Futilish

Chora Que Eu Te Escuto!

Dia de Chora! Vejamos o que temos para hoje:

Chora 01 – Beatrix

Oi Cony, adoro seu blog e acompanho há uns 6 anos ou mais. O chora da Pinocchio me tocou muito. E ao ler o comentário da Camila, onde ela fala que chegou a roubar e ser presa por querer atingir um estilo de vida incompatível com o dela.

Passei pelo mesmo, e acredito que muitas mulheres passam coisas semelhantes e negativas para atingir um ideal que nossa sociedade impõe. O mundo está cada vez mais doente e mesmo eu tendo superado e me curado, ainda sofro, às vezes sinto uma tristeza repentina, ou lembranças me fazem sofrer. Porém sou adulta e não posso deixar a peteca cair.
Fui abusada sexualmente pelo meu avô quando era criança, mantive tudo em segredo por medo e por pensar que eu era responsável por aquilo, e também porque ele nunca chegou a me penetrar, apenas me tocava.
Filha de pais separados, minha mãe perturbada me usava para atingir meu pai, meu pai era ausente porque minha mãe pintava outra de mim para ele, e nos encontrávamos pouco, ele estudava e trabalhava muito. Eu era insegura, me achava feia e sempre senti um vazio enorme. Adolescente problemática, drogas, promiscuidade e uma confusão mental imensa.
Cresci, amadureci, casei, tenho uma filha (Com uma pequena má formação que não mudou nada no desenvolvimento dela, apenas a estética) Só parei de fazer tanta besteira há uns 4 anos.
Me prostituí com o único intuito de ganhar dinheiro para comprar coisas supérfluas, maquiagem, perfume, jóias, roupas… Coisas que não me faltavam, porém eu não podia ter tudo (Ninguém pode, né?) Conheci um mundo sujo, triste. Foi pouco tempo, graças a Deus. Quando eu já não aguentava mais, comecei a furtar em lojas. Maquiagem, sapatos, perfumes, acessórios, bijuterias… Até que fui pega. Uma vergonha, fiz mal para minha família inteira, que me perdoaram. Mas custou caro (Mais de 5 mil de fiança e um processo penal nas costas)
Fui me tornando uma pessoa melhor.
Comecei a buscar valores verdadeiros para minha vida. Já fiz terapia e faço uso de remédios controlados para depressão, regulador de humor, ansiedade e insônia.
Busquei a igreja católica e me encontrei na fé. Não sou radical, não vivo na igreja, mas o fato de ter essa fé faz de mim uma pessoa melhor.
Trabalho, amo maquiagem, amo minha família e gosto muito de educar minha filha, vê-la crescer.
Sou muito amada, não ganho bem mas meu pai me ajuda bastante e nda me falta.
Tenho alguns luxos, sou super vaidosa, amo moda e gosto de estar atualizada.
Quando penso no meu passado, sempre penso que sim, foi falta de caráter e não quero fazer o mesmo novamente. Porém além disso eu vejo que o que me fez fazer tudo que fiz foi o fato de estar sempre buscando um mundo perfeito, e principalmente relacionado à beleza. Eu sempre quis me sentir linda e maravilhosa. Já fui em vários psiquiatras e uns dizem que tenho transtorno bipolar e outros transtorno de personalidade que no fim acho que é tudo igual
Tenho um bom relacionamento com meu pai, mas a sombra do passado perturba um pouco. Me comparo com minha irmã por parte de pai( Do segundo casamento dele), que é rica, teve tudo que eu não tive (Festa de 15 anos, viagem à Disney, melhor universidade particular, roupas maravilhosas, academia top, meu pai levando e buscando ela em todos os lugares e tb a companhia diária do meu pai.
Acredito que já superei, mas isso virou uma ferida que de vez em qdo cai a casca.
Me entristeço profundamente e tudo se torna imensamente difícil.
Sofro de enxaqueca crônica o que faz tudo ficar pior.
Sou impulsiva com compras, gasto muito e nunca consigo economizar.
A tristeza me causa um cansaço muito grande, terrível.
Não gosto de sexo, faço porque quero agradar meu marido e estou sempre preocupada com isso, com a frequência sexual, se ele está satisfeito… Ele já me disse que entende caso eu não queira e ele é muito amoroso.
Tenho vergonha do meu passado, mas sei que estou fazendo um futuro novo.
Não sei se vc irá publicar meu chora, mas queria dividir com as leitoras: Qual a melhor maneira de se reinventar? O que fazer pra levar a vida nesse mundo e com tantas lembranças difíceis?

 

Você consegue ver que é uma pessoa boa? Com boa índole? Que tem completa noção do que fez de errado e que se arrepende? Não acho que seja falta de caráter, não te conheço, mas pelo o que contou percebo que está numa busca incansável do auto perdão. Do auto controle. Vê tudo o que acontece, sabe tudo o que faz, consegue discernir sobre o que é errado e o certo e sabe que precisa mudar. Só te desejo força, MUITA terapia e serenidade para tomar as melhores escolhas para sua vida. Você já sabe exatamente o que fazer, não se cobre tanto, tente resolver uma coisa de cada vez. Se desafie: uma semana sem comprar nada, depois um mês. Tente não se culpar pelo que fez no passado, já foi, já passou, você não vai fazer de novo. Não se compare com ninguém, com sua irmã ou com outra pessoa que parece estar melhor ou mais bonita que você. Se ame, se goste, seja carinhosa com você mesma, já passou por muito, merece esse carinho. Você tem um pai, um marido, uma filha que te amam, isso é sua fortaleza, é sua vida nova, é sua chance de fazer diferente. Todo excesso esconde uma falta, o seu excesso de preocupação com roupas, maquiagens e beleza é a falta de algo. Pense nisso, tente se entender. 

