ComportamentoEditorial
Chora Que Eu Te Escuto
26 set 2018, 65 comentários

Chora Que Eu Te Escuto!

Após alguns dias curtindo o sol do Rio e o resort mais gostoso ever (farei post sobre o hotel que fiquei), vamos Chorar um niquim?

Chora 01 – Barra

“Oi Cony, resolvi escrever porque preciso desabafar!

Estava namorando há quase 1ano e meio. Nos conhecemos na adolescência, porém éramos apenas amigos. Nos reencontramos ano passado e rolou.

E o namoro ia tão bem! Sabe quando vc acha que finalmente encontrou A pessoa? Combinávamos em tudo, adorava ficar com ele. Ele era muito amoroso, carinhoso! Não tinha joguinhos! Não tinha crises, brigas sérias por nada!  Nos falávamos o dia todo. Saíamos entre amigos, sozinhos, as vezes só viámos filme o fds todo, não importava, sabe? Começamos a fazer planos pra casar daqui 2 ou 3 anos. Ele comprou apartamento e começou pesquisar anel de noivado, pq o plano era ficarmos noivos ainda esse ano. Eu realmente me sentia amada.

Bom, ele precisou fazer uma viagem pra Europa, visitar um parente. Insistiu muito pra que eu fosse, porém, estávamos planejando essa viagem pra daqui uns meses e no momento eu não tinha condições de passar 15 dias no exterior.

Ele foi com a mãe. E durante todo o tempo me mandava fotos, falava comigo, dizia o quanto fazia falta e ia gostar de estar lá. Voltou, me trouxe vários presentes, matamos as saudades… Mas passou uns dias, começou a ficar distante.

Comecei a pressionar pra saber o que tinha acontecido, me disse que estava pensando muito no futuro e precisava resolver várias coisas na vida dele, que estava muito confuso! Eu disse que se fosse pra ficar daquele jeito, era melhor terminarmos pq não era justo e não queria perder meu tempo. Nos resolvemos no dia, mas ele continuou distante e frio, o chamei para mais uma conversa, e ele então decidiu terminar tudo! Disse que não estava bem, que começou a ter dúvidas sobre o futuro dele, profissional, pessoal.. que me amava mas também surgiram dúvidas sobre nós!

Fiquei arrasada! Choramos muito! Quando contei pra minha família e amigos, todos ficaram surpresos!!! Eu, pra ser sincera, ainda não entendo! Agora já se passaram 3 meses… Nunca procurei por ele…

Ele começou a enviar umas “indiretas sutis” por face e instagram (o que me deixou ainda mais surpresa, pq nao achei q ele fosse desse tipo). Veio falar uma vez comigo no whatsapp, me deixou alguns recados no instagram, marcações.. Respondi sempre educada, e tentei ser indiferente!

Segui com minha vida. Na verdade, aparento ter seguido! Continuo saindo com meus amigos, como quando namorava! Saio com a família, saio sozinha… faço minhas coisas!

Ele fica mais em casa, mas as vezes sai também. Começou a postar praticamente a vida toda no story do insta. Até parei de ver, mas não bloqueei e nem deletei de nada.

Minhas amigas ficam pasmas, dizem que sou muito forte, bem resolvida e tenho muito amor próprio! Sei que elas tem razão, mas ainda tenho uns momento muito de bad. Deito a cabeça no travesseiro e choro o mundo! Já aceitei o término , sei que tudo tem um propósito e ngm sabe do futuro. Estou conhecendo outras pessoas, mas sempre me pego pensando no futuro com ele ao meu lado.

Sei lá.. tem sido difícil! Queria saber se alguém já passou por algo parecido, se tem algo de bom pra me falar…

Muito obrigada pelo espaço, linda!!!!”

 

A mãe dele falou alguma coisa pra ele. Sei lá, só consigo pensar nisso. Se ele mudou depois da viagem e ficou 15 direto com mãe, tipo imersão, acho que teve algum tipo de conversa aí. Como é sua relação com a ex sogra? Ela é de boa? E ele com ela? Tipo, acata tudo o que ela fala? Dê tempo ao tempo, se tudo era tão perfeito, acho que ele volta. Mas continue firme do jeitinho que está fazendo, tá indo muito bem. Calma, não frite muito, tem coisa que TEM que acontecer e a gente só vai entender láaaaaa na frente.

