Futilish

Chora Que Eu Te Escuto!

Depois do meu Chora de ontem, agora é a vez de vocês rsrs.

Chora 01 – Sirius

“Oi Cony,
Amo seu jeito leve, direto e objetivo de escrever e seu blog é um dos poucos que ainda leio! Resumindo meu chora é o seguinte! Amo meu filho mais não gosto de ser mãe! Estou casada a 6 anos e juntos a 12, sempre foi um sonho ser mãe, sonho que adiei bastante por conta da carreira, casamento, enfim algumas dificuldades que apareceram no caminho!
Até que chegou uma hora em que a pós estava concluída, os frutos do esforço profissional estavam sendo colhidos, a vida conjugal em sintonia, vida financeira equilibrada e marido pressionando pra termos um filho (ele é 8 anos mais velho que eu).
Confesso que assim que fiz 30 anos achei que o desejo de ser mãe iria despertar, mais nada aconteceu!
Mais com a vida encaminhada e a pressão do marido achei que já era a hora de aumentarmos a família, confesso que não me sentia preparada, mais acho que pra uma mudança dessa nunca estamos né!
Bem recebi o meu positivo num dia e no dia seguinte o mundo já começou a desabar, meu pai ficou doente, meu marido perdeu o emprego e ficou doente, teve câncer! Uma corrida contra o tempo, cirurgia, médicos, quimioterapias !! Uma loucura!!
Não tive tempo nem de pensar, cuidando de tudo e ainda trabalhando bastante, mais do que o normal até, graças a Deus mesmo com tudo isso a gravidez foi a mais tranquila possível!
Trabalhei como nunca até o dia em que minha bb nasceu!
O amor absurdo descritos nos livros e relatos que tanto li veio mais não de imediato e sim com o passar dos dias!
Amo a minha bb incondicionalmente, mais não gosto muito de ser mãe!
Depois que o filho nasce, não temos mais nome, não temos mais vontades, prioridades, sentimentos, somos tão julgadas, é tão difícil! E como se tivéssemos que nos colocar no bolso pra viver pro filho!
Sei que a minha bb é pequena ainda e depende muito de mim, mais é complicado e sinto falta de ter tempo pra fazer as coisas pra mim! Tipo poder correr, coisa que eu gosto tanto, ou que as pessoas simplesmente perguntassem se no meio do caos eu estou bem!
Meu marido voltou a trabalhar e agora viaja bastante, fico semanas sozinha com a minha bb e tudo que eu queria era um tempinho pra mim, pra arrumar a casa ou fazer qualquer outra coisa, sei que o fato de não ter uma rede de apoio tbm não ajuda!
Estou prestes a voltar a trabalhar e como eu digo, voltar a viver!
Não converso muito sobre isso com ninguém pq parece um absurdo uma recém mãe querer fazer qualquer coisa que não seja para os filhos!
Enfim e mais um desabafo!”

Não acho nada absurdo seu desabafo porque, mesmo eu não tendo filhos, imagino o quanto você quer ter sua “vida” de volta. Eu não sou a pessoa mais certa para te aconselhar nisso, sempre acho que tem os melhores conselhos quem vive ou viveu a situação mas acredito que você não deve se preocupar tanto com o que os outros vão pensar a seu respeito. Você tem babá? Se não tiver, tenha logo, converse com seu marido. Não sou a favor da mulher se anular por causa dos filhos, já vi váaaarios casos de mulheres que eram profissionais, tinham carreira mas depois que engravidam ficam por conta de criar menino. Tá errado? Não não tá, cada um faz o que quer, mas SEMPRE ouvi lamentações que deixaram a vida de lado. Contrate uma babá! No mais, acho que ser mãe é isso mesmo rsrsrs.

