Futilish

Chora Que Nóix Te Escuta!

Choradeira de quintaaaa feiraaaaa! Tô meio embolada com os dias das postagens, só pra variar. Pensa numa pessoa com desorganização mental? Ah, falando nisso, quero TANTO conversar aqui sobre falta de concentração, de foco, DDA e afins…

Bom, deixa minha choradeira pra outro dia, agora é com a:

01 – Kim

Oi Cony, adoro seu blog, seu estilo e o seu jeito de ser! Te escrevo porque tô passando um dilema e preciso ouvir uma opinião de alguém que não está próximo. Não precisa publicar se não quiser ok? Thanks! Bjos

Conheci meu marido no início de 2013, me casei no ano passado (2015) e vim morar numa cidade pequena do interior de MG, vim para esta cidade porque meu marido que é veterinário conseguiu um bom emprego. Confesso que foi um ato não muito bem pensado, agi mais com a emoção do que com a razão, pois, já tinha 8 meses que a gente estava namorando a distância.

Sou nascida e criada em Belo Horizonte, então, imagina como foi difícil desapegar de tudo, família, amigos, emprego, shoppings…rsrsrs. Mas vim porque não tinha jeito de ficarmos namorando a distância e por isso decidimos casar. No ano passado quando cheguei a essa cidade consegui um emprego nas escolas aqui, mesmo não sendo exatamente a minha formação, pois dava aulas de física. Apesar de toda dificuldade da adaptação as coisas iam bem…Porém no meio do ano perdi parte das aulas que eu dava e acredite o que eu estava ganhando não pagava nem as passagens de ônibus pra ir ver meus pais em BH. Eu literalmente surtei, pois trabalho desde os meus 16 anos de idade e estou acostumada a ser independente. Por mais que ele cubra as despesas da casa eu não me sinto bem dependo do dinheiro dele.

Estava ficando a maior parte do tempo em casa e com isso a cabeça a mil, pois não sou do tipo que se contenta em ficar em casa, gosto de sair para trabalhar, de me sentir útil. Foi aí que tive a ideia de tentar mestrado e como aqui não tem universidade, faculdade nem nada disso, conversei com ele e fui pra BH em setembro me preparar para o mestrado, pois coloquei em minha cabeça que precisava fazer algo pela minha profissão, e sempre quis fazer um mestrado, para que num futuro eu pudesse dar aulas em faculdade, pois amo lecionar. E aí me bateu aquelas neuras de: tenho 27 anos e não tenho estabilidade financeira, daqui um tempo vou querer ter filho e se eu não fizer isso agora? Quando vou fazer?

Então eu fui pra BH e fiquei na casa dos meus pais, cheguei a passar em 3 etapas de seleção de mestrado, mas infelizmente por falta de experiência não consegui a vaga. Porém, meu casamento sofreu demais com isso tudo, passamos a brigar muito, até viajamos para tentar melhorar, mas não adiantou muita coisa. Vejo-me sempre abrindo mão das coisas por esse relacionamento, enquanto ele nunca abre mão de nada, eu queria ter feito uma cerimônia de casamento e não fizemos por questões pessoais da família dele, sem contar que ele é super pão duro! Não gosta de gastar com nada, nem uma viagem para comemorar o nosso casamento a gente fez, (na nossa “ lua-de-mel” tivemos que ir buscar a filha dele em outra cidade pq tinha 2 meses q não via a criança), na verdade nesses 3 anos juntos nunca tínhamos viajado pra lugar nenhum só nós dois, nem as coisas pra casa ele quer comprar, a maioria dos moveis que temos nos foram dados de “segunda mão” e outros com dinheiro que meus pais e parentes dele nos deram de presente. Não viajávamos antes por questões financeiras, pois ele era estudante e não tinha dinheiro e agora pq o dinheiro dele é todo investido em pecuária e pensão de filha. Foi um custo viajar no começo desse ano, só pq pechinchei muito é que fomos. A viagem foi boa, mas sabe quando tá aquele clima ruim?

Eu passei a não ter certeza se queria voltar para essa cidade porque infelizmente aqui não tem emprego pra mim, não tem como eu estudar, não tem lazer…Mas acabei voltando porque amo ele, porém, continuo insatisfeita e triste, vejo minha vida profissional parada, sempre sonhei em fazer um mestrado e agora estou aqui desempregada e sem poder estudar, literalmente me tornei dona de casa, o mais irônico é que isso é o que eu nunca quis ser.