 

 

Chora 02 – Leblon

Querida Cony, tudo bem? Primeiramente quero dizer que adoro teus conselhos, e que você é uma pessoa iluminada por auxiliar tantas mulheres por este mundo.

Segue meu chora: Tenho 25 anos, formada em Direito, trabalho como assessora jurídica em um órgão federal,  iniciando a profissão. Além disso moro sozinha a a aproximadamente 6 meses. Entretanto, tenho algumas dúvidas clichês com relação a relacionamento… Ocorre que, no ano de 2016, meados de setembro, estávamos em época de eleição, e eu passei a conviver com um conhecido, e acabei me apaixonando por ele, por trabalharmos juntos, só tivemos tempo de sair após o período eleitoral, mas sempre conversávamos muito, e ele demonstrava sentir algo por mim. Fomos ficando, entretanto, ele nunca tinha tempo para nada, até que em Janeiro do ano seguinte, convidei ele para ir em um evento da minha família, e ele disse que não poderia. Fiquei chateada, e me afastei. Nesse meio tempo voltei com meu ex namorado, acabei noivando, e não tivemos mais contato.

No inicio deste ano, após minha formatura, esse moço, responsável pelos cargos do nosso partido, me convocou para assumir meu cargo. No dia que trouxe meus documentos, eu e ele conversamos, ele falou que me amava, que faria tudo pra me ter de novo, e etc. Fevereiro comecei a trabalhar, e vendo ele diariamente, percebi que eu ainda tinha sentimentos por ele, portanto, optei por terminar meu noivado, pois nunca teria coragem de traí-lo. Ou seja, em março me separei, e já comecei a me envolver novamente com este, acabei me apaixonando ainda mais, e três meses após ele se afastou, alegando que estávamos entrando em período eleitoral novamente e ele só teria tempo após as eleições. Não sei o que pensar, mas diversas vezes conversamos e ele diz que quando passar outubro quer conversar comigo. Até então eu acreditava, mas semana passada fui ao comitê para uma reunião, e vi o carro de uma menina guardado na garagem dele, que eu sei que ele ficava com ela antes, e provavelmente agora voltou, mas ele sempre muda de assunto quando pergunto, por mais que os amigos dele afirmem que eles estão juntos.

Realmente não sei o que fazer, pois por mais que não tenhamos nada, ele sempre fica provocando, dando indiretas/diretas, tentando me manter próxima, mas não quero ser um plano B. sempre falo que ou ele assume ou some, mas não adianta, ele não toma uma decisão. E quando eu falo o que sinto ele me manda um emoji com fechinho na boca sabe? Sempre desviando o assunto.

 

Caiu no canto da sereia né? Que furada miga… esse embuste fez você terminar seu noivado e depois caiu fora. DELETA ESSA PESSOA DA SUA VIDA JÁ! Vai ficar nesse joguinho, nesse lenga lenga eterno. Homem que é homem e que quer uma mulher não espera um dia sequer para ficar com ela. Isso de esperar eleição é a enrolada mais cabulosa que existe. Você me parece tão inteligente, resolvida, já mora sozinha, cai nessa não. Abre os olhinhos. Não deixe esse cara te enrolar nem te confundir mais. Você é apenas mais um pratinho que ele fica rodando junto sabe-se lá com quantos outros.

 

 

Chora 03 – Copacabana

Cony, olá! Sou leitora do blog desde nem sei quando hahaha, acho que talvez desde 2010 ou por volta disso! Uma das minhas tags favoritas é o chora e hoje venho abrir meu coração.

Faz semanas que penso em escrever com o intuito de dividir minhas preocupações. Como ontem eu chorei o dia todo, e ainda estou meio emotiva e chorona e eu não sei quantas das leitoras estão passando por uma situação como a minha (e também estou um pouco cansada de me sentir sozinha nesse quesito) resolvi dividir essa agonia.

Vamos lá.. tenho 27 anos e sou casada e muito feliz nesse relacionamento. Ano passado decidimos que estava na hora de aumentar a família. Parei de tomar pílula em junho/17 e aí como minha menstruação não era regular (e após exames) fui diagnosticada com SOP (síndrome do ovário policístico). Foi horrível, chorei pra caramba mas é vida que segue, passou. Nesse tempo, eu estava em outro trabalho que era um péssimo ambiente, eu sempre pensava que não ia querer que meu bebezinho absorvesse toda aquela energia ruim. Em dezembro, recebi um convite para trocar de emprego e resolvemos dar um tempo no projeto baby, para que eu pudesse cuidar de mim. Não voltei a tomar pílula, ficamos nos cuidando com preservativo mesmo.

