deveria Existir JAMAIS”
  1. Mayara28/05/16 • 17h11

    Nossa, não consigo imaginar a dor que sentiu. Mas fico feliz que tenha conseguindo rearrumar sua vida aos poucos, e que tem conseguido seguir em frente.
    Há dois anos atrás, fui agarrada no centro do Rio por um homem com roupas de construção civil, perto do MAR. Às 9h da manhã, de uma quarta-feira. Estava comprando materiais para a faculdade. Ninguém me ajudou; um guarda municipal virou as costas. Eu, apavorada, comecei a bater nele, que me soltou SORRINDO. E gente, eu estava de calça jeans, camisa larga, com mangas. Ou seja, eu não estava bebendo, não estava de roupa curta, não “estava pedindo”.
    Não importa que roupa você esteja, como você esteja, onde. Esses homens se sentem no direito de fazer o que quiserem. Eu fiquei meses usando roupas ainda mais largas, com medo de andar sozinha. Ainda gelo quando um homem passa perto demais. Ainda ouço a risada dele.
    Sequer imagino a força que que essas meninas e mulheres precisam ter para viver e seguir em frente todos os dias, mas eu aplaudo de pé cada uma delas.

  2. laila28/05/16 • 17h18

    Aconteceu com uma priminha de 4 anos, o mais triste e que a mae mesmo apos ver os exames que comprovaram o ato defendeu o agressor com unhas e dentes.

  3. Anna28/05/16 • 17h29

    Triste… Muito triste… Mas o pior de todas essas situações é ver as próprias mulheres sendo machistas e achando justificativas pras atitudes abjetas desses animais. Triste… Muito triste…

  4. Nicky28/05/16 • 17h41

    Não dá pra confundir estupro (crime) com cultura do estupro. A cultura do estupro não é considerada normal na sociedade ocidental. Não é visto com bons olhos nem a prática nem a apologia. Justamente por isso é considerado crime. Diferente de outras sociedades em que, por exemplo, o estupro é comum durante a conquista de territórios. Ou em sociedade em que há casamentos arranjados (muitas vezes envolvendo menores de idade) que nada mais são do que estupros.

    • Lia28/05/16 • 18h05

      Você não sabe o que é cultura do estupro e está negando a existência de um fenômeno sociológico de forma irresponsável e, infelizmente, cocontribuindo p/a propagação de tal situação.
      Cultura do estupro não significa cultuar o estupro ou aceita-lo como algo normal, Cultura do estupro significa objetificar a mulher, culpabilizar as vítimas e negar que algumas condutas sejam estupro.
      O nosso Código Penal considera estupro a prática de QUALQUER ATO LIBIDINOSO mediante violência, grave ameaça ou contra pessoa que, de qualquer forma, tenha reduZida sua capacidade de discernimento ou resistência. Cultura do estupro é enaltecer o beijo forçado em micareta, é minimizar a violência sofrida por quem tem uma vida sexual “animada”, é a aceitar como normal passar a mão em uma moça bêbada ou com roupas provocantes, é analisar a conduta da vitima (mas ela foi pra casa dele, ela bebeu pq quis, ela dá pra todo mundo…)é romantizar a “friendzone”, é não ver problema em homens feitos terem relações sexuais com menores de idade, é rotular as novinhas como “sensacionais”… Antes de sair por ai dizendo o que existe ou não existe por aí informe-se e não emita opiniões irresponsáveis.

      • May29/05/16 • 23h26

        Lia, amo quando encontro uma “mana” emponderada assim, obrigada!!!!!!!!!!

      • Marina30/05/16 • 12h15

        Que lindo ver que, pouco a pouco, nós estamos nos unindo e acabando com essa ideia equivocada de que mulheres são naturalmente inimigas e invejosas.
        Sororidade sempre! <3

      • Fernanda30/05/16 • 19h11

        Exatamente, Lia. Enquanto tivermos homens e mulheres que não lutem contra a cultura do estupro, continuaremos vitimizando os agressores e condenando as vítimas.
        Muito triste esse relato, mas que bom que chegou num ótimo para nossa reflexão em prol da mudança.

      • Alessandra30/05/16 • 23h39

        Lia

        Batendo palma com os pés pra ti!

    • Marina29/05/16 • 18h24

      Exato, Lia!

      Nicky, seu comentário parte de uma compreensão equivocada do que é a “cultura do estupro”. O comentário da Lia já é um início, parta daí e pesquise sobre o assunto. Cabe a todas nós lutar contra isso.

  5. Rafa28/05/16 • 18h02

    Um dia, indo para a faculdade de manhã (7:30 mais ou menos), estava frio, lembro que estava de calça jeans, Moleton e tênis… indo para o ponto de ônibus na rua da minha casa, um homem que achei que iria apenas passar reto, veio para cima de mim e colocou a mão bem no meio das minhas pernas. Comecei a gritar e um vizinho começou a abrir o portão e ele saiu ANDANDO CALMAMENTE como se nada tivesse acontecido. Só começou a correr para se esconder quando viu que o meu vizinho estava com um porrete na mão.
    Eles sentem que vai sair impunes esses nojentos.
    Graças a Deus que o pior não aconteceu, mas porque tinha alguém que me escutou e saiu para socorrer…
    Me pergunto até quando nós mulheres teremos que passar por isso… Até quando esses homens saíram impunes… Porque é a certeza da impunidade que os fazem agir sem medo…

  6. Lus28/05/16 • 18h32

    Não é só isso. É “cultura machista”. Ensinem seus filhos. Eduquem.

  7. Taty28/05/16 • 19h01

    Mães, eduquem seus filhos para que eles respeitem as mulheres. Sou professora, não tenho filhos e tento fazer minha parte contra essa cultura do estupro. Os pais têm um papel fundamental nisso. É preciso que haja uma mudança radical na mídia também. Todos temos que abraçar essa causa. Já fui assediada na rua, bares… Muito complicado…Vamos nos unir! Primeiramente, a mudança na família, depois, parceria com a escola…
    Lutemos!!!
    Abraços a todas!
    Que Deus nos proteja!
    Força!

