Futilish

Chora Que Eu Te Escuto!

O primeiro Chora do ano! O que será que vem por aí? Será que teremos uma mudança no comportamento feminino e o amor próprio reinará?

Chora 01 – Ilhabela 

Cony, adoro seu estilo, me identifico muito (a louca das listras) e também com sua escrita e com seu jeito! Sou mineira de coração e super nos imagino amigas!! hahaha

Meu chora são alguns chorinhas juntos. Aí vai:

Depois de mais de 10 anos de relacionamento (primeiro e único até então), chegou ao fim e depois de terapias e psiquiatras (santo amiguinhos!) estou bem melhor e recuperada da fossa que estava. Já se passaram alguns meses desde a separação, ou seja, estou na seca há bastante tempo! O problema é: sou totalmente inexperiente, como disse, foi meu primeiro e único homem, e apesar de eu estar desesperadamente precisando de um P.A., sinto medo (acho que é normal) de tentar algo com alguém (tem alguns carinhas me sondando) novo, primeiro pela inexperiência, e segundo por um pouco de vergonha do meu corpo. Não é questão de peso, estou um pouquinho (pouquinho mesmo) acima do meu peso, mas isso não me incomoda (e aparentemente não incomoda os homens). O meu problema é genético: tenho excesso de pele. Por isso, apesar de nova e sem filhos (tenho 26 anos) tenho os seios bem murchinhos e caídos (piorou com a perda de muito peso!) e também o pior: meus pequenos lábios são enormes, também por excesso de pele. Meu ex nunca se importou com nenhuma dessas duas questões, mas outro homem… como será? Já estou procurando cirurgiões para corrigir os dois “probleminhas”, mas enquanto isso… estou subindo pelas paredes mas envergonhada! rs. Quero dica das leitoras para ficar mais desinibida, e saber: homem repara nisso?! Vai ter que ser na luz apagada? rs

Outra questão é: por ter ficado mais de 10 anos nesse relacionamento, perdi bastante amizades, e hoje só tenho duas amigas bem próximas: uma é casada e a outra não está na “vibe” de sair, e eu por estar há muito tempo sem sair, também estou desesperada pra sair e curtir, sou nova e independente, quero aproveitar mas não tenho companhia! Tô tentando me aproximar de algumas pessoas, reconectar à algumas amizades, conhecer boys magyas novos, enfim…  mas confesso que é mais difícil que imaginei.. dicas?

Desde já agradeço! Beijo grande!! Mais sucesso em 2017 pra você e todas as suas leitoras!

Menina, santa terapia e psiquiatra mesmo hein? Já cogita até um PA rsrsrs. Antes de mais nada, não tenha vergonha do seu corpo. Não deixe que isso atrapalhe os momentos de prazer… rsrs. É sério, mas na hora do rala e rola, homem não vai reparar nessas coisas! Se preocupe em se entregar na hora do sexo e pronto, não fique travada por esses detalhes e MUITO MENOS fale pro bofe sobre eles. Mas se é algo que muito te incomoda, faça cirurgia sim, e fique livre dessas neuras. E para conseguir mais amizades e cias para sair, conte para geral que está procurando companhia! Conte mesmo, vá atrás, quando alguém estiver comentando de uma saída, fale: ¨gente, me chama também! Tô solteira e quero me divertir!¨ Não tem nada de errado nisso viu?

Chora 02 – Juquehy

Tenho 30 anos, bacharel em direito (apenas), solteira literalmente, sou auxiliar administrativo (não recebo nem dois salários mínimos) e também estou estagnada. Pior, cada dia que passa parece que retroajo. Não tenho desejos, sonhos, objetivos, motivações. Vou vivendo por viver e as cobranças da “sociedade” são inúmeras.
É como se estivesse na terra “vegetando”. Só que apesar de ser um pouco tarde pra isso, não quero mais viver assim, mas não sei como ser diferente!