Esse novo emprego só se concretizou em abril deste ano, sendo que eu contei pro cara que me contratou que eu queria engravidar ainda esse ano, achei fair. Só que esse cara acabou saindo e eu acabei ficando sentida, com medo que pensassem mal de mim por mal ter acabado de chegar no novo emprego e já aparecer grávida. Esse era o primeiro motivo pelo qual eu vinha a semanas pensando em escrever. Eu não sei se essa pressão existe ou se eu acabei criando, porque adoro meu emprego e sinceramente, morro de medo de voltar da licença e perder espaço O mundo corporativo é um pouco cruel nesse sentido (apesar de eu sempre achar  que a pressão vem das MULHERES, porque já tive várias experiências de mulheres falando mal de grávidas, nunca de homens). Tô a semanas meio mal com isso, ainda mais que o trabalho diminuiu pois a equipe ainda não foi reposta e não quero ser taxada de “ah ela engravidou pra não perder o emprego”. Eu me dedico pra caramba sabe, quero muito conquistar ao meu lugar ao sol.

Em paralelo a essa agonia, ontem eu menstruei, meu mundo caiu. Voltamos a tentar faz pouco tempo sabe, mas dói tanto. Eu sei que o pessoal fala que tem que desligar, esquecer e coisa e tal, mas machuca. Meu marido tá que não pode ver uma criança que para o que tá fazendo pra olhar sabe. Ele que muito, eu nunca tinha visto um homem querer tanto assim ser pai. E eu, o ano passado eu também queria muito, mas como eu estava agoniada com o trabalho ruim, estava meio confusa. Agora que voltamos a tentar (esse é o terceiro mês desse ano que estamos efetivamente tentando) cada vez que a m. vem é muito ruim, a gente se sente mal sabe. Aí você começa a ouvir todo mundo falar que engravidou de primeira, que fulana mal começou a namorar e já engravidou e coisa tal, e começa a pensar meu Deus elas nem queriam e eu que quero tanto nada.

E ao mesmo tempo que todo mundo fala pra você desligar, que não pode pensar nisso, a família inteira te cobra. Fica aquela pressão de cadê o netinho, ah no natal do ano que vem vai ter bebê, e tudo isso machuca tanto. Eu quero tanto nosso bebê.. ser mãe, tenho sonhado quase que toda semana que estou grávida;

Ninguém conta que fica anos tentando, que não é fácil pra todo mundo como parece, as pessoas escondem esse tipo história e isso faz a gente se sentir tão mal. Por isso eu queria compartilhar um pouquinho da minha dor, pois eu não sei quem mais está passando por isso.

Ps: meu marido também está fazendo exames e descobriu que tem mobilidade reduzida, talvez tenha operar então isso também pode ser um “fator atraso”. Apesar disso, ontem fiquei arrasada com a m.

Espero que meu texto tenha ficado claro e que quem esteja nessa mesma situação sinta-se abraçada porque não é fácil.

E sim, preciso de um conselho, principalmente quanto ao primeiro tópico.

Grande beijo Cony!

 

Olha só, o lance realmente é desencanar. Tive amigas que tentaram anos engravidar e nada (e sim, eu sei de mais casos de demora do que casos que é rápido), gastaram uma super grana com fertilização e nada. Daí quando desistem, engravidam. Conversa com sua família e amigos, fala pra eles que você está se sentindo pressionada e que não quer que ninguém mais te pergunte sobre isso e realmente, tenta desligar desse assunto. Pede pro seu marido fazer o que tem que fazer no caso da saúde dele e não se desespere. E SOP é suuuuuuuper comum, também não fique agoniada com isso. Pra tudo tem solução. Sobre seu trabalho, imagino que deve ser tenso mesmo, mas novamente você está se preocupando com algo que ainda nem aconteceu, tudo esta na base da suposição. E SE eu engravidar, E SE eles acharem que fiz de propósito, E SE me mandarem embora, E SE eu perder espaço. Pare de se cobrar! Pense no agora, faça seu melhor HOJE. Boa sorte!

