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Dicas de Viagem
08 jan 2015, 45 comentários

Diário de Viagem: Duas Vinícolas Diferentes no Chile

Hoje vamos falar de uma coisa que me gusta mucho: VINHOS!

O tal do vinho é um dos grandes responsáveis pelas minhas gordurinhas mais resistentes, pois posso até cortar pão de queijo e coxinha, mas vinho não! Antes que pensem mal, não sou alcoolatra tá? Mas adoro tomar uma tacinha a noite, sem motivos nenhum e só para curtir mesmo. Prazer, Constacinha.

Aqui no Chile já visitei a Concha y Toro que é a vinícola mais comercial e com melhor infraestrutura. É muito bonita mas prepare-se para ver muitos brasileiros e um comércio muito bem definido. Ela segue uma linha mais industrial então quem quer algo mais artesanal ou em menor escala pode não gostar muito. Ainda assim acredito que quem nunca foi a uma vinícola deveria ir na Concha y Toro e em outra menor para ver a diferença. Também já visitei a Indómita, que fica no caminho a Viña del Mar. É pequenininha, mas bem bonita e aconchegante. Dizem que o restaurante de lá é muito bom mas quando fomos estava fechado.

Desta vez fomos na Viña Santa Rita e na Errazuriz e contarei um pouquinho sobre elas.

Vamos começar pela Santa Rita!

Queríamos fazer algo diferente e meu namorado viu que existia um tal de Bike and Wine nessa vinícola. Nada mal para queimar as gordices de final de ano certo? A empresa que faz o passeio se chama Turistik e se não me engano é a maior empresa de passeios turísticos em Santiago. Tem vários roteiros: para o litoral, por Santiago mesmo, pra neve… Confesso que tinha escutado falar bem mal dela, que era muito cara e bagunçada mas como era a única opção, fechamos com eles mesmo via internet (pois tinha um desconto de 10%) e o passeio Bike and Wine ficou por uns USD 60 por pessoa.

Eles tem uma lista de hotéis onde passam para te pegar, e se seu hotel não estiver na lista, você escolhe o local mais perto. Marcamos às 8:15 da manhã perto da casa da minha mãe e por volta de 8:30 uma van nos pegou. Achei que daí iríamos direto para a Santa Rita mas nos levaram ao estacionamento do Parque Arauco onde um MONTE de ônibus e um batalhão de turistas procuravam seus respectivos passeios. Achamos o nosso e partimos.

A Santa Rita fica a uns 45 minutos de Santiago, no Valle del Maipo,  e nosso passeio de bike deveria começar por volta de 10 horas da manhã, com duração de uma hora e meia e sem direito a pausa para almoço. Após o passeio, a volta para Santiago seria imediata. Ok né…

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Lá é muito bonito, jardins lindos e muito verde. Não é grande (comparando sempre com a Concha y Toro), mas é mais intimista sabe?

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Uma das particularidades da Santa Rita é que lá foi redescoberto o Carmenere! As videiras dessa variedade foram dizimadas no mundo inteiro por uma praga (a filoxera) e pensaram que nunca mais haveria carmenere no mundo. Até que um francês veio ao Chile em 1994, foi passear na Santa Rita e que folha ele viu lá? CARMENERE! Sim, o Chile não foi afetado pela praga devido as suas barreiras naturais (mar, deserto, cordilheira e glaciais) e eis que o mundo novamente tinha seu Carmenerzinho. E hoje em dia, todo carmenere é derivado do Chile, mais precisamente da Viña Carmen de Santa Rita!

Êeeeee, todo mundo junto comigo: chi chi chi, le le le! 

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10 horas e nada… 10 e meia e nada… 11 horas e NADA! O que estava acontecendo? Fui perguntar para a guia e eis o problema: NÃO HAVIA BICICLETAS DISPONÍVEIS! Como assim? Como uma empresa desse porte monta um passeio desses se não tem bicicletas disponíveis???