Desculpa o textão, mas é isso…As vezes fico achando que é melhorar divorciar e voltar pra BH. O que vc acha? Tô muito confusa.

Kim Kim… lendo seu relato te percebi tão triste, cabisbaixa e ao mesmo tempo TÃO GRANDE! Mulher, tive a impressão de você estar toda amarrada, encolhida e doida para se soltar. Sua vontade de crescimento é enorme, acho MARAVILHOSO você querer focar em sua carreira, fazer seu mestrado. Você contou que ama lecionar, ou seja, ama a profissão que escolheu, tá no caminho certo e ter que abdicar disso por amor é muito cruel! Sim, cruel! Achei o tom do seu mail muito sensato, já teve exatamente essa conversa com ele? Com essas palavras, com esses argumentos? Ele seria muito egoísta se não te compreendesse! Se essa conversa já aconteceu e ainda assim não rolou um entendimento, voa passarinha. Vai crescer, vai cuidar de você, da sua carreira, conquiste o que é seu. Se ele te amar mesmo, ele vai dar um jeito de ficar com você. O que não é justo é você morar num lugar que não te agrada, sem emprego, sem amigos, sem lazer. Sem vida, na verdade. Boa sorte.

02 – Khloe

¨Olá. Meu desabafo não tem nada de relacionamento, só preciso do conselho das pessoas mais experientes e que já sentiram o que estou sentindo. Eu não sei o que fazer profissionalmente. Moro na casa dos meus pais, aliás tenho 22 anos, estou no último ano de uma faculdade que detesto (direito) mas e ai? Quando pegar o diploma não saberei o que fazer haha. Quando estava na escola sabia que no ano seguinte teria outra série, ou que logo após teria a faculdade. Enfim, você deve estar se perguntando porque não sigo alguma carreira na área do direito. Gosto de estudar, mas honestamente eu não quero estudar 3/6/8 anos para um concurso público (hoje em dia para ganhar 2 salários tem que gabaritar as provas) e ficar fazendo trabalho de robô como fazia no estagio, também não vou advogar pois não gosto de falar em público e não me imagino naquela confusão autor/réu na audiência. Eu não curti, só valeria a pena pelo dinheiro e só vou me formar porque já cheguei até aqui. Tenho vontade de fazer gastronomia, mas é complicado. É um trabalho serviçal, mal remunerado em que pouquíssimos se tornam um Alex Atala. Como faço para realizar-se profissionalmente com o mínimo de dignidade financeira? Ou será que amar o seu trabalho é uma ilusão? Obrigada.¨

Tá toda errada né fia. Vai formar num curso que detesta (e você foi bem clara, enfática e ainda citou vários motivos para não gostar do que estuda) e o pior, o curso que quer fazer você já sente uma derrotada sem ao menos ter tentado. Nada vem rápido, nem dinheiro, nem sucesso, nem reconhecimento. E outra, porque se tornar uma Alex Atala? Quanto mais alto a gente mira, mais difícil é alvo! Vai subindo aos pouquinhos, sempre pensando em melhorar, um dia de cada vez e outra, MUITAS coisas podem acontecer no caminho. Só não arruine sua vida profissional com escolhas erradas e MUITO MENOS desista antes de tentar.

03 – Kourtney

¨Oi Cony, segue um chora feliz:

Quando eu tinha 17 anos, passei no vestibular para Biologia e no primeiro churrasco fiquei com um veterano que seria meu namorado pelos próximos 3 anos. Hoje eu já me perdoei por ter “gasto” tanto tempo da minha vida com aquele babaca, não vou me alongar muito dizendo como ele me tratava, vou dar apenas dar um exemplo: do tipo de homem que força sua cabeça para baixo para fazer sexo oral. Traí ele! Contei que traí e foi assim que terminamos, com ele me chamando de todos os adjetivos possíveis para a faculdade inteira, contando todos os meus podres e os das minhas irmãs para os meus pais e ameaçando se matar. Nunca mais o vi. Apesar do total abuso que ele fazia comigo, me sentia culpada por ter traído, sabe?! devendo pro universo? 