 

 

  • Vou fechar o recebimento de Choras na próxima semana! Se quiser participar e enviar sua angústia, dúvida, seu desabafo, mande logo um email para constanza@futilish.com e no assunto coloque CHORA QUE EU TE ESCUTO. A gente escuta e aconselha 🙂
ComportamentoEditorial
Chora Que Eu Te Escuto
19 set 2018, 63 comentários

Chora Que Eu Te Escuto

É quarta feira que fala? Então CHORA!

Chora 01 – Debora

“Oi Cony! Meu chora pode ser algo simples, mas que me desestabiliza completamente. Vou tentar resumir um pouco.

Saí de casa aos 18 anos pra fazer faculdade, numa cidade a 200km de distância da casa dos meus pais. Hoje tenho 25 anos, formada há pouco tempo, porém nunca consegui uma vaga na minha área. Namoro há 7 anos com alguém que tenho certeza que é com quem quero passar o resto dos meus dias. Nos completamos muito bem. Meus pais sempre o adoraram. Desses 7 anos, 6 anos e meio namoramos a distância (aproximadamente 600km). Há 6 meses, depois que me formei, resolvi vir morar junto.  Ele ainda está terminando a faculdade, e por enquanto ainda moramos com a mãe dele. Já que, comigo desempregada, e os gastos da faculdade dele, nao conseguiríamos nos manter pagando aluguel.

O meu problema, na verdade, é com a minha família, que ficou na minha cidade. Sou filha única, de pais com valores “tradicionais”. Meu relacionamento, principalmente com a minha mãe sempre foi um tanto conturbado. Sempre nos amamos incondicionalmente, não me resta dúvidas, mas temos gênios muito parecidos e ideais muito distintos. Quando decidi me mudar, houve toda uma pressão psicológica (pq eu não estava casando, pq estava “abandonando” eles. O problema nunca foi meu namorado, e sim a distância.), chegou ao ponto dela me dizer que eu estava acabando com a vida dela, que não eram os sonhos que ela sonhou pra mim. Mesmo assim vim. Pois eu tinha meus próprios sonhos, além de ter planos profissionais (na minha cidade não há perspectiva nenhuma de emprego na minha área), ainda tinha o lado amoroso que pesava. Mas meus pais nunca desistiram de tentar me fazer voltar, e sempre que podem deixam isso claro.

Há dois meses voltei em minha cidade, pra passar 1 mês com eles. Minha mãe começou a ter umas crises de dor na coluna. Todos os dias chamava ela pra ir ao médico, e ela sempre arrumava desculpas financeiras pra adiar. Passava dia e noite tentando ajudar o máximo possível, mas nunca recebi um “obrigada”, sabe? Ela dizia que eu não estava fazendo mais que minha obrigação. Eu sei, entendo que estava mesmo, mas acho que não custava agradecer. Foi meio que um retrato de todo o tempo que vivi com eles. Meus pais sempre fizeram de tudo por mim, mas meio que sempre buscavam oportunidades de jogarem na minha cara isso.

Hoje ela me ligou, dizendo que precisa que eu volte pra casa, pois não está dando conta de fazer nada sozinha. Me fez uma pressão grande, que não consegue levantar, que dirá dar conta da casa. No fundo eu sei que ela está usando isso pra me fazer voltar.

O que acontece é que neste momento eu não tenho condições de ir, e me sinto culpada Cony, afinal de contas, é minha mãe. Mas eu nao quero que todo o estresse emocional que eu sempre passo lá se repita.

Eu não sei se esse é um chora digno de conselho, mas eu agradeço demais você abrir esse espaço, pq eu acho que só de escrever o que sinto (mesmo que nao explique nem 10% do nosso relacionamento) já ajuda bastante, só botar pra fora! Obrigada mesmo!”

Complicado, mas realmente parece que sua mãe está te manipulando. Porém, VAI QUE ela tá sentido dor mesmo e precisa de você? Bom, falo isso com base apenas no seu relato, você é que vai saber quão verdadeira é a queixa dela. Entendo que você se sinta culpada, mas uma coisa é ter o sentimento, a sensação de culpa, outra é ter CERTEZA que não tem culpa. Não sei bem o que te aconselhar… talvez respirar fundo, ir lá, passar um tempo com ela e segurar todo o stress. Engolir o sapo. E depois voltar pra casa da sua sogra. Não sei se você já tentou conversar com seus pais sobre isso, exatamente da forma que está contando pra gente… Do tanto que te deixa mal, do tanto que você fica triste, do tanto que você quer que eles fiquem bem enquanto você constrói sua vida. E não espere que seus pais te agradeçam o esforço, não mesmo. Se ficar esperando esse feedback deles, isso pode te frustrar ainda mais. Não espere nada em troca (isso é pra vida), faça seu melhor e confie que você está fazendo o certo e que não está prejudicando ninguém.