    • Carolina29/05/16 • 13h02

      Realmente, a mídia tem um papel muito importante e precisa ser urgentemente revista! Me dão nojo certos programas no horário nobre da televisão brasileira, nos fins de semana, exibindo mulheres seminuas como pedaços de carne no açougue, como objetos cuja única finalidade é satisfazer os homens. Nojento. Triste pensar que essas mulheres se submetem a isso, por quaisquer motivos que tenham.

      Isso sem falar nos milhares de comerciais na tv, principalmente de cerveja etc, que novamente expõem as mulheres como objeto dos homens. Esse pensamento precisa mudar. As empresas, agências de publicidade, televisão. TUDO. O processo é lento, requer atitude dos pais (sim, dos homens) ensinando aos filhos que NÃO é normal, dos professores, enfim… espero que um dia essa cultura machista diminua.

      E mulheres, vamos nos unir mais, vamos reconhecer o nosso poder, a luta do feminismo… pois vejo muitas falando que é mimimi. A luta é por você, também.

    • Gabriela29/05/16 • 17h03

      Mães E PAIS, ou responsáveis, né? Vamos parar de atribuir todas as responsabilidades às mães, é só mais uma forma de colocar a culpa nas mulheres pelos abusos q elas sofrem. “ah, esse a mãe não educou”. Apenas parem.

      PS: muito provavelmente sua intenção não foi responsabilizar unicamente a mãe, mas as palavras q usamos tbm tem um peso e devemos parar pra refletir sobre elas, pois muitas vezes falamos no automatico e não nos damos conta, espero que não entenda mal.

      • Alessandra31/05/16 • 09h36

        Gabriela

        Concordo com você, mas acredito que ela, assim como eu, se referiu a mães porque aqui é um blog frequentado, eu sua maioria por mulheres.
        Se fosse um post em redes sociais e afins, eu iria direcionar aos pais(me referindo a ambos).

        É bem da cultura machista olhar a mulher como a única responsável por educar e cuidar dos filhos e também culpar a mesma pelos erros destes.
        Pai, hoje em dia, nem provedor exclusivo é, sendo que isso não é desculpa pra não participar ativamente da educação dos filhos, mas essa desculpa sempre foi usada.

        Mulheres trocando fraldas é obrigação, afinal, vai deixar a criança suja? Pais trocando fralda é fofo, paizão, super legal…
        Não fazem mais do que a obrigação!

        Esse tipo de discussão é muito ampla. A sociedade machista quer que as mulheres carreguem o mundo nos ombros e não lutem por igualdade.

    • Iara30/05/16 • 12h43

      Também sou mãe de um menino e quando soube do sexo durante a gravidez lembro de ter ficado feliz, porque a vida dele certamente seria bem mais fácil do que a de uma filha mulher. Uma tristeza isso, né?
      Tento dar a ele a melhor educação, ensinando que existem diferenças biológicas entre homens e mulheres. No mais somos todos iguais!

  8. Amanda28/05/16 • 19h03

    Passei por uma situação bem triste. Ia e voltava para meu trabalho de bicicleta, um dia, passando por uma rua, vi um farol que me acompanhava. Quando acelerei a pedalada, a moto acelerou, diminui, a moto diminuiu e chegou do meu lado; pensei que fosse alguém conhecido que tava fazendo uma brincadeira. Foi quando olhei para o lado, vi um cara estranho que me apalpou a bunda e de medo caí ao chão. Foram os segundos mais dolorosos da minha vida. Eu gritava feito uma louca em frente a uma rádio, ninguém apareceu pra olhar. O monstro, me olhou como se fosse pouca coisa, deu a volta e foi embora.
    Eu fiquei no chão ainda em choque, olhei pra trás e vi outro farol, saí correndo com medo de ser ele de novo; era uma moça que me viu desesperada, sangrando e me ajudou, me levou pra bem perto de minha casa. O lugar onde fui atacada ficava próximo a minha casa, de lá dava pra eu ver, mas estava tão debilitada emocionalmente que não conseguia andar. Parei na frente de minha casa e pedi pra meu vizinho buscar minha bicicleta, que estava com minha bolsa. Cheguei na casa de minha mãe, que é a poucos metros da minha, amparada por uma vizinha da rua dela, desmaiei ao chegar. Meu corpo não aguentou a pressão. Depois fui olhar os machucados no corpo: boca cortada porque uso aparelho, pernas machucadas pelo impacto, alma estraçalhada pela dor da impunidade. Fui a delegacia, não fizeram nada porque não podia identificar o agressor e porque não fizeram “nada” comigo.
    Podia ser eu, minha vizinha, minha prima, vó, mãe, qualquer uma que tivesse passando por ali. Eu estava de calça jeans, blusa de manga e tênis, estava andando de bicicleta, voltei mais cedo que o normal nesse dia, fazia um mês que não andava pela mesma rua.
    O cara só precisava de uma presa fácil. Naquele dia, fui eu. No outro outra menina que teve a sorte de um homem ir passando por perto e ele saiu correndo. E o que aconteceu? Já se passaram quase 3 anos e ainda hoje tenho medo de um farol atrás de mim….

  9. Zi28/05/16 • 19h06

    Cony, achei incrível você divulgar esse relato (por mais triste, dolorido que seja) e particularmente essa imagem perfeita aí. Você é uma formadora de opinião e querendo ou não, muitas de suas leitoras, especialmente as mais jovens, são influenciadas por você. Um assunto tão delicado merece uma abordagem assim – simples, direta, objetiva, isenta. Quem sabe conseguiremos um dia frear estes discursos de ódio, e a própria cultura do estupro?