Chora 02 – Canopus

“Olá Cony, Acompanho seu blog a um tempo. Ele sempre tem dicas ótimas.  MAS confesso que só fui ler os Choras a algum tempo, e resolvi enviar a minha história.
Eu tenho 19 anos, não sou uma pessoa muito vaidosa, nunca fui de usar maquiagem, nunca gostei de comprar roupas,mas, principalmente por conta da Igreja, sempre gostei de montar looks legais com as peças que tenho.
Mas vamos ao desabafo.
Tenho uma alergia, um probleminha de pele chamado: Dermatite Atópica. Essa alergia faz com que minha pele seja muito seca e sensível,  gerando reações alérgicas a grama, lama, poeira, pólen, pelos de gatos e cachorros… sem contar na rinite forte! O caso é…. como sou morena, minha pele sempre marcou muito fácil, então durante as crises, muitas vezes coçava e ficava com uma mancha no lugar.
Quando eu tinha 10 anos, ganhei uma bolsa para estudar em um super colégio de elite. O colégio era muito caro, mas a bolsa era muito grande. Eu pagava só o material. Aconteceu que as crianças da minha turma, começaram a espalhar que eu tinha uma força de pele contagiosa. Então todos me evitavam. Sempre passavam longe. Tínhamos aula opcional de natação, as sextas a tarde. E eu fazia. Vários de meus colegas pararam de fazer as aulas para me evitar, ninguém queria entrar na água contaminada. Mesmo que eu explicasse, ninguém ouvia. Quanto mais nervosa, pior eu ficava. Nessa época tbm, minha pele começou a soltar mais sebo na região do rosto, na tentativa de compensar a falta de água. Nisso, não cheguei a ter as famosas é terríveis espinhas, mas sim cravos que deixavam manchas bem escuras, e ajudavam a piorar os rumores.
Nessa escola eu tinha 3 amigos. Um que era um ano mais novo, uma menina e um menino da minha turma. O menino era legal, mas meio estranho. O mais inteligente da turma, a família dele era de uma daquelas religiões tradicionais e machistas. Era estranho pq meus pais sempre foram muito cristãos, mas sempre valorizaram a mulher e me ensinaram que eu não era menor do que ninguém só por ser mulata ou mulher.  O caso é que essa amizade se tornou bem tóxica, a ponto que  o menino, de apenas 10 anos, eu com 11, começou a achar que era meu dono. Ele mandava, eu não obedecia, ele gritava, ele amava para mim, e dizia que ele que mandava, ele batia na irmã dele. E sempre repetia que era meu dono.

Criança que era, eu me afastei assustada. Eu era nova demais para se quer compreender aquilo. Não sabia o que fazer. O bullying dos colegas mais esse menino, não sabia lidar com isso, por mais que pedisse ajuda, a coordenação nunca fazia nada. Então, quando tudo parecia estar bem ruim, o menino que falava comigo e era de outra turma…. Ele morreu em um acidente. Simples assim..  A minha colega entrou em depressão. Independente do que eu fizesse ela ficava mal. Minhas notas caíram, meus pais ficaram bravos com isso, os professores, todos exigiam as notas altas do princípio. Com isso, alguns professores que amavam o menino que me perseguia, e detestavam minhas notas, começaram a fazer comentários maldosos. Coisas do tipo: “Ahhh, vc não vai a lugar algum. Era tão promissora, mas está se mostrando só mais uma qualquer que não consegue fazer nada”. Realmente escutei isso de um professor. Na lata. Na frente de todos os alunos que já me evitavam pq achavam que eu era doente.

Com toda essa situação passei a não ter tempo para minha colega. Eu estava mal. Vivia na coordenação pedindo ajuda. Ninguém me ajudava. Não tinha coragem de falar com meus pais. Não queria mágoa-los. Ainda mais pq eles nunca teriam condições de me por naquela escola. Ainda mais pq eu estudar ali era um alívio financeiro necessário para época. Ainda mais pq eles sempre fizeram questão de me dar a melhor educação possível e se eu saísse dali, só daria mais gastos. Ainda mais pq eu sabia que eles estavam decepcionados com minhas notas. Ninguém na coordenação e na escola me ouvia. Não importava o quanto eu pedisse por socorro.
Minha colega sumiu por quase um mês. Não apereceu na escola. Ninguém sabia onde tinha ido. A coordenação foi atrás dos pais. Mas não os encontraram. Após esse mês ela voltou. Ela tinha cicatrizes nos braços. E uma marca no pescoço. Tentei me aproximar MAS ela ignorava todo mundo. Um dia, após semanas atrás dela, na véspera das férias, a menina começou a chorar e me confessou tudo. O professor tinha “abusado” dela. O mesmo professor de inglês que sempre falava mal de mim na minha frente. Ele havia tocado em partes do corpo dela. E dito para ela que deveria aprender com quem andar, tido pq ela foi pedir para ele parar de gritar comigo. Ela ficou mal, se sentiu culpada. Tentou se matar. Ela disse que era tudo culpa minha. Que eu nunca me importava com os outros. Que eu era estranha. Que eu tentava pagar de destemida. Mas que destruía a vida dos outros. Nunca ouvia ninguém. E por isso todos tinham que pagar por meus erros. Era culpa minha.