Chora 02 – Carla

“Cony, eu adoro seu blog, é o único que continuo lendo, você é ótima! Meu problema é o seguinte: Procrastinação! Culpas e Julgamentos alheios.

Terminar meu doutorado significa mais do que um aumento de salário substancial para mim, significa a possibilidade de dar uma vida melhor para minha filha, significa ser uma melhor profissional, será uma realização pessoal, uma afirmação da minha capacidade de fazer uma tese, escrever um artigo, manusear um software, organizar meus dados, organizar meus dias, meus esforços, mais do que qualquer coisa é uma afirmação que eu preciso dar para minha auto-estima.

Meu marido, minha mãe, pai, orientadora, terapeuta, amigos, todos estão me apoiando para que eu consiga. Mas não estou conseguindo fazer, estou travada, estou empacada, estou postergando essa atividade, estou resistindo demais em fazer, preciso me esforçar demais para fazer, não é algo que está sendo natural.

Fico colocando outras coisas na minha cabeça para me dispersar do meu objetivo principal, por exemplo, fico pensando se devo fazer uma plástica no nariz ou não, se eu devo me separar do meu marido ou não, se devo fazer tratamentos estéticos ou não, se devo ir no dentista ou não, fico arranjando culpas para carregar que não são minhas, arranjando desculpas para não fazer.

Vou trabalhar, deixo minha filha com a babá e com meu marido que está trabalhando em casa ou com a minha mãe. E no fim do dia, depois de todo esse esforço mental e essa briga interna que travo para conseguir trabalhar um pouquinho que seja, muitas vezes chego em casa com dor de cabeça e gosto de ouvir música para relaxar,  na verdade eu deveria trabalhar também quando chego em casa, seria o certo, pois o tempo está curto e a produtividade quase nula. Mas a verdade é que chego e as vezes vou ouvir música e meu marido reclama que não fico o tempo todo com a minha filha, diz que eu devia dar atenção total a ela já que passo o dia na rua, ela tem 2 anos.

Eu sei que não sou uma mãe negligente, sei que dou atenção a minha filha, mas também quero ter um momento meu, está sendo muito difícil essa situação. Minha questão é: Eu preciso ser julgada pelo meu marido? Eu preciso ouvir dele que estou negligenciando minha filha? Preciso disso? Não tenho direito de ficar chateada com isso? A culpa é uma questão grande que eu tenho, carregava uma culpa que não era minha, tinha culpa por estar viva (longa história de família que já estou trabalhando em terapia), e já me sinto culpada por deixar minha filha em casa para trabalhar e não preciso de uma pessoa que aumente a minha culpa.

Nem falo para meu marido sobre essa questão da procrastinação para fazer a minha tese pois sei que ele iria me julgar muito como já julgou, então não posso dividir essas angústias com ele. Enfim, não sei mais o que fazer para sair dessa situação o tempo está passando e não consigo terminar, está pesado. Sinto que estou travada, parece que não acredito na minha capacidade de fazer isso, não fazer já se tornou uma obsessão. Preciso de uma força. Agradeço desde já! Abraços!”

Você está confusa. Seu texto está confuso. Uma hora reclama da procrastinação, outra hora muda o foco e reclama do marido que reclama de você. Realmente, pelo seu próprio texto deu pra ver que você não consegue focar nas coisas e manter uma linha de raciocínio. Vi que faz terapia por outros motivos, e acho que no fundo tudo é um motivão só. Não sou médico nem nada para dar opinião nesse sentido, mas me parece uma depressão… a falta de vontade de finalizar as coisas, a atitude de confrontar seu marido, de se incomodar com pequenas cobranças… será que ele não tem razão? Sua filha tem 2 aninhos só, você fica o dia todo na rua e quando volta prefere ouvir musica… Não sei… baixa a guarda um pouco, tente olhar suas atitudes de fora, ver o porque disso. Tente se organizar internamente e ter clareza para avaliar sua atual situação. E faça muita terapia, não só pra longa historia da sua família, mas pro seu momento atual também.