  10. Luiza28/05/16 • 19h21

    Uma vez eu estava voltando da escola, fardada, tinha 16 ou 17 anos, e um homem parou o carro ao meu lado, já na esquina da minha casa, e me chamou pra entrar, porque ele queria “chupar minha bucetinha cabeluda”. Fiquei tão apavorada que entrei num terreno baldio pra cortar caminho e sair logo de perto dele, o que poderia ter me colocado em mais perigo. Desculpem as palavras fortes, nunca tive coragem de relatar isso pra ninguém, mas acho que o choque faz parte do alarde que precisamos fazer pra chamar a atenção! Fico feliz de encontrar mulheres feministas e cientes da gravidade da nossa situação aqui! Muita força pra todas =*

  11. Ka28/05/16 • 20h10

    Sinta se abraçada, é muito injusto!

  12. paula28/05/16 • 20h24

    Vejo os homens, e infelizmente algumas mulheres, fazendo coro contra a generalização, pq nao é todo homem assim… As pessoas realmente precisam entender que estamos falando de um problema social grave, de estatiscas assustadoras,e não do individualismo, se a carapuça nao te serve,abaixe a cabeça e deixe a banda passar, nao atrapalhe a voz de quem precisa chamar atenção para o problema. Homens estao com medo de serem rotulados? Nós desde que nascemos temos medo de ser estupradas. Empatia é o que falta.

  13. Williane28/05/16 • 21h12

    Eu chorei pelo relato do post, pelos relatos dos comentários e por mim, qu nunca sofri uma tentativa violenta, mas que já fui assediada por um conhecido da família, chorei pq ninguém achou nada demais, pq ninguém, ainda hoje, acha nada demais. Até quando a sociedade vai achar normal o toque de um homem em uma mulher, sem a seu consentimento, normal?

  14. Ilonna29/05/16 • 00h12

    Esse relato mais do que qualquer outro que nos tenha feito refletir aqui, é extremamente necessário! Eu já fui assediada na rua com obscenidade pesada, já achei que um cara não respeitou meus limites, mesmo eu estando com ele até então, consensualmente. E é muito difícil para uma mulher admitir uma situação de abuso até para si mesma, de tão inacreditável que é a atitudes desses homens que tratam uma mulher como um mero pedaço de carne exposto.

    O pior ainda, é ter de lidar com o machismo das próprias mulheres, as vezes, da própria família, como foi nesse caso, e sentir-se definitivamente sozinha.

    Para todos os questionamentos de um trauma como esse, a resposta é uma só…A CULPA NÃO É NOSSA! Não precisamos se quer, justificar as roupas que vestíamos, nossas atitudes, ou qualquer outra circunstância, o direito sobre o nosso corpo é inviolável, indisponível, e quem quer que seja, um desconhecido, um amigo, ou familiar que ousarem atentar contra isso, devem responder perante as autoridades.

    Usamos a expressão “cultura do machismo”, quando não há qualquer cultura, costume, naquilo que deve ser denominado como CRIME.

    Esse caso sem dúvida feriu a todas nós, mas nesse momento uma nova vítima vira estatística, mesmo que, de um algoz, a dor é a mesma, a nossa postura é que tem que mudar, o protesto tem que ser veemente, contínuo, e implacável.

    As mulheres querem aquilo que lhe pertencem, em suas próprias mãos,o seu corpo.

  15. carol29/05/16 • 00h50

    Perfeita conclusão do texto, perfeitos comentários até agora, perfeito a Cony divulgar. A vítima não tem culpa. Vamos educar nossos filhos (as), amigos (as), maridos/esposas , namorados (as), etc. Não é certo participar de grupo de whatsapp e ser conivente com compartilhamento de nudes de ficantes de amigos, se conhecer alguém que participe, mostre o outro lado, ainda que se argumente que a “cabeça está cortada”, “que ele só vê”, quer ver mulher pelada compra revista, assista pornô. Se alguém comentar foi crime MAS, rechace antes da conclusão, se alguém te bater com pá e enterrar, duvido que vc ache que seja jardinagem. Podemos até não mudar os outros, mas vamos sufocar com a empatia, com argumentos, para não ter espaço para porens, justificativas abomináveis e afins. Força a todas!!! Abraço apertado e não tome a atitude que alguns esperam, busque sua força interna, lute, lute, você é mais forte que todos juntos!!! A vitória da vítima é a melhor revanche. Sororidade já!!!

  16. DM29/05/16 • 10h47

    Muito triste.Muito mesmo.faltam palavras para esboçar qualquer opnião.Talvez o que eu diga agora levante uma polêmica aqui nos coments…mas preciso dizer;Não conheço uma mulher que não tenha sido assediada.Nenhuma sequer.Se você nunca foi…ore muito a Deus.Muito mesmo.A situação é mais critica que imaginamos.Não só porque os nojentos ficam impunes..mas porque o trauma causa um congelamento,um silêncio na vítima que impossibilita o relato,a denuncia.Só quem sofreu vai entender.Meu chefe por várias vezes me assediava e só parou quando o derrubei no chão.Certamente achava que eu o correspondia(aquele podre!!!!).Hoje ele finge que nada aconteceu e eu não tenho como pedir demissão,não consigo arrumar outro trabalho por conta dessa maldita crise.Estou presa naquele maldito escritório ainda.Orem por mim.;-(

    • Valquiria03/06/16 • 15h32

      DM, no inicio levei um susto com a sua afirmação que não conhecia nenhuma mulher que não sofreu algum tipo de abuso/violencia (seja fisica, verbal, sexual e etc). Mas depois, pensando e conversando com minhas amigas, realmente tb não conheço. Muito triste.

  17. Karina29/05/16 • 11h24

    Parabéns pelo post!

    Acho que não existe uma mulher que não tenha passado por assédio, que vai desde uma passada de mão numa micareta até o estrupo. Já vi homem batendo punheta dentro de carro na rua da minha escola quando eu tinha 13 anos. Um motoqueiro tbm parou no meu caminho com o membro pra fora aguardando eu passar, por sorte estava chegando no meu portão com a chave já na mão.
    No caso 30×1, vejo “gente” debatendo sobre a menina ser mãe já na adolescência, sobre foto dela com arma na mão…como se qualquer coisa pudesse justificar o ato.
    Não foi o primeiro e único caso…enquanto estamos refletindo sobre esse, mas dezenas de mulheres pelo Brasil estão passando pela mesma atrocidade.
    Aquela pessoa que comenta: “Que roupa ela estava usando, o que ela estava fazendo lá, se estivesse em casa rezando isso não teria acontecido”, essa pessoa poderia estar entre os 30.
    Que um dia aprendamos a não julgar os outros.

