Futilish

Chora Que Eu Te Escuto!

Quartinha da choradeira, vejamos o que temos para hoje!

Chora 01 – Rubi

“Cony, hoje entrei no seu blog pensando se ia escrever ou não o meu chora. Quando li o título do primeiro post, BRILHO NOS OLHOS, pensei cá comigo, tenho que escrever. BRILHO NOS OLHOS é o que vem me faltando ultimamente. Na verdade, já há bastante tempo.

Bem, eu tenho 32 anos e vou contar um pouco da minha história. Em 2008 conheci meu ex-marido e desde sempre tivemos um relacionamento conturbado. Eu sou uma pessoa tranquila, calma, de bem com a vida, com tudo e com todos, e ele é o oposto, briguento, ciumento, possessivo, desiquilibrado mesmo. Ainda no namoro descobri algumas traições, mas como o amava profundamente, acabei perdoando e segui em frente com isso, sem remorsos. Em 2016, nos casamos. O casamento, lógico, foi um namoro piorado. Mais brigas, mais implicâncias dele comigo, ele queria controlar a minha vida e cada passo meu, enfim, não era nada do que sonhei pra mim. Como o amava muito fui levando, uns dias melhores, outros dias piores, e assim foi. Mas o respeito não existia, ele não me respeitava e muitas vezes me falava coisas que nenhuma mulher merece ouvir. Até que 1 ano e 4 meses depois do casamento, descobri uma nova traição. Na minha cabeça, não aconteceria novamente, pois agora éramos casados, realmente o compromisso era sério, “pra valer”, pra sempre. Mas não era. Ele não mudou em nada, lógico que não mudaria (aprendi a duras penas que as pessoas são o que o que são, não queira mudá-las, e aprendi também que as pessoas dão sinais sobre seus verdadeiros caráteres, nós é que fingimos não ver ou escolhemos relevar). Depois que descobri a traição, o enfrentei. Na verdade, ele me falou que passaria um final de semana num treinamento da empresa e dias depois eu descobri que não havia sido nada disso, ele tinha mentido e tinha passado o final de semana em outra cidade. Bem, o enfrentei. Ele me enrolou, me enrolou, me enrolou e até hoje não admite que me traiu. Inventou mil desculpas, mas não engoli. Sai de casa. Isso foi há 1 ano e 7 meses. Nunca olhei pra trás, nunca mais quis voltar, afinal tinha tido a coragem de ir embora, não podia dar um passo pra trás na minha vida. Ele tentou voltar várias vezes, me procurou várias vezes, mas fui firme e essa história terminou. De verdade. Não o amo mais. Hoje, olhando de fora de forma racional, não sei como pude aceitar tanta coisa ruim. Apesar de ter conseguido sair dessa situação, acho que tudo isso trouxe consequências pra minha vida atual, tive coragem de sair desse relacionamento que hoje vejo que era abusivo, mas isso tudo me deixou “marcada”.

Enfim, depois de 7 meses separada, eu conheci uma pessoa. Ficamos por alguns meses até que no final do ano passado começamos a namorar firme. Fizemos uma viagem de final de ano legal juntos, o que selou o compromisso de vez. Estamos juntos até então. Só que eu não me sinto feliz com esse relacionamento. Na verdade não me sinto feliz de forma alguma. Ele é uma ótima pessoa, o oposto do ex. Ele é carinhoso, amoroso, cuida de mim, se preocupa comigo, quer fazer as coisas que sabe que gosto, já diz que me ama. Está apaixonado. Só que eu não me sinto da mesma forma. Eu não o amo. Eu quis tentar e tentar de todo jeito dar certo com ele durante esses últimos meses, porque realmente sei que ele é diferente, é especial, não queria perdê-lo. Mas não sei porque o sentimento não vem (estou tentando até agora, ainda estamos juntos). Mas na verdade desconfio porque o sentimento não vem. Apesar das qualidades, ele tem um defeito que tira meu sono. Não é ambicioso, é pacato demais em relação a vida e ao trabalho, aos 36 ainda mora com a mãe sem perspectiva concreta de morar sozinho. Eu tenho o meu trabalho, ganho bem (mais que ele) e me dá arrepios a ideia de ter que sustentar um homem. Eu lutei MUITOOOO para estar onde estou hoje. Me dedico ao trabalho (sem exageros), pois sei que é a única alavanca que vai me levar até onde quero chegar. Eu quero ter meu apartamento próprio (do jeito que sempre sonhei – no primeiro casamento morava num lugar que não gostava e as coisas não foram nada do jeito que eu queria – não quero me frustrar de novo, mas na verdade já me sinto frustrada.). Quero viajar para vários lugares legais também. No momento eu nem tenho dinheiro pra isso (porque acreditem se quiser, ainda fiquei com uma dívida do apartamento em que morava com meu ex-marido, ele simplesmente me largou com os problemas). Mas num futuro muito breve pretendo ter o meu cantinho e viajar para alguns lugares bacanas. Meninas, não pensem que sou mesquinha, não sou. Só vejam. Eu tenho 32 anos, quero ter uma família, filhos, mas no momento me sinto sem perspectiva de nada. Não vejo um futuro da forma que eu sonhei com ele. Como vou esperar que ele se estabilize na vida? Não sou mais nenhuma menina. Gostaria de mais estabilidade da parte dele, acho que é essa é a verdade. Gostaria de um HOMÃO DA P*&%3 do meu lado. Não quero aceitar nada menos do que acho que mereço. Mas, na verdade, acho que já estou aceitando… A verdade é que não estou encantada, não o admiro da forma que gostaria, apesar de ele ser sim uma pessoa boa. Será que é por isso que sinto que não o amo? Pela falta de admiração?