Ai miga, complicado isso. Mas SÓ VOCÊ pode se ajudar. Ninguém irá até você e por sonhos e objetivos na sua cabeça. É um árduo trabalho, você terá que respirar fundo várias vezes ao dia e pensar positivo. Se force a sair, fazer atividades ao ar livre para pegar gosto pela vida. Se cerque de pessoas animadas e do bem. Não se abale pelas cobranças da sociedade, cada pessoa tem um tempo e isso não significa NADA. Pense que você tem saúde, tem família e todos os dias acorda para fazer um novo dia. Faça-o ser lindo! Pense, só por hoje , vou ser feliz com a vida que tenho, é sua única opção no momento e dê valor às pequenas coisas. A felicidade está nas entrelinhas e não no final da frase…

Chora 03 – Maresias

Olá Constanza, acompanho seu blog há algum tempo e adoro. Mas hoje estou lhe escrevendo para desabafar sobre a situação que vivencio com meus pais, tenho 29 anos e moro com eles ainda. Meus pais são pessoas difíceis que tem o modo de pensar igual antigamente (prezam a moral e os bons costumes) onde a filha tem que namorar em casa não pode chegar tarde, eles sempre falam que vou ficar “mal falada”.
Mas de uns tempos pra cá a situação está ficando insuportável e o convívio também, eu ainda não tenho condições financeiras para sair de casa, porém não estou vivendo. Comecei a namorar faz seis meses, ele é uma pessoa maravilhosa e neste natal fui passar com a família dele em um sitio e dormi lá (meus pais sabiam que iria posar). No outro dia quando voltei pra casa meu pai acabou com a minha alegria, disse que isso que fiz com ele de posar fora foi como um tapa na cara dele, que quem faz isso é garota de programa que para dormir fora só se for mulher casada e que as pessoas vão falar mal de mim, resumindo fiquei mal, chorei e pensei até em terminar o namoro porque não acho justo fazer isso com meu namorado. Eu estava planejando ir passar as ferias na cidade dele pra comemorar um ano de namoro, ele mora em Brasilia e eu no interior de São Paulo, mas vejo que pelo jeito vai acontecer a mesma coisa ou talvez nem possa ir (minha vontade é ir mesmo assim).
Depois que me tornei adulta meus pais não aceitaram muito bem, meu pai diz que enquanto eu comer a comida que ele coloca dentro de casa eu tenho que obedecer ele, eu praticamente não saio, é só do trabalho pra casa, e com isso me tornei uma pessoa triste, pois, vejo que o tempo esta passando e não estou vivendo. Minha mãe não conversa comigo há alguns anos já, me chama de preguiçosa e vagabunda porque não sou dona de casa igual a ela, com isso hoje em dia eu que lavo minha roupa e limpo meu quarto porque ela disse pra eu me virar, convivemos como estranhos dentro de casa. Criticam o jeito de me vestir, os meu gostos nunca me elogiaram, estão sempre me cobrando e me colocando pra baixo. Eu percebo que eles são pessoas de mente fechada que não aceitam conviver com diferenças, só vivem dentro de casa não viajam, limitaram-se a viver naquele mundinho. Só que isso vai me fazer com que eu não tenho vontade de ter contato com eles mais no futuro quando for embora de lá, infelizmente. Enfim, não vejo a hora de sair de casa para poder começar a “viver” de verdade, porque eu sei que eles não irão mudar.

Seus pais parecem pessoas tristes que por algum motivo foram ¨podados¨ da vida e estão descontando em você. Já que você não tem condição de sair de casa, acho que a única alternativa é conversar com eles mesmo. Abrir o jogo, falar o quanto você está infeliz e perguntar se eles são felizes vendo você perder as coisas boas da vida na juventude. Não termine seu namoro, converse e avise que vai viajar com o namorado, não deixe de fazer suas coisas, se imponha! Porque se você não se impor, eles continuarão agindo da mesma maneira.

Chora 04 – Paraty

Cony,

Acompanho o seu blog a uns 5 anos e acompanhei a criação do “chora” e o que ele virou hoje. Dei palpite em muito depoimento e me sensibilizei com várias histórias. Hoje queria contar a minha. A minha história que de uma vira a volta e que no fim das contas tudo foi muito melhor que eu pensava.
 
Comecei a namorar aos 16 anos e durou até os 25. Meu ex estudava na mesma sala que eu no colégio e eu fiquei completamente apaixonada por ele. Na época o que ele me dizia era lei, a opinião dele era a mais importante de todas e eu me anulei completamente em função desse namoro. Ele era extremamente ciumento, achava que eu ficava olhando para os outros, fazia questão de me colocar abaixo de zero em tudo. Implicava com todas as minhas amizades, com a minha família e gostava de me diminuir. Em conversas com outras pessoas ele sempre me interrompia como se eu não estivesse ali na conversa, ou se o que dissesse não tivesse importância. Além de outros vários outros comportamentos machistas que tornariam esse e-mail mais gigante do que eu gostaria.
 