  18. Keli29/05/16 • 12h07

    Chorei com o relato, e fiquei imaginando o que comentar aqui.
    Passou a noite, chegou a manhã e ainda não sei.
    Eu realmente espero que vc sinta-se abraçada e consolada, e que nunca ninguém precise passar por isso. Não consigo imaginar as pessoas colocando a culpa numa criança, e realmente isso me revolta.
    Tudo de bom para voce!

  19. Narielle29/05/16 • 12h41

    Numa família próxima que convivo, uma garota na época com 9 anos relatou a toda família que o “tio” marido da irmã da mãe dela, tinha a levado para assistir filme porno na casa dele, sabe o que aconteceu? NADA. O cara tem dinheiro, banca a irmã da mãe e todos se viraram contra a garota e a mãe da vítima, povo imundo, não consigo esquecer a cicatriz que essa criança deve ter. A irmã da vítima nao se separou desse criminoso, me pego pensando como ela consegue conviver com ele? Que vida de merda essa mulher deve ter apesar de todo luxo que ele proporciona? A vejo tão suja quanto ele…

  20. Alessandra29/05/16 • 18h31

    Meio sem o que dizer mas aliviada por ler este relato, pela vítima ter tido a coragem de relatar e Cony ter tido a sensibilidade de publicar., pois pode servir de alerta e levantar reflexão em nós, mulheres.

    Eu vou fundo no feminismo. Não fui feminista a minha vida toda, mas sempre notei que havia algo errado na forma que mulheres são tratadas pela sociedade em geral.
    O debate é profundo. As pessoas não entendem que o corpo da mulher não é algo público e quase sempre a vítima acaba sendo culpada pela agressão
    A igualdade de gênero é tão importante e muitos simplesmente não enxergam o óbvio.
    Estupro não é sexo. Estupro é violência.
    Sedução de menores não é sexo consentido. Sexo consentido é quando AMBOS tem plena maturidade e consciência do ato.

    As pessoas tem a péssima mania de imaginar que um estuprador é como um monstros do pântano que vai sair lá do além, que ele é alguém feio e que o reconheceria de longe.
    A maior parte dos abusos são cometidos por tios, pais, primos e pessoas de convivência da família.
    E não importa a idade, religião ou classe social.
    Abusadores, na maioria das vezes, passam desapercebidos.

    Mães; orientem seus filhos ( meninos também) sobre abuso. Não importa a idade. Tem sempre uma abordagem que pode ajudar a criança se proteger.
    É importante a criança entender que NINGUÉM pode tocar suas partes íntimas e que não pode haver segredos, ainda que alguém peça ou ofereça algo em troca ou faça algum tipo de ameaça.Essa é a arma dos abusadores.

    Blogs legais pra quem se interessa por igualdade de gêneros e suas extensões:
    Think Olga
    Não me Khalo
    Escreva, Lola, escreva.

  21. Ana29/05/16 • 20h52

    Estou muito chocada com o relato, mas ao mesmo tempo admirando a coragem da moça em ter se esforçado tanto para superá-lo. Você é uma sobrevivente!

    Esse caso horripilante do estupro do RJ me fez perceber o quanto algumas mulheres já estão conscientes do machismo opressor que nos cerca, mas também como boa parte da sociedade ainda insiste em querer nos culpar pela violência que sofremos.

    Antes de ler os comentários eu já sabia que teria diversos relatos de abusos e agressões, não tenho a menor dúvida em afirmar que TODAS as mulheres já sofreram por conta do machismo, ainda que não tenham consciência disso.

    Eu já tive muito preconceito com o termo ‘feminista’, mas a partir do momento em que se abre o coração para aprender sobre isso, é como se fosse tirada uma venda dos seus olhos e você passa a entender o porquê de várias situações vivenciadas e também como aprender a lidar com elas.

    Além dos sites que a Alessandra indicou, acrescento o Lugar de Mulher, que tem textos pequenos, mas bem esclarecedores.

    Agradeço a você, Cony, por abrir esse espaço para nós, que precisamos nos unir e protegermos umas às outras. Sororidade, meninas! <3

    • Alessandra30/05/16 • 17h02

      “Eu já tive muito preconceito com o termo ‘feminista’, mas a partir do momento em que se abre o coração para aprender sobre isso, é como se fosse tirada uma venda dos seus olhos e você passa a entender o porquê de várias situações vivenciadas e também como aprender a lidar com elas.”

      É bem isso, Ana! O problema é que muitos tentam ( e por vezes conseguem) deslegitimar a luta pela igualdade.
      É só isso; liberdade, respeito e igualdade. Nada a mais que isso, mas o machismo é tão enraizado na nossa sociedade, que muitas pessoas não percebem e outras apenas aceitam e não refletem sobre causa x consequências.

  22. Karina29/05/16 • 21h50

    Lamento muito que tenha passado por isso. Infelizmente você foi desrespeitada demais e de diferentes formas. Eu, que achava um exagero a campanha contra a cantada, hoje me retrato. Como as mulheres não falavam suas dores, eu nem imaginava o que existia- felizmente não passei por situação semelhante. Estou há dias impactada e triste com o que aconteceu com a menina no rio e hoje com a sua história. Sou solidária com as dores das meninas e mulheres, e acho que todas devemos denunciar esses abusos e dar apoio para as vítima. Um abraço e tudo de bom para você e os seus.