No começo desse ano comecei a fazer terapia. E minha psicóloga já me disse algumas vezes. Você precisa de brilho nos olhos. Não pode ficar apagada desse jeito. Daí que vem a decisão de escrever rs, do tal do BRILHO NOS OLHOS. Estou desanimada, não quero pensar na possibilidade de não ter o que sempre quis pro meu futuro, eu acho que mereço mais. Mas ao mesmo tempo tenho medo de terminar e não encontrar outro alguém com essas qualidades. Me sinto perdida. Sem rumo. No momento que estou escrevendo esse texto estou chorando. Não sei que caminho seguir, mas algo me diz que o melhor é ficar sozinha por enquanto. Não estou bem comigo mesma, já melhorei muito desde que terminei meu casamento, mas acho que ainda não posso fazer alguém feliz. Muitos questionamentos por aqui… só sei que meu coração não está nada sossegado, não está em paz.

Obrigada por me ouvirem, meninas! Bjs.”

Amiga, a gente não pode perder tempo na vida não! Se tem uma coisa que hoje tenho CERTEZA e que posso aconselhar de olho fechado é: se não está do jeito que você quer ou sonhou, parte pra outra JÁ! Existe homão da poha sim, mas você nunca vai encontrar com ele se estiver presa a outra pessoa! Me conta, PRA QUÊ ESTÁ PERDENDO SEU TEMPO COM ALGUÉM QUE NÃO É O QUE VOCE QUER? Pra que? Pra não ficar sozinha??? Pois saiba que a carencia é MAIOR inimiga de um relacionamento feliz e pleno! O medo de terminar e não encontrar alguém com as qualidades que você procura é o maior erro que você pode cometer! Primeiro transforme-se na mulher que você quer ser, sozinha, se vire, se ame, faça suas coisas, atinja a SUA plenitude, e isso VAI atrair alguém como você! Não pense tanto no OUTRO neste momento, não idealize ninguém além de você! O brilho nos olhos, primeiro tem que ser por você para depois ser por outro. E tenha CERTEZA, vai aparecer alguém sim, mas para isso você tem que estar livre e plena. (PS: não me julguem, mas quando eu tava solteira, fugia de homem “veio” que morava com a mãe. É treta. Eu acho.)

Chora 02 – Turmalina

“Minha choradeira tem problemas e soluções multi disciplinares, acho que você pode me ajudar! Na verdade um problema eu já resolvi, agora o outro… Tem um minuto?

Pois bem, tenho 28 anos. Saí de casa aos 17 para estudar, esse processo envolveu mudança de cidade. Consegui minha independência financeira aos 23. Durante esse período eu sempre tive ajuda dos meus pais (divorciados), e o caso aqui é com a minha mãe. Estudante, estagiária, primeiro emprego, sabe o que existe em comum com essas atividades né? Pouca grana. Por esse motivo, era muito raro eu me jogar nas compras.  Minha mãe era absurdamente consumista (nível sem noção) e acabava comprando muitas coisas para mim, e também compartilhando seu acervo comigo nas ocasiões em que nos encontrávamos. E por mim tudo bem. Sempre gostei de moda e de andar arrumada, mas não sabia definir meu estilo, me dava com qualquer coisa, até me divertia com isso.

Para mim, minha relação com minha mãe era boa, mas só hoje eu consiga identificar que ela é o que chamam de narcisista patológica. Essa característica só ficou mais evidente quando passei a viver mais perto dela. Ela se mudou para a cidade vizinha, então nos víamos toda semana.

