Comportamento
Chora Que Eu Te Escuto
08 abr 2021, 43 comentários

Chora Que Eu Te Escuto

Gente, estou pensando em fazer uma versão do Chora em podcast, comentada por convidados! O que acham da ideia? Diz meu irmão que a “onda” agora é ouvir e não ler hahaha. Mas vamos lá:

Chora 01 – Rosa

Oi Cony, obrigada pelo espaço. Meu chora é o seguinte: Eu não consigo tirar da minha vida uma pessoa tóxica.Tenho uma amiga que é extremamente tóxica, está sempre falando mal dos outros, fofocando, reclamando de tudo, se acha sempre dona da razão, fala mal das minhas amigas, fica triste com a alegria dos outros e gosta de me criticar e colocar para baixo. Porém ela não é o tempo todo assim. Às vezes ela é uma pessoa divertida, solidária, ela gosta de me ajudar, fala bem de mim, é carinhosa. Não sei como não absorver esse mal dela e continuar amiga. E eu não consigo me afastar dela porque sei que ela não é de tudo ruim. As pessoas têm defeitos, ninguém é perfeito. Será que estou sendo boba de deixá-la me poluir com sua negatividade ou ruim por querer me afastar? Eu também não sou perfeita, mas também não sou fofoqueira desse jeito, nem negativa. Mas amizades não deveriam se aceitar? Eu penso em sumir da vida dela, mas me sinto tão cruel pensando em fazer isso. Ela me sufoca às vezes, mas eu não consigo cortar essa relação.

Quantos Choras sobre amizade ultimamente hein? Mas bem, Rosa amiga minha, acho que você pegou “ranço” dela por algum motivo específico e daí desencadeou esse monte de “defeitos” que você, no mesmo texto, defende mais abaixo. Diz que ela gosta de te criticar, mas também diz que fala bem de você. Você diz que ela te coloca pra baixo, mas ao mesmo tempo é carinhosa. Que ela é fofoqueira, mas ela não fofoca sozinha, tem alguém ouvindo… Que ela fala mal dos outros, mas você tá lá na conversa. Fala mal das suas amigas e você é a ouvinte? Nesse caso, tô achando que o problema está em você e não nela viu? Não que seja um “big” problema, mas algo rolou que te deixou bem chateada, te fez pontuar todos os defeitos dela e repensar a amizade. Pelo que absorvi do seu relato, você gosta dela sim, quer manter a amizade mas está magoada. Resolva essa mágoa, analise com calma, com o coração aberto e veja se realmente ela é isso tudo que você está falando e não vale sua amizade.

Chora 02 – Margarida

O começo vai ser clichê, mas é cheinho de sinceridade. Não sou dino, te acompanho há uns 3 anos e admiro a sua postura. Apresenta as novidades, dá dicas interessantes, produz conteúdo para que nos tornemos pessoas melhores, estética e eticamente.

Vamos ao chora… tenho 30 anos, emprego estável, vida social relativamente ok, tenho amigos e os amo profundamente. Sempre fui de ter baixas emocionais, oscilo demais, não afeta o meu trabalho (aliás, afeta, mas engulo e vou para frente). Contudo desde  2017 entrei em uma espiral que não consigo sair. Mudei de cidade em 2014, primeira vez fora de casa, comecei a namorar (1º namorado), noivei, morei junto e terminamos por incompatibilidade de planos, estava me sentindo insegura sobre o futuro, parecia que ele só estava seguindo o fluxo. O que eu não imaginava é que o ex e minha amiga que me consolou após o término levando brigadeiro e coxinha assumissem a relação logo em seguida. Eles já casaram e tem um filho. Chorei horrores, me culpei, perguntei o porquê, tive raiva, mas já virei a página dessa turbulência de sentimentos. Foi um fato e passou. O problema é que depois disso, me sinto ainda mais insuficiente, já levei para a terapia, percebi vários padrões em mim e me forcei a mudar. Mas sinto que a mudança não é real, a insegurança está lááá dentro de mim, disfarço porque sei o que deve ser feito (atentar para minha comunhão com Deus – para mim isso é central -autocuidado, terapia, exercício físico, meditação). Há épocas em que consigo manter tudo isso, mas é um peso daqueles e logo desmorono e passo dias até sem tomar banho. Já estou cansada de me sentir assim, acho que ninguém imagina que me sinto dessa forma, escrevo isso com lágrimas nos olhos. É um peso que não consigo me desvencilhar, já recorri ao psiquiatra, fiquei em acompanhamento por um ano e tive alta. Ele disse que sou super funcional e me mantendo no processo terapêutico o remédio é desnecessário. De fato, durmo bem, faço o que tem que ser feito, mas me sinto uma fraude. Essa é a palavra que me definiria e o pior me sinto horrível por me sentir assim, ingrata por ter saúde, emprego, família e tantas coisas pelas quais tenho consciência que não invalidam o que sinto, mas que deveriam fazer que eu relativize essa sensação.