  23. Ju Freitas29/05/16 • 21h56

    Já fui abusada pelo ginecologista…
    Era médico da minha mãe de anos e eu e minhas duas irmãs passamos a ir nele também. Ele era o máximo.
    Até que num exame de toque, ele resolveu me mostrar como meu namorado deveria fazer pra me dar prazer…
    Não tive coragem de denunciá-lo. Seria minha palavra contra a dele e o risco de esbarrar com um monte de gente do tipo do depoimento, que não tem o menor preparo pra lidar com quem está nessa situação. Passei mal por três dias direto. E tive uma crise de pânico ao encontrá-lo em um show. E não vou mais a médicos homens – de nenhuma especialidade – sozinha.
    O estrago fica para sempre. Que outras não passem por isso. Nenhum tipo disso.

    • Soraia30/05/16 • 09h25

      Ju fica aqui o meu abraço, bem apertado. Que infeliz esse cara, que desgraçado.

    • Amannda Ferreira30/05/16 • 10h24

      Nunca tive coragem de ir em médico ginecologista homem por medo de assédio! Tenho pavor! Só vou em mulher… e olha que eu nunca tinha ouvido nenhuma história de abuso antes da sua, era só coisa da minha cabeça, mas pelo visto, estava certa =(

      • Alessandra30/05/16 • 17h15

        Meninas

        Infelizmente temos que nos proteger, mas essa medida deve ser paliativa e não eterna, penso eu.
        Temos que exigir mudanças na nossa sociedade machista.
        Não quero ter que deixar de usar roupas curtas e nem de sair sozinha com minhas amigas porque alguns homens(e mulheres) entendem que “estou querendo” e “que estamos pedindo”.
        Nenhuma mulher deveria deixar de ir ao médico por correr o risco de sofrer abuso.

        O certo é ensinar homens a respeitarem e não mulheres a se protegerem.

        Repito: paliativa. Mudanças! Precisamos de mudanças!

    • Alessandra30/05/16 • 16h58

      Ju

      Que nó na garganta! Fica meu abraço apertado pra você 🙁

  24. Amanda29/05/16 • 22h37

    Também quero parabenizar pelo post e pelo comentário. Sempre penso que a maioria das blogueiras que falam sobre moda, maquiagem, etc… Têm um poder de influência enorme que normalmente não é utilizado para tratar de temas tão delicados. Te acompanho há muito tempo e fiquei orguhosa pela sua coragem. Bjos

  25. Vanessa30/05/16 • 08h27

    O título do post diz tudo: um chora que não deveria existir JAMAIS!

  26. Anonima30/05/16 • 08h50

    Muito impressionada com o nível alto das suas leitoras. Bom destacar que “cultura do estupro” não quer dizer enaltecimento, glorificação do estupro, mas que ele é tratado de forma normal, corriqueira, a não ser que venha junto com violência.

    Também tenho minha história de horror que, tenho certeza, acontece em boa parte dos lares por aí.

    Eu tinha um namorado ótimo, querido, de família, carreira estabelecida… duas vezes eu – que tenho sono super pesado – acordei com ele fazendo sexo comigo. Na primeira eu deixei passar, achei que ele tinha se enganado, que eu tinha me enganado. Na segunda não deu, até porque eu estava menstruada – de OB – e foi uma dificuldade para tirar o absorvente depois.

    Nunca mais consegui transar com ele, na verdade a presença dele me dava uma repulsa que eu não conseguia explicar. Assim, o relacionamento acabou. Ele não faz nenhuma idéia nem do motivo do fim, nem de que ele é um estuprador.

    Comentei com as amigas mais próximas e muitas revelaram que já tinham vivido algo parecido. ISSO é cultura do estupro.

    • Alessandra31/05/16 • 09h16

      Muito triste isso!Bom que você teve coragem de relatar esse tipo de crime.
      E é um tipo de estupro pouco comentado: o realizado pelo parceiro ou ex companheiro e totalmente aceitável pela sociedade. Tenho nojo! Repulsa absoluta define.

      Uma amiga recebeu o ex-marido em casa pra conversar sobre a pensão dos filhos. O desgraçado a estuprou dentro do apartamento dela. Fomos eu, ela e uma amiga nossa que é advogada até a delegacia para prestar queixa.
      Foi um dos piores dias da minha vida! Ver uma pessoa tão querida acabada emocionalmente ser questionada de forma desrespeitosa, hostilizada e até piadinhas com deboche fizeram.
      A pergunta corriqueira que faziam é se ela realmente não queria e porque recebeu o ex-marido em casa. Oi? Hein?
      Surreal! Pessoas despreparadas e a cultura do estupro reinando absoluta.

      Não importa se é uma pessoa conhecida, desconhecida, se é ex ou atual. Se você diz NÃO QUERO e é coagida física ou psicologicamente, é estupro. Ponto.
      E vamos parar de questionar a vítima pela agressão sofrida, pelamor!

      Orgulho de ver que a o blog que frequento tem mulheres tão esclarecidas assim.

      Gratidão eterna, Cony e meninas! Fico imaginando quantas mulheres sofrem ou sofreram caladas e não tinham sido esclarecidas sobre este tipo de violência recorrente.
      Vamos nos informar, divulgar informações e empoderamos umas as outras.

  27. CLARISSA30/05/16 • 09h07

    TODAS as mulheres já sofreram assédio… TODAS NÓS!! Quando foi o seu primeiro? o meu foi com 11 anos, um professor da escola…não fui estuprada… nunca contei a ninguém… Hoje tenho 2 filhas, de 9 e 5 anos… Como ensinar a se proteger? Porque é muito bonito falar que temos que mudar a cultura do estupro, mas, se vc está bêbada numa festa, é vc que vai ser assediada, é vc que tem que se defender!Então, penso eu, temos que todas aprendermos a defender umas ás outras… amiga bêbada, junta, leva pra casa.. amiga sendo rodeada por um grupinho de babacas, gruda nela, espanta os caras!! juntas somos fortes! Temos que reagir! Esses imbecis não são acostumados a serem enxotados! Mexeu com uma, mexeu com todas.. só assim nos protegemos! Chega de achar que a mulher que é a nossa inimiga! Nós temos que nos defender, nos ajudar, nos empoderar… só assim a sociedade muda!Bora refletir, galera!