Quando estava perto dela, entre outras coisas desagradáveis, ela gongava minha aparência o tempo todo. Dizia que meus boyfriend jeans pareciam eram maltrapilhos. “Pega aqui essa minha saia, vai ficar linda”. Acontece que o estilo dela é meio piriguético. Não me entenda mal, é uma piriguete arrumadinha, mas o shape marcado, o brilho, as rendas, os zilhões de estampas… Não são muito a minha cara. E quando eu pegava uma peça dessas, tratava de misturar com uma minha pra dar aquela equilibrada, e lá vinha a gongada. Saí de casa várias vezes me sentindo desconfortável só porque não queria ser reprovada por ela.

Foi então que aconteceu a reviravolta. Um resumão:Perdi meu emprego, tive depressão, fui morar na casa dela e trabalhar no negócio dela. O controle sobre minha vida (e meu estilo) só pioraram. Ela me estimulava a comprar roupas, mesmo que eu tivesse outros planos para meu dinheiro “Roupa é necessidade!” “Não vai trabalhar comigo mal vestida” “Não saio com você vestida assim!”. Ela se casou com uma cara mega rico, e isso só piorou sua síndrome de madame. Tivemos um desentendimento (ela tinha medo que eu tomasse a frente dela nos negócios. Nunca foi minha intenção. Ela estava paranoica.) e  fui expulsa de casa. Fui embora sem rumo, sem casa, sem emprego e com um boletim de ocorrência que viria a gerar uma ordem judicial para que ela não voltasse a me agredir. Para conseguir tirar minhas coisas de casa fui escoltada por 3 policiais. Eles me disseram: pegue o que você puder, não poderemos voltar com você depois. Era minha unica chance, pois jamais me atreveria a voltar lá sozinha, ela jurava me matar até na frente dos policiais. Sendo assim, tudo que eu pude fazer foi recolher algumas roupas e livros. Só. Móveis, eletrodomésticos, nada foi comigo. Felizmente, nessa fase eu tinha algumas economias, achei uma casa ótima para morar e na semana seguinte já tinha um emprego na minha área, tive muita sorte nesse momento.

Pode ser que eu pareça fútil pelas minhas preocupações agora, depois de mencionar essas barbaridades, mas quando o interesse é recomeçar a vida, todo detalhe importa.

Quando abri minhas malas na casa nova, percebi que mais da metade das minhas roupas tinha ficado pra trás. Não tinha mais nada, só umas coisa velhas, desconexas, roupas que estavam guardadas para doação. As mais novas, as favoritas não estavam lá, devem ter ficado na lavanderia, ou no cesto, ou em algum canto do armário. Na correria, no medo, peguei o que estava na minha frente e saí correndo. Não voltei nem para resgatar documentos que ficaram, jamais voltaria lá para resgatar roupas.

Decidi voltar a minha vida normal, e estava muito magoada e passando pelo luto de perder uma mãe que estava viva. Precisava comprar roupas novas, mas tinha medo até de sair na rua, ir ao shopping e dar de cara com ela. Tinha pavor de lembrar dela, e de qualquer coisa a fizesse ser lembrada. Passei a me vestir diferente, sabe tudo aquilo que ela abominava? Então, era o que eu usava agora. Camiseta! Eu nunca tive uma camiseta antes disso, só “blusinhas de menina”, baby look uó.  Meu novo visual era baseado em jeans, camiseta e tênis. Cortei o cabelo, removi a luzes (influencia dela). Virei uma outra versão de mim que eu não conhecia. Sinceramente? Não sei se gostei. Passado o tumulto todo, a dor, o luto, a montanha russa emocional, minha vida se acalmou, agora tá tudo bem, tô mega feliz. Mas meu armário…aiaiai…não estou me entendendo com ele ultimamente. Nesse redescoberta, me identifiquei muito com o estilo bem básico, não gosto de acessórios, prezo muito pelo conforto, não uso salto… Não tem peça que faça eu me sentir mais bonita que uma camiseta branca. Mas as vezes sinto que me visto como um menininho de 10 anos, sabe? As vezes acho que falta uma pegada mais sensual ou arrumada dentro dessa proposta básica, mas tenho medo de cair nas minhas antigas referências. Antes eu gostava de andar arrumada, hoje eu quero passar despercebida. Não sei se foi todo o impacto psicológico que tive no ultimo ano que me fez ter receio de tudo, mas preciso começar a me reinventar. Sei que nada é da noite para o dia, que nosso estilo é uma construção, mas eu gostaria muito de ter um norte para achar o meu. Ajuda?”

Gata como assim, e o Futilish, não conhece não? hahahaha Brincadeiras a parte, que horror tudo isso que aconteceu com você! Nem imagino ter uma briga feia dessa com mãe. Mãe deveria ser nosso porto seguro, nosso chão, o colo que aconchega, que cuida, que preza e zela. Fico realmente muito triste que não seja assim com você mas por outro lado fico feliz em saber que sua vida tá tomando um rumo bacana e que agora a única coisa que interessa é achar seu estilo de volta. Dá uma olhada no Pinterest, faz uma pastinha, vai salvando looks que você gosta e analisando o que te chamou a atenção. Você gosta de camiseta branca? Vai lá e coloca na busca “white t shirt outfit” e salva o que gostar! E claro, cola na gente aqui no Fufu que temos bom gosto e somos clássicas sem piriguetismo mas modernas e as vezes até zekzys. Dá para ser mulher, sensual, feminina com camiseta sim viu? Boa sorte!