Ele é filho único e a mãe que é separada não teve outro relacionamento, então ele era mimado até dizer chega. No inicio do namoro a mãe dele sentia muito ciumes. A família inteira extramamente machista e eu achava que era só questão de tempo e paciência. De fato fui “entrando” na família, a mãe chegou a dizer que eu era como filha para ela e tudo estava lindo. Até que o assunto casamento virou pauta entre nós dois. Eu tenho uma teoria que a família dele não gosta de mulher (são extremamente machistas e tratam todas como se fossem lixo), só que eu nunca aceitei esse comportamento. Como todo mundo, eu achava que ele seria diferente um dia e etc.O assunto casamento entrou em nossa vida através dele. Começamos a juntar dinheiro, mas ele nunca que ficavamos noivos. Ele falou com meus pais, meus amigos e toda minha família. Mas a mãe e demais parentes não sabiam de nada. Isso passou a me incomodar muito e então eu pressionei ele para falar com a mãe.
 
No dia que falou com a mãe eu estava junto e a reação dela foi a pior possível. Era como se eu estivesse roubando o filho dela. Depois disso a tia dele fez alguns comentários que não gostei e ele basicamente desistiu desse assunto. Então isso passou a me incomodar amargamente. Não pelo casamento em si, mas pela falta de posicionamento dele, como a familia se portava e passei a questionar se realmente era aquilo que eu queria. Durante nosso namoro eu sempre tive que esperar o tempo dele. Ele sempre foi “atrasado” quando o assunto era comigo. Viajar sozinhos pela primeira vez foi um custo, pra ele começar a trabalhar, ele conhecer minha família.. enfim… e fui pensando nessas coisas, se eu teria paciencia para viver assim o resto da vida. Se queria a familia dele para mim (o problema é quando a pessoa nao se posiciona e deixava a mae interferir tanto). Passei a querer ter mais liberdade, sentia falta de fazer as coisas sem medo, sem achar que ia ser humilhada e colocada abaixo de zero. Passei a conhecer o feminismo, entrei para terapia e finalmente terminei. Quando fiz isso ele me humilhou novamente, me chamou de burra, falou que jamais ia conseguir alguem que nao me traisse igual ele (ele falava que eu devia agradecer todos os dias por ele ser fiel), enfim.. Mas acabou.
 
Terminei consciente do que viria, que teria dias ruins e que seria um dia de cada vez. Acontece que eu tirei um peso tão grande das costas que terminar foi um alivio entende? Não ter que ver a mãe dele passando a mao na cabeça dele para as coisas mais estupidas que ele fazia (depreciar os outros era um hobbie favorito), não conviver com o machismo, conversar com quem eu quiser, ter um milhao de amigos sem ngm colocando defeitos, rir alto, beber, sair com minhas amigas sem medo… Foi libertador e então quando eu sentia uma ponta de dor eu lembrava de tudo isso e erguia a cabeça e ia. Lembro que ele falou que eu ia ficar anos para superar ele, mas o que acontece que 20 dias após o termino conheci uma pessoa completamente diferente dele. Não me apaixonei loucamente de cara e iniciei um relacionamento muito pé no chão e sem expectativas. Começamos a namorar e quando vi estava completamente apaixonada novamente, por uma pessoa completamente diferente e exatamente aquilo que eu de fato gostaria de ter. Um namoro livre. Sem pressao, sem familia machista, ele é um doce. Faz questão de ser gentil com todo mundo, detesta fofoca, tem um milhao de amigos, gosta de sair, dos meus amigos e cuida muito de mim. Com isso fui me apaixonando, mas um paixao madura entende? E principalmente me apaixonei por mim novamente. Recuperei minha auto estima, recuperei meus amigos e fiz vários outros nesse um ano que rompi com meu ex.
 
Então, é essa a minha história. Me orgulho dela. Depois de passar por esse rompimento me sinto livre para viver de fato. Sou o que sou hoje por causa da minha história e precisei de passar por ela para chegar aqui.

 

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