Quarta é dia de Chora e de Brasil x Sérvia! Antes do jogo, vem ler aqui, vem.
Chora 01 – Moscou
Olá, Cony!
Percebi que nos últimos tempos tenho vivido uma situação comum, em que pessoas se apegam a mim para desabafar e/ou me tomar como modelo. Acontece que sou uma pessoa extremamente sensível e empática, então se vejo que alguém está com um problema ou meio para baixo, tento animá-la, dar conselhos. Além disso também tenho boa memória e me lembro de tudo o que essa pessoa já contou, às vezes até pergunto sobre. Mas aí ela se apega mesmo, fica só atrás de mim, me conta todos os problemas da vida (que quase nunca são de fato), ou então começa a querer se inspirar em coisas que faço, mais do que o normal (seguir a mesma rotina, vestir o mesmo tipo de roupa, comprar coisas iguais, etc.).
Não estou contando isso pra me achar, muito pelo contrário. Sei que boa parcela disso acontecer é pelo meu medo de rejeição, já que sempre procuro ser simpática no começo de qualquer relação interpessoal e sei que uma boa ferramenta pra isso é mostrar interesse. Outro fator é que não costumo desabafar com qualquer pessoa, porque acho que poucas realmente escutam, se preocupam e não usam contra você ou fazem fofoca. Aí passo essa imagem de bem resolvida, equilibrada, sensata, sendo que tenho todos os problemas de baixa autoestima, insegurança e medo que todo mundo tem.
Isso tem me prejudicado muito, porque quando a pessoa fica muito atrás eu fico nervosa querendo me livrar e se a pessoa não se toca eu simplesmente sumo, ignoro mensagens, faço de tudo pra não encontrar mais e deve ser ruim para ela também.
Nesse momento está acontecendo com alguém e já não sei mais quais sinais enviar, não aguento mais ser despejo de lamúrias fúteis! Agora estou com tendência a ser mais fechada do que já sou, porque tenho receio de que os recém conhecidos sejam assim. Gostaria de ouvir opiniões de quem passa por isso… Será que existe algum jeito de saber o quanto você deve se aproximar de alguém? Não estou sabendo definir esse limite. Beijos e muito obrigada pelo espaço.
Acho que não sou a pessoa mais indicada para te dar conselhos, pois eu sou péssima em primeiro encontros. Posso ser a pessoa mais simpática do mundo, como posso ser a mais antipática de todas. Mas isso se deve a minha timidez extrema (acreditem, sou muito tímida) e às vezes eu travo e não consigo nem conversar. Fico com medo de falar bobagem, de ser mal interpretada em algo, de atrapalhar. Pra piorar, eu perco o foco muito fácil, então é bem comum acontecer, no meio de uma conversa pouco interessante ou que eu não entenda do assunto, eu me distrair com qualquer bobagem. Daí a pessoa acha que tô chata e desinteressada. Mas também posso estar num dia toda serelepe e ser a mais simpática e divertida do lugar. Acho que é coisa de cancerianas regidas pela lua, mudam a cada instante rs. No meu caso, é uma luta interna ser uma pessoa legal no primeiro encontro, pois nunca sei como vou me portar. É mais forte que eu e sei que tenho que dar um jeito nisso, mas no geral, acho que não podemos ir além de um papo superficial no primeiro encontro, ser simpática mas não querer saber demais. Acho até falta de educação perguntar muito (o que para algumas pessoas possa parecer desinteresse), mas acho feio por exemplo, conhecer alguém, e esse alguém falar que está mais ou menos e eu querer saber o motivo. Simplesmente não pergunto nada pois tenho medo de puxar o fio e ser algo tão chato que depois vai ser difícil sair da conversa. Uma coisa é ser simpática educada, outra é ser simpática melhor amiga e acho que tem sim que por um limite no primeiro contato com alguém. A intimidade se conquista aos poucos e pode ser que sua simpatia extrema no inicio de uma amizade jogue contra você no momento que você para de responder a pessoa, ignora mensagem e some. De uma pessoa bacana e legal, você vai virar uma esquisita e complicada. Acho que o que não é dito, não é entendido então é melhor abrir o jogo e falar com a pessoa que te persegue para desabafar que você está incomodada com isso e que quer uma conversa mais leve. O bonzinho só se ferra e vira saco de pancada, então, respeite o seu limite e o das outras pessoas também.
Chora 02 – Nairobi
Boa noite! Estou mandando meu chora mais pra ler os comentários, pois ando bem confusa!Há 2 anos conheci um cara e o achei interessante, mas ele estava noivo e não rolou absolutamente nada. Em março, nos reencontramos e ele estava solteiro, daí começamos a conversar. O problema é que ele mora em São Paulo e eu no Rio. A partir de então já estive 2 vezes em SP, ficamos juntos e ele é uma pessoa maravilhosa, parece o Príncipe Harry (só que sem a conta bancária e os castelos. hahahhaaha). Desde o tal evento em que nos reencontramos, falamos todos os dias e agimos como namorados, com o compromisso de não ficar com mais ninguém e essas coisas. Já conheço vários defeitos dele e ele os meus, mas como todos os tem, nem me importo sempre com isso. Acontece que o sentimento está fluindo de verdade de ambas as partes. Entretanto, ele tem a vida dele corrida e estabilizada lá e tem projetos que não o permitem sair de SP e eu, tenho 2 formações, mas trabalho com um amigo na política e isso, mais que um trabalho, é um projeto de vida que sonhamos e construímos juntos há mais de 15 anos, ou seja, também seria beeem difícil sair daqui. Ocorre que nenhum de nós acredita num relacionamento à distância, pelo menos sem uma perspectiva de que essa distância venha a diminuir em breve. O que eu faço? Troco minha pelo cara de quem gosto, mas nunca convivi, recomeçando a vida num lugar em que não tenho em quem me amparar, esqueço essa história e sigo minha vida no rio ou levo enquanto der e quebro a cara mais lá na frente? Não estou pensando em me mudar semana que vem, obviamente, mas pensei em planejar pra acontecer isso daqui a um ano, sei lá.
NUNCA, MAS NUNCA, ABRA MAO DOS SEUS SONHOS POR CAUSA DE OUTRA PESSOA. Conselho curto e grosso: leve o relacionamento enquanto der mas já se programe para o término. O que vier diferente disso, é lucro. A vida é muito louca, nunca se sabe o dia de amanhã. Mas abrir mão de um sonho que está sendo concretizado, jamais.
Chora 03 – Tokyo
Fia, nao tem nem um mês de casada e já manda chora??? Me conta uma coisa, como você, toda estudada e resolvida, casa com um cara que não tem graduação nenhuma aos 31 anos? Desculpa te dizer isso, mas parece que você se meteu numa baita encrenca. Geralmente eu tento ver os dois lados da historia, ou pelo menos imaginar o que está acontecendo do lado de quem não se pronunciou aqui, mas nesse caso tô com um bad feeling. O que mais me preocupa é o fato dele NÃO QUERER sair para procurar emprego. Aí ferrou. Uma coisa é trabalhar, não gostar, sair e ir pra outro trampo, mas outra beeeeem diferente é ficar em casa e se negar a trabalhar. Tenha JÁ uma conversar séria com ele, calma mas FIRME. De forma alguma você está reclamando demais, eu no seu lugar já tinha rodado a baiana. Você não se casou pra sustentar marmanjo e se deixar isso pra lá e não se impor, bem capaz dele montar nas suas costas.
- Tô engraçadinha hoje. Choras ainda fechados!