Essa forma de existir no mundo me impede de ter uma relação amorosa, e eis que um amigo que há tempos demonstrava algum interesse, mas eu não tinha certeza, afinal se não falou comigo que sou a parte interessada, para mim não há nada certo. No início deste ano ele veio em casa, fez um jantar, trouxe flores, vinho e sobremesa e finalmente rolou o beijo. Isso reacendeu toda a minha insegurança, dei mil e uma desculpas mentais para mim e para as amigas que falaram que era só medo. E depois de considerar decidi dar uma chance, sem pressão de nada. O problema é que desde então estou pura ansiedade, parte de mim quer cair fora antes que eu me envolva realmente e outra está dizendo, relaxa. Tenho receio disso bagunçar o parco equilíbrio que tenho lutado para alcançar. Geralmente entro no modo fraude, sorrio, trabalho, malho, oro, mas sinto que é tudo mentira e sinto que se outra pessoa chegar tão perto de mim eu vá quebrar, sei que parece dramático – e é – mas é isso. 

Mulher, troque de psiquiatra e volte pros remedinhos sim! Acho que você tem depressão e isso precisa ser tratado corretamente. Terapia também, não deixe de fazer! Não tem conselho que a gente te dê que vai te dar um chacoalhão e tirar essa nuvem pesada que você insiste em carregar. Você se apegou ao sofrimento, mesmo não tendo motivos para isso, mas não está se permitindo ser feliz. Podemos falar pra você fazer terapia, ir no médico, fazer meditação, exercício, ouvir musicas felizes, se cuidar mas isso tudo você já faz, mas faz na “casca” e não absorve os benefícios que isso tudo traria para você. Até um carinha bacana apareceu na sua vida mas você se sabota… A vida não é equilibrada o tempo todo, todo mundo tem seus altos e baixos e é isso que é VIVER! É o movimento! Se está tudo na mesma, qual a graça da vida? Se jogue, curta a brisa, a chuva, o calor, o frio, se não der certo, beleza, parte pra outra mas não fique esperando que tudo seja perfeito e equilibrado o tempo todo, porque não será! Nunca! E tá tudo bem.

  • Choras abertos! Mande seu relato, seu desabafo, sua dúvida, sua angústia para constanza@futilish.com e no assunto coloque CHORA QUE EU TE ESCUTO. E me respondam sobre o podcast!
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30 mar 2021, 24 comentários

Emagrecer ou Ser Emagrecida?

Senta que lá vem história…

Nos últimos 7 anos, ganhei cerca de 14kg. Se for olhar pela lógica saudável da coisa, cerca de 2kg por ano não é tão assustador assim. É até “aceitável” porém é aquela coisa… ganha um kg, deixa pra lá, acha que logo consegue perder. Ganha 2… 3… 4… 8… 10kg e quando percebe, aquele seu peso que você achava super normal e ok, virou uma lembrança e cada vez mais difícil de ser revivida.

Pois foi assim que quando me pesei e vi que de 60, 62 kg, já estava com quase 75 kg, a luz vermelha acendeu. Não me achava “gorda” confesso, ainda mais por eu ter 1,73 de altura, estava tudo muito bem espalhado hahaha. Mas sabe quando você se sente pesada, com dificuldade de fazer algumas coisas, quando coloca algumas roupas que antes ficavam tão bem e agora não ficam mais? Pois é. Eu estava assim. Vi que precisava fazer algo, mas cadê força de vontade? Todo mundo falando que eu estava bonita, marido não reclamava de nada, mas na hora de amarrar um tênis, eu lembrava que eu não era assim. Também sentia que meus braços não “fechavam” com o tronco direito, ficava meio levantadinho, fora o atrito entre as coxas que antes não existia e agora mal me deixava cruzar as pernas!

Um dia o Leo (meu marido) se pesou ao meu lado e estava com 77kg (ele) isso porque virou vegetariano durante a pandemia e perdeu bastante peso. Eu com quase 75, ele, bem mais alto que eu. E na minha cabeça, me julguem, eu não poderia nem deveria ser mais pesada que ele.

Só que desta vez eu quis realmente emagrecer e não ser “emagrecida”. Não queria remédio (já tomei sibut&*ˆ%$, fiz GH, HCG, mas sempre perdi pouco peso e voltava rápido), não queria dieta louca, alimentos difíceis de achar, queria algo que mesmo que se fosse devagar, fosse menos doloroso, menos agressivo e que durasse pra sempre. Ou seja, aprender a comer e fazer exercícios. Não teve jeito, era isso mesmo.