  28. Daniela30/05/16 • 09h31

    Gente, que absurdo. Fiquei muito triste por você é pela sua mãe, que não tem um psicológico bom para agir como tal.
    Parabéns por ter vencido essa barreira,mesmo que com sequelas, e com certeza você será uma mãe melhor para suas filhas. Só acho que, em vez de fiscalizar as redes sociais delas,você deveria não deixá-las terem quando pequenas. As redes sociais têm idade mínima para participantes e , mesmo que lutemos por educação, tem muita gente mal intencionada nelas. Abraços!

  29. Claudia30/05/16 • 09h58

    Fico imensamente feliz que vc tenha tido a coragem para buscar uma terapeuta que lhe ajudou a entender a situação. Vc foi sim vítima e não causadora de tudo isso. Tb passei por situação similar (não com abuso mas por ter decidido fazer um aborto) e, por muitos anos da minha vida, me senti culpada e suja. Só quando tive maturidade para mergulhar no assunto consegui entender todas as circunstâncias e a incapacidade da minha família e do meu namorado em me apoiarem (a decisão pelo aborto foi justamente pela constatação de que eu estava sozinha aos 18 anos e que teria que criar um filho sem apoio moral ou financeiro de ninguém). É tão mais fácil para todos julgar e culpar do que olhar para dentro e assumir suas próprias falhas no processo. Isso ainda dói muito mas entender que sou vítima me fez olhar de forma correta e realista para isso, assumindo minha falha mas entendendo que fui levada a essa situação. Hoje ando de cabeça erguida!
    Sobre a cultura do estupro, temos que fazer nossa parte. Esses dias conversei seriamente com um homem que é grande formador de opinião e que se posicionou, publicamente, contra essa cultura. Mas quis saber dele o que ele pensava a respeito e qual não foi minha surpresa qdo percebi q ele não dava conta de discutir o assunto. Acho que os homens não têm capacidade mental para entender o quanto são culpados por isso, por uma “mera” cantada ou pelo olhar para a mulher como objeto. Isso vai contra tudo o que eles aprenderam a ser. Mas há alguns que querem realmente lutar contra essa cultura. Então, nosso papel é ajudá-los a enxergar o que está errado e como devem se comportar. Ajude um homem a repensar suas atitudes e vc estará ajudando vários a mudarem essa cultura!

  30. Maira30/05/16 • 10h05

    Tão triste ler esse tipo de relato, a gente fica pensando e se perguntando de quem é a “culpa”, é da família, é do namorado da mãe, é de um amigo, da escola, da polícia? É tanta gente envolvida e no final a gente percebe que a culpa é de todos, da família sem estrutura nenhuma que virou as costas para o problema, dos “amigos” que não a acolheram, da escola que não a amparou, da polícia que não fez valer a justiça. Acima de tudo o que o estuprador fez, o que mais me deixou alarmada foi a reação da mãe, pq nessa hora, a menor como vítima, quer é ser amparada pela mãe, compreendida e protegida…triste ver uma mãe não lutar pela sua filha, fazê-la se sentir um nada e agir como se a vítima fosse ela e não a filha.

    Espero e torço para que as mulheres parem de ser apontadas como as causadoras e sejam apontadas como vítimas, que a justiça seja feita independente do comportamento ou da vida que ela leva, que a lei saia do papel e faça valer e que todos nós não nos acostumemos e nos acomodemos.

  31. Dry di Moraes30/05/16 • 10h15

    Fiquei sem ar, sufocada, suando frio com esse relato. Um nó na garganta e uma vontade de gritar sem poder. Não consigo nem imaginar como é passar por isso. Nenhuma mulher/menina/criança…. NINGUÉM merece sofrer isso 🙁 Muito triste mesmo.

  32. Thais30/05/16 • 14h47

    São tantas histórias tristes… Espero que um dia a mentalidade de todos mude em relação ao assunto. Acredito que é, sim, uma questão cultural de banalizar o estupro e procurar culpados em todos os lugares, menos no próprio agressor. Fico profundamente triste pela leitora, mas quero registrar minha admiração por todo o esforço dela em superar esse trauma (o que, certamente, foi – e está sendo- dificílimo).
    Parabéns a você também, Cony, por trazer o assunto para o blog e, além de outras coisas, oportunizar à leitora que se sinta acolhida neste espaço!

  33. grazi30/05/16 • 15h22

    obrigada cony pelo espaço que vc deu para a moça, qto mais falarmos no assunto, mais vamos nos dar conta que a CULPA NÃO É NOSSA!!!

  34. Helisa30/05/16 • 15h44

    Olha, eu sinto muito mesmo… Você carregou seu fardo lindamente, se tornou uma mulher forte e uma mãe maravilhosa. Jamais tenha vergonha do que você passou, é triste sim, mas é um alerta e há de ser feito um escândalo SIM! Com tantas coisas acontecendo, eu tenho andado nervosa até com quem me encosta de repente, e tenho mágoa de todo homem que insistiu quando eu disse não… Os homens estão acostumados com a ideia de que devemos ceder, e isso também é triste. E esses dias aconteceu uma coisa engraçada, conversando com meu namorado sobre um colega dele que bate na esposa (e na amante) eu acabei soltando um: “levantaram a mão pra mim, mas foi uma vez só pq eu não aceitei”. Ele levou um susto e eu também, porque nunca havia dito isso pra ninguém e vejo como 4 anos atrás eu romantizei um ato bruto do meu primeiro namorado, acho que no meu subconsciente eu dizia pra mim mesma: Ele não fez isso, não é possível… Terminamos o relacionamento na época mas levou 4 anos pra eu finalmente aceitar o que aconteceu, mesmo que por impulso. Hoje agradeço os homens presentes na minha vida, que são tão maravilhosos. Devemos acabar com tudo isso, a romantização, a relativização e tudo o mais. Desejo a todas nós muita força e muita luz pra enfrentar tudo isso, e sei que você vai dar a base, a força e o empoderamento que você não teve, às suas filhas. Muito amor na sua vida, que seja só felicidade <3

  35. Anne30/05/16 • 15h57

    Em quaisquer um dos casos, é importante lembrar que as mulheres foram vítimas. Ouço muitos comentários machistas, falando da menina do RJ, que ela subia o morro ‘pra dar pra 15 caras de uma vez’, que ela era drogada, que sempre fazia isso. E daí? Desde quando isso dá aos homens, 30 homens, o direito de fazer o que fizeram com ela?
    E eu, que durante alguns anos da minha infância, fui molestada pelo meu avô? O que eu era? Eu procurei por aquilo? Aliás, eu, minhas primas e um PRIMO! Meu avô nunca teve coragem de consumar o ato com as netas (talvez com medo que nós engravidássemos), mas fez isso com meu primo…Então fomos sem-vergonhas, putas…? Não. Fomos vítimas como a menina do caso do Rio e a moça do triste relato. Sinta-se abraçada.