Chora 03 – Jade

“Olá Constanza ! Amo o seu blog. É tudo o que falam! Você é maravilhosa. Vamos ao chora.

Namorei por quase 4 anos, uma pessoa . resumindo os três primeiros anos, foram um verdadeiro conto de fadas. Ja tive outros relacionamentos e ninguém nunca me tratou tao bem e me fez sentir especial como ele. Aconteceu de um dia, sem motivo aparente, ele me deu um tapa. Não tomei nenhuma ação, fui embora, estava na casa dele e os pais e irmãs me deram super apoio.  mas depois disso não consegui perdoar dentro de mim. passou uns meses ainda, ele me pediu perdão, começou a fazer terapia, enfim. eu não quis mais e terminei. Passou uns 3 anos e meio, e No final do ano passado,  o reencontrei no final do ano passado.

Está morando sozinho,  trabalhando,  e aceitei a sair para tomar um café. ficamos algumas vezes e fui muito sincera com ele dizendo que nao quero nada alem de ficar e para nao criar expectativa.

Porém, entretanto, toda via. Cai na minha própria armadilha.

Estou me envolvendo novamente, fui viajar com amigos e senti a falta dele. Ele me faz sentir especial e sinto que ele amadureceu,  estou fazendo uns “testes” falando algumas coisas que antes ele não admitiria, e hoje, vejo que a cabeça abriu sabe?  Ele tem feito as coisas que sempre reclamei no passado e sinto que estou me reapaixonando.
A questão é.

1) Me julgo demais. ninguém exceto a família dele (Pai, mae e irmãs) e uma amiga minha sabem desse episodio de “agressão”. Tenho um pavor de voltar a me relacionar por encarar novamente a família dele

2) Essa minha amiga tem horror a ele, pelo episodio e me sinto impedida por isso. tenho vergonha ate de falar para ela que eu voltei a reencontrá-lo.

3) As pessoas erram e mudam. Eu mesma já fiz coisas que me arrependo. Dar uma nova chance é algo errado? Sempre fui do time quem faz uma, faz duas. Mas hoje, meu pensamento não é assim. A minha vontade? é ir indo. A minha cabeça me julga. Fui bem sincera com ele, e ele demonstra estar muito arrependido, me chamou para uma conversa e falou que aquilo de forma alguma se repetirá. Que ele sofreu muito, e que no fundo, ele nunca me esqueceu, e ele só queria ter uma nova chance para me fazer feliz, assumiu toda a culpa, pediu perdão, e me pediu para esquecer e não tocarmos mais nesse assunto, e só viver coisas boas daqui pra frente.

Fato que ele me ama e tem um sentimento imenso por mim. Eu, to gostando de tudo, e não to conseguindo me desapegar e querendo dar uma nova chance. me deem conselhos? A pessoa muda? Eu já o perdoei, o difícil esta sendo lidar com os julgamentos, que na verdade nem acontecem ainda e já me assombram. Me ajudem meninas?

beijos”

 

Nossa menina, que complicado… muito complicado. Antes de mais nada, ninguém tem nada a ver com a sua decisão, não se preocupe com a reação da família dele e de sua amiga, se ela é sua amiga mesmo, irá te apoiar no que você fizer. PORÉM, agressão física é coisa MUITO séria e é tão delicado aconselhar sobre isso porque pode ser que tenha sido algo de momento (o que não está certo de maneira alguma) e realmente ele pode ter se arrependido, como pode ser uma reação de caráter explosivo e que possa voltar a se repetir. Queria entender mais esse “tapa” (ai como é difícil falar essas coisa, não que NADA justifique o tapa, mas para entender a situação e essa reação)… mas já se passaram mais de 3 anos e acho que isso já nem importa mais. EU no seu lugar, se já está perdoado, se não se encaixa na repetição do ciclo do relacionamento abusivo (tensão, agressão, reconciliação, calmaria), se foi coisa de um impulso e ele realmente se arrependeu e depois de tantos anos tenta te reconquistar, eu daria uma chance. Ainda mais porque é isso o que você quer, e isso está muito claro. E outra coisa, ele sabe qual será sua reação caso aconteça novamente, então há chances de dar certo sim. Mas atenção, OBSERVE, fique de olho. Ao MENOR sinal de agressão e violência, pule fora na hora! Depois volte aqui para nos contar como estão as coisas.

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