Pedi informacao no Instagram sobre nutricionistas em BH, mas daquelas raiz, que me dessem COMIDA COMIDA para comer e não barrinha X, pózinho de pirlimpipim, farinha feita pelas anciãs virgens do Himalaia, queria comida simples que eu pudesse achar em qualquer supermercado. Recebi MUITAS, eu disse, MUITAS, indicações, cada pessoa me indicou uma nutricionista diferente praticamente, só duas tiveram poucas repetições e entrei em contato com a duas. A que me respondeu mais rápido, ganhou minha presença kkkk

Bom, fui e vou falar pra vocês… eu sou uma pessoa difícil. Daquelas que já foi em todas as nutris da cidade, da mais cara a mais barata e que sabia exatamente o que ouviria naquele consultório. Mas fui, o que tinha que fazer eu já meio que sabia mas… fui. Chegando lá, após apresentar alguns exames, ficou decidido que tipo de REEDUCAÇÃO ALIMENTAR eu faria. Reeeducação viu gente, nada de dietas temporárias malucas que me deixassem ansiosa, triste ou sofrida.

Aliada a reeducação, resolvi pegar firme nos exercícios. Não parei durante a pandemia, mas treinar em casa, digo, dentro de casa, na sala, não é a mesma coisa que ir pra rua. Voltei pras aulas presenciais com meu personal trainer, na quadra e academia do prédio, com todos os cuidados, e comecei o desafio. Uma coisa curiosa é que detesto fazer ginástica, sempre acho que estou perdendo tempo, que poderia estar fazendo outra coisa mas aprendi a engolir o choro e ter isso como rotina na minha vida. Afinal, além de querer emagrecer, tenho problema nos joelhos e o remédio pra isso é…. MUSCULAÇÃO.

Nos primeiros dias perdi 2kg e lembro de ter ficado meio incrédula: “ah, com um copo d’água recupero esse peso“, afinal, foram anos sem conseguir emagrecer nada, como assim já tinha perdido 2? Mas os dois foram realmente eliminados, e não perdidos porque não voltei a encontrar rsrs. Aquilo me deu um gás sabe… Vi que poderia perder mais! Me agarrei nas indicações da nutri, virei a paciente chata que manda mensagem com dúvida de tudo e depois de um tempo, tudo ficou meio que automático.

O exercício ajudou demais, afinal a gente perde gordura mas tem que definir os músculos né? Os dois aliados não tem erro! Só que, é devagar. Bem devagar. Tem mês que não perco NADA, nenhum grama sequer, mas do nada, um kg some. O negócio é não desistir, porque quando a gente começa a ver as mudanças no corpo, vai dando cada vez mais vontade de fazer direito.

E vivem me perguntando: “Constanza, como é sua dieta? Conta pra gente o que você come todo dia!” Gente, minha dieta é MINHA dieta, é tão pessoal que não gosto de indicar muita coisa do que faço não. Só que reduzi o consumo de glúten e derivados de leite e gostei muito do resultado. Outra coisa que posso adiantar e acho que vale pra geral é diminuir o consumo de álcool. Ainda mais nessa pandemia que eu estava bebendo todos os dias, sim, TODOS OS DIAS! Não tipo alcóolatra, mas uma long neck um dia, uma taça de vinho outra, uma gin tônica outro dia… Daí minha nutri pediu para eu beber apenas 2 vezes por semana, moderadamente. Olha, como a gente desincha viu?

Bom, comecei essa historia toda em Outubro do ano passado, já são 5 meses que estou em reeducação e perdi quase 10 kg, estou atualmente com 66 kg. Estou super feliz, minha meta são 63 kg e vou manter o foco para conseguir até antes de Julho. Sei que não pode ter pressa, caso contrário a gente perde o foco e tem vontade de desistir! Tô mais disposta, animada, continuo odiando malhar mas vou de qualquer jeito, na força do ódio mesmo, mas me olhar no espelho e gostar do que vejo, vale esse “esforço”. Entre “aspas” porque comer direito e se exercitar não é mais do que nossa obrigação, cuidar do nosso corpo é cuidar da nossa moradia e como falei esses dias, é nossa escolha: ou cuida da saúde, ou cuida da doença. AHHHH, e meus exames melhoraram MUITO. Estavam ok antes, mas agora estão ótimos.

Pela primeira vez em MUITOS anos, em MUITAS tentativas frustradas de perder peso e emagrecer, estou conseguindo. Quando paro pra pensar que já se foram praticamente 10 kg, quase não acredito, pois não imaginava poder perder nem 1 kg sequer.

Ser “emagrecida” é fácil, rápido mas não é saudável e nem duradouro. Emagrecer é um aprendizado, lento, às vezes difícil, mas que quando o resultado vem…. ele fica!