 

 

Chora 03 – Sheila

“Oi, Cony! Sou leitora fantasminha do Blog mas sempre estou aqui acompanhando tudo… Sempre me julguei a bem resolvida mas às vezes a vida nos coloca em situações em que ficamos meios perdidas e sem saber como agir ou não agir… A história é a seguinte: Eu namoro há 3 anos. Meu namorado é ótimo para mim: companheiro, atencioso, preocupado, não é machista e super paciente, Veio sob encomenda. Somos muito felizes juntos. No entanto nós temos uma diferença: eu tenho 28 anos e ele 20. Isso nunca foi problema no nosso relacionamento pois ele sempre foi maduro porquê começou a trabalhar muito cedo,etc… Há 5 meses abrimos uma empresa juntos e estamos batalhando pelo nosso lugar ao mundo. Ele vem de uma família que sempre foi empreendedora e eu que amo isso, abracei a oportunidade. Nossa empresa ainda é um bebê mas tenho certeza que dará certo pois estou lutando dia e noite por isso. Enfim, além dele trabalhar aqui, ele também trabalha na empresa do pai dele porquê você deve imaginar como é uma empresa nos seus primeiros meses de vida. Ele precisa de outra fonte de renda porquê faz faculdade então aceitou trabalhar também na empresa do pai dele. Fazíamos planos juntos para deixar nossa empresa estável para investirmos ainda mais em outros negócios. Porém ele decidiu que quer mudar de cidade para trabalhar lá, disse que a vivência e experiência que eu tenho ele não tem, que trabalhar na empresa do pai dele não vai fazer ele ir pra frente, etc… Que eu ficaria tomando conta da nossa empresa sozinha e que ele estudaria e trabalharia na outra cidade (120 km daqui) e que todo final de semana a gente estaria juntos. Isso me deixou sem chão pois a gente fazia planos juntos e do nada ele veio com isso. Fico pensando será que ele me ama mesmo? Devo apoiá-lo nessa decisão ou ele está sendo egoísta? Um dos motivos que decidi abrir nossa empresa foi por nós 2, pensei que lutaríamos juntos por algo nosso. Fico me questionando se ele me ama mesmo ou se é somente grato por tudo que fiz por ele (eu o incentivo a ser um homem e pessoa cada dia melhor, a evoluir etc porque acredito que estamos aqui para isso). Mas agora estou perdida… Termino e cada um segue sua vida ou apoio ele na decisão e seja o que Deus quiser? To muito perdida, com medo de colocar muita expectativa da minha vida em cima de uma só pessoa. Voltarei a estudar para concursos mas to tão sei lá… Isso me deixou sem chão. Preciso do seu help tão sincero! Gratidão por esse espaço, Cony!”

Antes de mais nada, quando vocês começaram a namorar você tinha 25 e ele 17???? Eita… tipo, não sou contra diferença de idade, mas em alguns casos a diferença não é no número mas na cabeça e não consigo pensar num boy com 17 anos com boa cabeça para namorar uma mulher de 25. Ainda mais porque nós mulheres amadurecemos antes dos homens. Fiquei até curiosa de saber como tudo começou. Mas enfim, continuemos. Então o caso é que vocês abriram uma empresa juntos e agora ele quer aprendizado profissional longe de você e do pai. Será que ele não tá com muita pressão na cabeça não? O pai de um lado, você do outro… Eu acredito que aconteceu alguma coisa para ele tomar essa decisão e foi pensada, não foi de uma hora para outra como você pensa não. Às vezes você tá tão focada em empreender, em crescer profissionalmente, em trabalhar que não viu algo que está incomodando ele. Se ele está sendo egoísta? Sim, pode ser. Mas isso não é errado, muito pelo contrário, ele tá sendo sincero com ele mesmo, com a vontade dele. Analise bem o relacionamento de vocês, o que aconteceu, como as coisas REALMENTE estão. E se ele quer ir, deixe ir. Ele não disse que ia terminar, as vezes tá precisando por ordem nos pensamentos. Deixa ir… Dê tempo ao tempo e não tome nenhuma decisão precipitada.

 

 

  • Tá chorosa? Quer conversar? Desabafar? Mande sua angústia para constanza@futilish.com e no assunto coloque CHORA QUE EU TE ESCUTO. Seremos fofas ou não… mas sinceras sempre.