  36. Iasmin30/05/16 • 19h23

    Parabéns, Cony. Obrigada por postar isso. Toda vez que algo relacionado a violência sexual vem a tona sempre fico muito introspectiva. Hoje entendo que não é apenas a minha empatia com as outras meninas e mulheres que passaram por isso, mas é porque eu lembro de situações que aconteceram comigo e que foram SIM abuso sexual, embora não tivesse chegado à conjunção carnal, o problema era que eu não sabia identificar os sinais, não sabia como pedir ajuda.

    A dor de cada mulher violentada deve ser nossa também. Precisamos ser ouvidas. Precisamos ser respeitadas. Eu não consigo sequer assistir filmes com cenas explícitas de estupro (Millenium e Preciosa, por exemplo). Não consigo…passo mal! O filme perde totalmente o interesse pra mim…Chega da erotização exacerbada das cenas de estupro, entendo que as histórias precisam de um contexto, mas entendam que o estupro é uma violência acima de qualquer outra, marca a vítima, a família, para sempre!

    Estou com você, querida. Eu entendo perfeitamente o que aconteceu com você, você apenas não sabia identificar os sinais! Receba o meu abraço…e me abrace também!

  37. Soraya Teixeira Silva31/05/16 • 00h44

    Nossa, que dor no peito! Sinta-se abraçada e acolhida, foi um horror o que aconteceu, não deixe que ninguém nunca diga o contrário ou relativize os acontecimentos.
    Discordo de você num ponto apenas: houve sim MUITA violência contra aquela criança que você era. O adulto era ele, toda a responsabilidade era dele, ELE deveria te-la respeitado e respeitado seu corpo.
    Espero que um dia nenhuma de nós jamais passe por qualquer violência socialmente aceita simplesmente por sermos mulheres e saiba que seu relato construiu um pouco esse futuro.

    Um grande abraço!

  38. Ana31/05/16 • 00h47

    Estou indignada com a forma que muitas mulheres tem tratado o caso do estupro da menina de 16 anos do RJ! Tanto machismo disfarçado de moralidade me enoja…Sei o quanto é difícil dar expor o que está se passando, ter coragem de ir contra o homem, o macho alfa…

    Eu também sofri com violência sexual, pois fui molestada pelo meu próprio pai durante toda minha infância…Ele uma vez, acho que eu tinha uns 6 ou 7 anos e como eu era gordinha tinha a área dos mamilos gordinha, então ele me pegava no colo e passava insistentemente a mão por baixo da minha blusa, sempre que eu tentava impedi-lo, ele vinha com a frase “você sabe que papai te ama, né bonequinha…”, eu me sentia triste por não atender ao único que “gostava” de mim, pois minha mãe era muito seca comigo, sempre tinha uma frase fria, ou evitava que ficassemos muito perto dela (cheguei a pensar que não era filha dela), por isso era muito carente de afeto…Assim ele, como todo predador, fazia de mim gato e sapato, com essa falsa ideia de carinho paterno…Tinha vezes, que eu estava sentada no sofá, ele me pegava no colo e enfiava a mão no meu short, sempre com a mesma frase de “bonequinha do papai”…Cresci achando que isso era normal entre pai e filha, até que, aos 13 anos, na escola, uma professora levou revista Seleções e li um relato semelhante ao meu onde era explicado que isso não era normal, que não era amor de pai com filha e caiu a ficha…Fui correndo chorar no banheiro, para ninguém ver…Ao sair, disse que estava com dor de cabeça e fui embora, aos prantos…Como estudava bem longe de casa, fazendo o caminho a pé, tive muito tempo para pensar…várias vezes, pensei em me jogar debaixo de algum caminhão ou viaduto, mas o medo de não morrer e dar trabalho à minha mãe e ainda atrapalhar a vida de algum pobre motorista me impedia… Assim, cheguei em casa e tomei vários e vários banhos, me esfreguei até com bombril, de tanto nojo… nada fazia aquela “lama” sair de mim…E a culpa ia só aumentando…

    Assim, nunca tive coragem de contar a minha mãe, por temer que ela não entendesse, me julgando a pior das criaturas, pois ela até momentos antes de morrer dizia o quanto amava meu pai. Embora ele nunca tenha sido bom marido, porque até bater nela já bateu, além de humilhá-la constantemente, mesmo durante o tratamento que ela fazia contra o câncer de colo de útero…

    Durante anos, me senti culpada, nojenta como filha, como ser humano. Aos 21 anos tentei me matar misturando diversos comprimidos, numa crise de depressão, e nem na carta de suicida consegui contar o real motivo, parecia…Tudo isso, motivado pela angustia de não poder sair de casa, por não querer abandonar minha irmã caçula (a qual eu sempre protegia dele), uma vez que tinha medo de que ele repetisse o mesmo com ela…Mas eu também não queria abandonar minha mãe, sentia-me em divida com ela, como se a culpa da vida deplorável que ela vivia fosse minha por simplesmente eu ter nascido e assim ela ser obrigada, na época, a casar com ele…
    Depois de terapia e de me entender como vítima, a culpa acabou…Porém a cicatriz ainda existe…Tenho medo sempre que vejo um homem com uma criança sentada no colo, ainda me dá arrepio pensar que outra criança pode passar pelo que passei…

    • Constanza31/05/16 • 10h21

      Ana, Ana… nem sei o que te falar… estou mt triste com seu relato e com uma vontade enorme de te dar um abraço. Por favor, fique bem, não olhe para essa cicatriz, sinto tanto pelo que vc passou que vc não tem nem ideia…

    • Alessandra31/05/16 • 18h17

      Ana e meninas que relataram a violência sofrida.