 

 

02 – Vernita

 

Olá, Cony! Antes de qualquer coisa quero parabenizá-la pelo seu trabalho! Adoro você e a maneira como leva a vida! É uma verdadeira inspiração! Enfim criei coragem para escrever o meu “chora”. Talvez até meio bobo mas acho que preciso de alguém pra me mandar a real mesmo. Há sete anos conheci em uma baladinha um carinha super bacana, diferente dos que já tinha conhecido na época, mais maduro para idade e tal, na época eu estava com 19 anos e não queria nada sério, portanto não o levei a sério mesmo, nem chegamos a ficar. Acontece que passados esses anos, muita aconteceu na minha vida, me formei, namorei, tive uma filha (hoje com 4 anos), terminei, passei em concurso, comprei meu carro, meu apartamento e acredite, o tal do carinha ainda está na minha cabeça. De vez em quando nos encontramos por acaso, (sei alguns dos lugares que ele vai e confesso que já armei alguns desses encontros por acaso!!) e ficamos sempre nos encarando mas nunca mais trocamos qualquer palavra. Já encontrei as redes sociais dele, mas não tenho coragem de adicionar, fico pensando: “se eu adicionar e ele estiver namorando?”. Pode jogar a real na minha cara, Cony!! É paixão de adolescente? É o famoso “e se tivesse acontecido…”? Deixo isso pra lá ou tento viver essa história?? Cony, obrigada por esse espaço incrível que você destina para suas leitoras. Mais uma vez parabéns!!

 

Menina resolve isso logo! Fica arrastando nada não… eu acho que tudo o que fica mal resolvido, empaca a vida da gente. Nesses encontros que você arma sem querer querendo, ele aparece sozinho ou acompanhado? Acho mais maduro encontrar ele ao vivo e chegar pra conversar. “Ei tudo bem? Te vejo há tantos anos que parece que já te conheço. Prazer, sou fulana.” E daí deixa rolar. Se tiver namorada, esposa, já sabe né? Game over, se não tiver e ele demonstrar interesse, vá em frente. Mas pode ser que ele nem se lembre de você. Vá preparada, mas resolva isso de uma vez!

 

 

Chora 03 – Elle

Olá Cony, sua maravilhosa!! Sou leitora assídua do blog e te admiro muito quanto mulher e profissional que você é, seu blog é o único que ainda acompanho! Meu chora é o seguinte, tenho 23 anos, vida engatilhada e logo estarei formada em medicina. Fiquei 2 anos solteira após um relacionamento de 5 anos. Nesse meio tempo, sofri muito.. mas continuei firme e com a ajuda de grandes amigos superei tudo o que houve.. foi um relacionamento abusivo e enfim, esse não é o motivo do chora hoje, pois já superei o embuste!

Comecei um novo relacionamento (o primeiro sério após esse fato que relatei) e estou bem feliz, acho que o meu boy é bacana, me dá tesão, me traz momentos bons e é companheiro. Vale ressaltar que durante todo esse tempo que estive sozinha ninguém nunca me fez sentir tão bem quando ele me faz sentir. Porém.. sempre colocamos um porém né? Rss.. ele tem 30 anos e a vida não está nada engatilhada ou estabilizada. Mora com a mãe e a irmã, é empregado numa empresa e salário ok para sustentar esse estilo de vida descrito.

Confesso que muitas vezes isso me incomoda, pois se estamos com alguém, é inevitável que façamos planos futuros com a pessoa. Ele decidiu não fazer faculdade, e tem emprego e etc, ganha até bem.. mas falta algo!

Muitas vezes ele me queixa que precisa engatilhar em um negócio próprio e que para isso está se dedicando totalmente em guardar dinheiro esse ano e no próximo. Ele está focado nisso, o que me traz certo alívio. Fato que é ainda não o apresentei para minha família e ainda não sei como fazer isso, pois sei que virão certas perguntas e não serão fáceis de responder. Converso muito sobre isso com algumas amigas mais próximas e é sombrio pois ao conversar vejo o quão diferente seria o nosso futuro juntos, a discrepância salarial e também o estilo de vida seriam um problema futuro, infelizmente.. Me dá uma luz Cony, melhor largar esse amor agora para não ser mais difícil lá na frente ou persisto e espero o tempo mostrar o que virá??

Menina tenho medo de te falar para “largar” o boy, pois pode ser que ele se torne um mega empresário e dê super certo mas por outro lado entendo a sua angústia em estar se formando em medicina e ter que apresentar para a família um namorado que não é formado em nada. Sei que a gente (mulher) é mais emocional, sentimental, mas esse tipo de situação deveríamos repensar logo no início. Tipo, assim que conhecemos alguém, já deveríamos dar atenção aos detalhes que fazem muita diferença e nem dar continuidade dependendo da complexidade. Homem é assim, frio, e acho que em alguns casos deveríamos ser assim também mas é difícil né… a gente se apaixona e acha que tudo pode mudar. Às vezes ate muda, mas outras vezes, vira uma baita dor de cabeça. Se no seu caso, namorar alguém sem curso superior, ou namorar alguém que mora com a mãe era algo “impensável”, deveria ter parado aí. Observa com calma, vê se ele REALMENTE está empenhado em montar um negócio próprio, se ele é ambicioso e tem vontade de crescer. Mas fique bem atenta, se achar que a diferença de estilo de vida e salário for muito grande e ele não se mexer, melhor pular fora.

 

 

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