Faltavam cerca de 4 (ou 6, não me lembro) bicicletas e descobrimos que elas existiam porém estavam todas com os pneus vazios. Era só encher certo? Certo, mas não tinha o trequinho que enche… Daí me lembrei do que tinha escutado falar da Turistik… Foi um caos. Eu não entendia como podiam ser tão desorganizados. Se tem um grupo fechado para o passeio com X pessoas, manda alguém antes do grupo chegar e arruma as bikes e já deixa tudo prontinho! Mas não, tivemos que chegar lá para eles começarem a arrumar as bikes e se deparar com os pneus vazios. Por um momento a guia falou em cancelar o passeio, o que gerou a ira de todo mundo, afinal, uma manhã de férias vale ouro! Todo mundo com os dias contados para aproveitar! 

Depois de um tempo conseguiram a bomba para encher os pneus e pronto, o passeio saiu quase meio dia!

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E lá fomos nós. 

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Estava muito quente mas o passeio é bem tranquilo. Achei que seria mais hard, mas foi piece of cake.

Após o passeio aconteceu a tão aguardada degustação de 3 vinhos Santa Rita. Não sei porque não tirei fotos… O rapaz deu várias informações úteis e ele conhecia bem sobre o assunto. Explicou temperatura do vinho, teor alcoolico, como segurar a taça, com o que harmonizar… Bom, acho que sei o porque de não ter tirado fotos… estava bebendo hahaha.

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E a surpresinha depois da degustação. Como pedido de desculpas, a Turistik deu cestas de picnic! Estavam bem recheadas e com a fome que estávamos, deixamos passar o deslize viu Turistik? Mas só desta vez.

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Lindo passeio e acho que super vale a pena, mas o picnic foi uma das partes mais legais e não estava no roteiro. Se existisse o Bike and Wine and Picnic, seria PERFEITO. 

Agora vamos para o luxo da Viña Errázuriz?

No caminho para a praia (frequento o litoral norte) tem o Vale do Aconcágua e eu nem sabia que existiam vinícolas por lá. Meu namorado pesquisou e achou a Viña Errázuriz, perto de San Felipe, a uma hora e meia de Santiago mais ou menos. Desviamos um pouco o caminho e para lá fomos.

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O lugar é lindo. Lindo de maravilhoso. Pertence a uma das famílias mais tradicionais do Chile e se procuram exclusividade, a Errazuriz é a sua escolha.

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Nós fomos na sorte, pois vimos no site que era necessário fazer reserva mas ninguém me atendeu pelo telefone. O lugar é de fácil acesso (fomos de carro) mas tem que prestar atenção a sinalização. A entrada não diz que é entrada, mas paramos para ver se era por lá (um portão enorme e maravilhoso) e era lá mesmo.

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Essa sem dúvidas foi a vinícola mais chique que já conheci. Ainda mantém vários cômodos exatamente como o Don Maximiliano Errazuriz deixou. Ah, por sorte teria tour no dia que fomos, um grupo tinha reservado e a moça deixou a gente fazer junto com eles, então sobre a reserva, é bom fazer mesmo! Tem restaurante, mas também precisa reservar. Como a Errazuriz fica mais longe, tudo é com horário marcado e a cozinha não fica aberta o dia todo para o público. Eles cozinham para o número exato de pessoas reservadas. O menu parece bom apesar de alguns reviews negativos na internet. Nós preferimos não arriscar, era caro (30 mil pesos por pessoa, uns R$ 150) e as resenhas negativas nos desanimaram. 

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Tudo é muito bem cuidado, rola uma mistura de arquitetura antiga e tradicional com modernidade.

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O prédio onde ficam os vinhos ícones (os mais tops) é impressionante! Parece um laboratório da Nasa de tão moderna.

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E a degustação foi quase perfeita. Enquanto a maioria das vinícolas oferece 3 tipos de vinhos, na Errazuriz são 4 e ainda acompanha queijos e biscoitinhos. Mas porque “quase” perfeita? Porque achei a explicação da guia bem vaga e sem muitos detalhes. Foi basicamente sentir o aroma dos vinhos e beber, sem maiores informações. Eu já gosto de saber mais rs. Ah, o valor do tour é de 20 mil pesos por pessoa, cerca de R$ 100.

  • Saindo da trivial Concha y Toro, existem muitas vinícolas interessantes no Chile! Quem souber de outras que não foram citadas aqui, pode mandar a dica nos comentários.
  • E teremos mais um post de Santiago e logo em seguida o geral, com todos os posts sobre o Chile já feitos até hoje no Futilish!