      É difícil pensarem algo que sirva de conforto neste momento.A dor de vocês é inimaginável.
      Tal como a Cony disse, dá vontade de abraçar alguém que nunca vimos o rosto. Abraçar e apertar pra ver se a dor sai um pouco.

      Tem um movimento chamado “Preciso contar o que aconteceu comigo”.
      Os relatos são de partir o coração e embrulhar o estômago,eu deixei o meu relato ano passado( 11 anos e o dentista passou a mão nos seios que eu nem tinha ainda e tentou me beijar).
      Quebrar o silêncio me ajudou bastante e ainda que alguma mulher nunca tenha sofrido assédio ou abuso( o que acho, praticamente, impossível) é importante estarmos unidas pra combater esse câncer tão enraizado na nossa sociedade.

      [https://www.facebook.com/precisocontaroqueaconteceucomigo/]

  39. Bethania31/05/16 • 07h54

    Querida amiga Fufu! Se você já consegue contar com tanta clareza isso significa um avanço muito grande! Fico muito feliz por você! Nós mulheres, quando nos deparamos com histórias como essa ou da menina estuprada por 30, sempre nos recordamos de alguns casos que nos foram contados ou até mesmo quase vivenciados por nós! É impossível ser mulher e nunca ter nem chegado perto de pelo menos uma tentativa de abuso! Isso tem que acabar! É nosso direito ir e vir sem medo! Não consigo nomear essa situação como “cultura do estupro” pois acho que a cultura machista juntamente com a imundice que existe na cabeça de certos homens fazem com que eles se sintam no direito de tratar mulheres como objeto. É muito triste! É muito sério! Isso tem que acabar! Nós mulheres vamos conseguir! Você já está fazendo sua parte! Eu irei fazer a minha!

  40. Débora31/05/16 • 07h55

    Ontem revi um filme que fala deste assunto. A moça está dançando de forma sensual e um bando de monstros se acham no direito de estuprá-la. O filme mostra o julgamento e a condenação. Sabem quem pode mudar esta cultura hedionda. Nós, MÃES DE MENINOS. Vamos criar nossos filhos homens de um modo que, quando eles cresçam, tratem “as mulheres mais novas como irmãs, e as mais velhas como mães”.

  41. Mari31/05/16 • 15h59

    Sempre que leio relatos como esse, sinto uma ânsia terrível. Fui abusada por um tio quando tinha uns 6 ou 7 anos, não sei ao certo, mas a cena que eu estava no quintal brincando e ele me encostou na parede e colocou a mão dentro do meu short, eu lembro perfeitamente.
    Nunca tive coragem de contar pra ninguém. Eu lembro que quando fui crescendo e entrando na adolescência é que fui entendendo a gravidade do que tinha acontecido comigo. Mesmo minha mãe sempre tendo cuidado de não deixar as filhas sozinhas com estranhos e até mesmo com os tios, ainda assim aconteceu. Algumas vezes quando assistia ao lado da minha mãe alguma matéria sobre abuso sexual por alguém da família, tive vontade de contar, mas desisti porque sei que ela sofreria muito. Segui minha vida, e tentei não pensar mais nisso. Mas hoje com 30 anos e querendo ser mãe, todos esses sentimentos se potencializam, entro em pânico em pensar que isso pode acontecer com meu filho, já tenho uma dificuldade enorme de confiar nas pessoas, imagina uma pessoa para ficar com meu filho quando eu precisar trabalhar? Tenho pavor só de pensar. Pretendo começar a terapia, espero que me ajude.

  42. Cris31/05/16 • 17h48

    Uma mulher sempre tem algum fato para contar sobre esse assunto.
    Uma pena que, na maioria das vezes, temos vergonha de falar…
    Quantas vezes o vendedor de picolé passava se masturbando na minha frente e da minha colega em frente à calçada da minha casa?! Nem consigo contar… foram tantas…
    Abusada nem uma, nem duas.. foram algumas vezes pelo senhor meu vizinho e pelo filho mais novo dele… Hoje quando penso, só me vem NOJO na cabeça… Engraçado que não tenho memória viva da infância, a não ser dos fatos que aconteceram com eles…
    Triste!! Mais triste ainda é pensar que é uma coisa corriqueira.. Hoje mesmo, no meu prédio, uma mãe gritava horrores pq o entregador da farmácia tinha levado o filho dela de 3 aninhos para a escada quando ela saiu para atender o telefone…
    Aff… Deve ser por isso que penso cada dia menos sobre ter filhos…

  43. ana01/06/16 • 01h07

    Obrigada a todas, principalmente a você Cony, pelo espaço. Foi bom contar isso para mais alguém, pois agente se senti tão pequena, tão desprotegida, tão…enfim…Obrigada mesmo!

  44. Sara01/06/16 • 07h57

    Escrevo para deixar meu abraço e minha solidariedade a todas que sofreram abuso. Cada vez que vejo que alguém colocando a culpa na vitima sinto uma facada no peito, tristeza e dor,e um outro ato de violencia. Feliz por encontrar aqui pessoas que pensam como eu. (Desculpem,teclado sem acentos).

  45. Edy Antunes19/09/19 • 07h46

    E bem complicado tudo isso ….na vdd a estrutura familiar dessa moça já deixou a desejar um início de vida não planejado …acaba a prejudicar toda uma história…mas graças a Deus vc está bem …e tudo deu certo …cultive amor guarde amor … esquece vc nunca vai esquecer …mas alivia .hoje vc e uma mulher e com certeza fará a diferença na vida dar suas filhas …um