Futilish

Mi casa, su casa – Hoje não vou dar, eu vou distribuir.

Luz Fufus, vou distribuir LOOOOOOOZ!

Anteriormente conversamos sobre o LED, e sobre os efeitos de iluminação.

Logo logo a Patroa Magnânima vai chegar nesse mundo louco na casa nova então já vamos deixar uma cola para ela.

Esses conhecimentos prévios nos permitem entender como salpicar a luz para obtermos  resultados diferentes.

A luz muda tudo:

Cada tipo de ambiente tem por lei uma quantidade específica de luz necessária. Esse valor é determinado pela ABNT 5413 que caso você seja alguém bem curioso, pode consultar clicando AQUI.

A lei estabelece valores em LUX, que não é aquele sabonetão que a gente compra na gôndola de melhor custo x benefício do mercado. Lux é uma medida que incorpora vários itens dos quais o mais importante é fluxo lumínico, ou seja, quanta brilhosidade é necessário no local para a gente poder usar o espaço de forma funcional; para tanto precisamos multiplicar esse valor que a legislação define pelo tamanho em metros quadrados de seu ambiente.

Se você é mais prático ou se quer saber de uma forma global os números apenas para uma residência, espia aqui:

Agora se não tá entendendo porque temos umas sequência com 3 fatores de LUX , deixa eu explicar que somos humanos e o que acontece com humanos? Nós deterioramos. Assim como uma fruta na cestinha, a verdade é que a gente não melhora com o tempo. Então a iluminação tem que mudar conforme nossa idade avança.

Antes de distribuir os pontos de luz, eu gosto sempre de imaginar 3 cenários diferentes para cada ambiente. Caso você queira inventar mais, é perfeitamente possível, vai da sua imaginação e vontade. Esses cenários podem ser complementares e podem ser “misturados” para atingir os propósitos. O mais importante deles  é sempre o que eu calculo primeiro que a cena de transtornados como eu:

1ª Cena: Manutenção:

Toque a musiquinha da escrava Isaura aí e pense comigo: Tem que limpar, tem que tirar pó, tem que achar a tarraxa do brinco que caiu, dentre outras possibilidades variáveis mediante qual o uso do seu cômodo. Para esse exercício vamos usar uma sala integrada, dessas que combinam jantar, estar e tevê, afinal hoje e dia a maioria das pessoas tem uma sala nesta configuração.

Como ninguém que está aqui tem obrigação de entender um desenho de planta baixa, deixa eu explicar esse abaixo:

A setinha vermelha indica a porta principal de entrada;

Logo depois dela, tem coladinho na parede uma linha mais grossinha azul bem escuro que seria um painel com um revestimento bonitão;

Esse círculo mais abaixo com quatro orelhinhas; é uma mesa de jantar redonda com 4 cadeiras;

Mais abaixo da mesa, grudado na parede, uma cristaleira, chique vovó;

O quadrado azul clarinho pequeno é uma mesinha e do lado direito dele tem um sofá para 3 humanos que está pintadinho de um bege meio cinza;

Esse circulo meio falhado, que parece que tem uma areia dentro, é um tapete na frente do sofá;

Ele chega até um retângulo marrom mais claro, que seria o móvel do televisor, onde tem um ar condicionado (retângulo branco);

Essa linha rosa bem exibida, é o desenho do gesso do teto, formando uma sanca.

Ufa! Se você está um pouco sem entender, é super normal, não se sinta meio besta. É difícil logo de cara compreender estas representações.

Seguindo com o desenho técnico, tudo que for os pontos de luz, aparecerão em amarelo para você perceber melhor.

Voltando para nossa sala chiquérrima, dos três usos, a sala de jantar é a que demanda maior necessidade de luz, afinal a gente tem que ver se não tem proteína extra no alface. Logo, vamos dar um amor extra sobre a mesa mais adiante. Contudo a luz de manutenção deve ser bem homogênea e iluminar de forma eficiente todo o espaço. Para isso eu incluiria no gesso, uma sanca iluminada em todo o perímetro:

Como essa luz fica dentro de uma calha de gesso, ela bate no teto e ! Volta bem louca da cabeça gritando UHULLLLLLLLLLLLLLLLL! E faz tudo aparecer bem direitinho, de forma bem uniforme. É importante que a potência dessa fonte de luz (seja ela fita de led, mangueira de led, tubular ou qualquer outra que te ofereçam) supra toda a necessidade de LUX das salas e ainda exceda em uns 30% que é o que a gente “perde” luminância quando rebate ela no teto.