Mas férias eu tentei fingir que tudo estava bem.  MAS uma semana antes das voltas as aulas, tive uma crise de choro desesperada implorando para não me levarem de volta até lá. Eu não queria ir até lá. Meus pais me transferiram de escola por conta da crise de choro.
Na escola seguinte, fiz amigos, não sem antes ter que trocar de turma uma vez. Na primeira turma as historias da escola anterior surgiram e ninguem quis ficar perto de mim. Mas depois, fiquei bem. Tinha um garoto que pegava no meu pé. Eu morria de medo dele, mas sempre enfrentava, dessa vez não estava sozinha. Eu morria de medo de decepcionar ou ficar sozinha com homens adultos. Eu detestava os colegas homens. Até com os meus amigos garotos da Igreja eu me recusava a ficar sozinha. Foi assim por anos, eu ia aos pouco ganhando confiança. No EM fui para uma escola mais conceituada. Várias pessoas chegaram a me perguntar pq eu parecia ter medo de garotos. Era inconsciente. Eu passei a repetir que não sabia ou não lembrava. Achei que se repetisse esqueceria. Com os anos fui superando. Hoje não tenho medo de homens. Nem de pessoas.
Minha confiança e vaidade vão surgindo aos poucos, acho que finalmente voltei a me achar bonita, a gostar do meu cabelo e sorriso. Mesmo assim, quando em meio a discussões alguém próximo repete uma das frases que mais me diziam, eu desmorono.
Em partes acho que ainda me sinto um pouco culpada.
Minha mãe tbm se sente culpada. Até hoje sempre ouve tudo que falo, pois se sente mal por não ter notado que eu tinha problemas. Nunca contei a ela a história toda.
Mesmo hoje não tenho muitos amigos. Sou bem fechada. Minha melhpr amiga se mudou para fazer faculdade nos EUA. Minha outra grande amiga esta preocupada com vestibular e namorado. As vezes me sinto sozinha. Saio pouco. Normalemnte para ir ao cinema com minha família ou a igreja no cilto dos jovens. Falo com algumas pessoas mas nao considero nenhuma um amigo, no maximo um colega. Tenho transtorno de ansiedade. Tento ser mais sociável, mas sempre morro de vergonha disso depois. Não sai natural e fico parecendo louca. Tanto que recentemente, passei por um Baque,  quando as pessoas de um clube literário que participo, falaram mal de mim, e uma amiga me mandou. Duas das pessoas que falavam eram muito amigas minhas e diziam que me achavam absurda, problemática,  que eu obviamente sempre mentia sobre tudo na minha vida. Que eu provavelmente nunca sofri bullying mas causei o ódio das pessoas por sempre pagar de perfeitinha.
Eu achava que estava curada. MAS foi nesse momento que notei que não era bem curada.  E realmente não sei como agir em frente à pessoas novas. Não sei puxar assunto. Não sei manter conversa. Quando me contam uma história, tento lembrar de algo que seja parecido, crie conexão. Agora parece que isso faz as pessoas pensarem que sou esnobe.
Mas acho que a marca mais real é: Eu sempre ouço todo mundo. Todo mundo mesmo. O problema de todos. Pq sinto que eu posso ser a pessoa que escutou é fez a diferença. Pq ainda me sinto culpada pelo que aconteceu com aquela colega no passado. Apesar de não evitar mais homens, não me sinto pronta para namorar. Passo grande demais, ainda. Não ligo se me criticam por isso. Só eu sei da história, mas acho que sinto medo que a pessoa se torne controladora e violenta como aquele menino.
Até hoje, toda vez que fico triste ou mal por alguma coisa, reclamo de qualquer detalhe me acho fraca. Afinal, olha por tudo o que eu passei. E mesmo o que passei, teve gente que sofreu muito mais. Não sinto que tenho direito de reclamar ou chorar. Por isso raramente choro, normalmente de raiva e na TPM.
Tento sempre estar sorrindo, e pronta para ouvir, é a primeira vez que me abro. Achei que escrever ajudaria. Acredito que é mais um passo para me libertar de vez do que aconteceu. Talvez essa cicatriz esteja mais dolorida por que na faculdade não é fácil. Acho que essas memórias foram ativadas por conta de uma matéria que reprovei e que prendeu tudo dos semestres seguintes, talvez pq o professor da matéria disse que se eu reprovava com ele era pq era burra e nunca aprenderia a matéria. Mas é a vida de quem estuda em faculdade estadual. Por incrível que pareça, pela primeira vez, essas palavras me fazem querer provar que eles estão errados. Pela primeira vez algo em mim acredita que é mentira.”