Um bom recurso seria dimmerizar essa sanca, que é um aparelhinho que coloca no interruptor e assim podemos controlar a intensidade da claridade, para isso o lâmpada tem que ser compatível com essa função.

Agora vamos para um outro momento.

2ª Cena: Boas vindas

Esse efeito eu gosto de dizer que é aquele que a sogra quando entra se mija de inveja. É pras colegas invejosinha pensarem : “Féla-da-mãe que casa mái-linda!

Para isso vamos demarcar o que há de belo no local. Arandelas na parede iluminando arte ou revestimentos especiais, spots voltados para parede com aquela “mancha” que escorre pela parede, e também para móveis com apelo decorativo, neste caso a nossa cristaleira.

É uma luz mais baixa, bem intimista, que explode numa mesa de centro ou no tapete, criando sombras em algumas partes, nessa proposta a televisão estaria em uma parte mais sombria, evidenciando a tela. O resultado é algo assim:

Só entre nós, alguém mais vê algo fálico nessa luz que “desenha” a parede?

Esse desenho pode variar muito, depende da distância que o ponto estiver da parede e do ângulo de abertura da lâmpada, mas isso é conversa para outro post.

Shall we go to the next?

3ª Cena: Jantar

Essa é aquela hora de desfrutar, de compartilhar bons momentos com a família, com seu benzin, ou de se divertir e distribuir felicidade aos que queremos por perto.

Para isso a ênfase é na mesa, dividir o alimento e celebrar a vida. Por mais clichê que pareça (e seja) é onde eu acredito que um belo lustre/pendente/plafon decorativo deve estar.

E para que ninguém se perca e saia trombando nas paredes e móveis, combinamos essa luz com aquela perimetral das boas vindas, sobre o sofá e na cristaleira.

Para ter uma ideia de como seria essa marcação, olha essa referência:

Temos três cenas sim, mas nesse local eu acho que falta uma iluminação ainda. então vou colocar mais uma cena.

4ª Cena: Cheguei MiMi:

MiMijando, situação também conhecida como cosplay de gatinho.

É aquele momento que abrimos a porta do apartamento é só precisamos enxergar uma coisa: O caminho até o banheiro mais próximo.

Também muito útil para ir buscar um copo d´água maroto no meio da madrugada sem temer os espíritos que vagam nos corredores escuros.

E por fim, já a segunda cena extra, mas que surge da oportunidade, olha a…

5ª Cena: Cinema em casa.

Uma luz bem fraquinha, só para não errar o pote de pipoca, é esse o Brasil que eu quero!

Aproveitando que já temos arandelas no painel, criamos um clima e ajudamos o pipoqueiro a achar a porta da cozinha facilmente. Essa luz na parede, geralmente entre 170 e 210cm de altura é muito luxuosa e uma das minhas preferidas.

Chega por hoje né? Contudo, antes preciso dissertar um pouquinho. Quero que se compreenda além da questão estética.

O ideal é que se tenha o projeto de mobiliário antes de se fazer a distribuição da iluminação. O gesso também influencia ou sofre influência da distribuição de pontos de iluminação. Mas com certeza entender o que estará sob o domínio da luz é muito importante.

Outro quesito é que a iluminação, como eu disse lá no começo dessa matéria, muda tudo  (e espero que o gif tenha ilustrado bem).

Algo que eu sinto obrigação de pontuar é que 60% da maravilhosidade de uma decoração se perde com a falta de um bom projeto de luminotécnica. A especificação em si não tem um valor elevado e muitas lojas de produtos de iluminação e de elétrica atualmente dispõe de funcionários formados e capacitados a te oferecer por um valor excelente esse estudo.

O investimento deve ser muito bem contabilizado porque as vezes o profissional não explica que mesmo que se pague por ponto deixado, depois por luminária instalada e ainda por vários spots, arandelas, plafons etc… Esse diferencial em um momento de comercialização do imóvel encanta e valoriza seu espaço. E eu quero deixar isso claro pois se você olhar a planta final de iluminação, temos numa sala de  19m2 nada mais nada menos que dezesseis pontos de luz:

Esse post sofreu um empurrãozinho da Nathália, que me pediu recentemente para voltar com o tema. Fiquem a vontade para deixar sugestões, dúvidas, críticas e elogios nos comentários.

#Bença!

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