Gata, confuso viu? Não vou negar que me perdi algumas vezes na sua narrativa e achei o texto inconcluso. Que pessoas são essas que você atrai e que tanto falam mal de você? Tanto na infância quanto na vida adulta, o que percebi é que você sempre é julgada por algum motivo. Vou fazer uma pergunta difícil: você já tentou analisar seu comportamento de FORA? Olhe bem, não é para se sentir culpada, mas é para analisar. Você tem MUITOS traumas e sabe de cada um deles. Foi o que eu falei ontem aqui no blog, nós, pessoas que temos essa facilidade de enxergar onde estão os problemas, as vezes somos teimosas em achar que não precisamos de ajuda. Uma moça comentou: tem poeira por baixo do tapete que a gente não ve! E isso me fez pensar… será que conseguimos REALMENTE entender o porque de tudo o que nos acontece? Você já tentou terapia? Hipnose? Alguma coisa vai ter que te libertar desse passado que tanto se repete em sua vida e te atrapalha. E não tente ser forte custe o que custar. Você pode ser fraca, pode chorar, pode pedir ajuda!

Chora 03 – Alpha

“Cony, adoro os choras e seu blog, leio diariamente!

Então meu chora acredito que seja um tabu entre os homens e por isso está sendo difícil pra mim lidar com ele. Namoro há 2 anos, e nesses dois anos de namoro a nossa vida sexual não é mto ativa, transamos no máximo duas vezes por semana, eu sempre gostei mto, mais tenho perdido a vontade, pq ele demora mto para ejacular, ficamos meia hora, 40, 50 minutos transando e isso me deixa cansada, sem lubrificação, me machuca e no final ele goza somente se masturbando, tentei entrar no assunto uma vez e ele ficou bravo, disse que foi sempre assim, que é normal dele. Pesquisando na internet li sobre ejaculação retardada, que é uma disfunção que pode ser tanto emocional quanto algo que está em desajuste no organismo, sem falar que toda essa demora me causa quase sempre infecção urinária.

Ele me cobra mto que temos que transar mais, que essa falta de sexo vai acabar com nosso namoro, mais toda vez que tento entrar no assunto da demora de ejacular ele desconversa. Não sei como abordar isso, pq realmente não estou satisfeita.

Alguém já passou por isso? Como resolveu? Preciso de ajuda.

Obrigada!”

TENSO! Pelamor 50 minutos de rala e rola não tem pepeca que aguente! Imagina isso todo dia? Sexo não pode ser tortura, tem que ser prazeroso então você está coberta de razão de não estar curtindo do jeito que está! Ainda mais desencadeando uma infecção urinaria! Tá certo não miga, bora falar com esse homem do jeitinho que você contou aqui pra gente. Fala que não está gostoso pra você, que está te machucando e que adoraria que ele procurasse um medico para saber o que esta acontecendo. E se ele desconversa quando você tenta falar com ele, é porque ele SABE que você tem razão. Fale tudo, de uma vezada só e se não tiver jeito, miga, respira fundo e sai dessa. Não leve isso pra sempre ou se conforme com a situação. Não é para ser assim não!

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