Seis meses depois conheci quem seria meu próximo namorado. Vivi um ano de intensa alegria, aprendendo como um menino pode ser querido, companheiro e ainda ser perfeito na cama. Levei um pé na bunda DO NADA, sem explicação… fui pro chão. Emagreci 8 kg em uma semana, chorei, esperneei, mas ainda sim, aprendi a me amar na marra, nas indas e vindas com ele que me judiavam demais. Na minha formatura, ele foi com meus ingressos, não cumprimentou minha família e ficou com a única pessoa que eu já tive ciúmes na vida NA MINHA FRENTE (tínhamos ficado uns dias antes da festa, achei maldade demais e dei FIM nisso. Embora já fizesse mais de um ano que eu não era mais namorada dele oficialmente, isso não se faz).

Mas sabe aquela sensação de alívio? Me senti 0 a 0 com o universo! Magoei, fui magoada, aprendi a me amar, aprendi o que era relacionamento abusivo, aprendi a ser feliz comigo mesma e que a pessoa que eu mais amo sou eu. Amadureci demais, nessa altura já estava para começar o meu mestrado e sempre me interessando por assuntos relacionados à mulher.

20 dias depois foi meu aniversário, fui em um bar de rock que amo e dei mole no carão para o carinha dos drinks, temos vários amigos em comum e sempre achei ele um gato. Ficamos trocando mensagens a noite inteira e combinamos de sair depois do expediente. Fui embora para a casa de uma amiga, pulei na piscina, caí um tombo, me ralei toda. Quando estava quase pegando no sono toda molhada (tinha esquecido dele) meu celular toca. ERA ELE. Fui correndo para o bar (bebada, molhada, ralada kkkk) e levei ele para a minha casa. Não consigo esquecer até hoje a coisa mais engraçada que já me aconteceu: fui de saia longa no bar pq estava com a perna peluda e acaba a noite com ele fazendo curativo NA PERNA PELUDA kkkkkkkk. D O R M I. Não fizemos nada… no dia seguinte acordo e vejo um rapaz dormindo no chão do meu quarto… pensei comigo mesma: NUNCA vou conseguir dar uns beijinhos nesse gato depois desse vexame e dessa perna kkkkkkkk. Fiz um macarrão odioso para almoçarmos, um papo torto, levei ele para casa. O que aconteceu? ELE ME LIGOU (fiquei pensando qual era o problema dele kkkkkkkkk) e a partir daí estou vivendo um sonho REAL nos últimos 4 anos, três de casados… já tivemos nossos problemas, ele foi por um tempo muito acomodado e folgado em casa e eu pisciana e feminista – folgado e feminista não cabem na mesma casa. Mas depois de muito amor, conversas, estatísticas e textos, sempre que alguém pergunta se ele ajuda em casa ele responde: Eu não AJUDO em casa, eu faço a minha parte.

Estamos crescendo, ele é engenheiro ambiental, mudamos de cidade para eu fazer meu doutorado e ele arranjou um emprego em uma empresa e está se destacando muito, ele é realmente uma das pessoas mais brilhantes que conheço e a qualquer momento vai arrasar em algum concurso por aí… E também do tipo de homem que chega meia hora adiantado no trabalho para arrumar a mesa, sabe? Peça rara! Sou peça rara também!! Estou fazendo meu doutorado e sei que tudo de bom que acontece comigo  é fruto do meu esforço e da energia positiva que espalho por aí, tenho um exercício diário de tentar não julgar as pessoas e sempre elogiar muito e de coração, o que eu tenho de negativo tento guardar pra mim… Somos duas pessoas do bem, é importante em um relacionamento ter paciência para APRENDER a ser o par “perfeito” um do outro (QUANDO VALE A PENA, TÁ, MENINAS?)

Estou convencida que não devemos nos enganar por fogo de início e procurar compatibilidade, sou feliz pois sinto no meu companheiro sintonia total nos nossos planos e objetivos.

Ah, antes que eu me esqueça… Sabe o segundo namorado? Ano passado ele me chamou para tomar um café e pedir desculpas, eu fui (com o marido sabendo tá) e o perdoei de coração, somos bons amigos! Ele levou um pé do mesmo jeito que me deu um tempo depois – CARMA. Por isso, me considero um chora duplamente feliz, pois nada melhor do que PERDOAR.

Beijos Cony, você e tuas leitoras são seres de luz, MUITA gratidão por esse blog que rendeu muito mais do que um amor intenso por blusas listradas :*

Ps: curiosa para saber meu nome fictício hahahahahah¨

QUE LINDA LINDA! Que relato leve, cheio de otimismo, de recados do bem!!! Temos muito que aprender com você: elogiar sempre, reclamar menos, ter paciência, energia positiva SEMPRE (tão importante isso… coisa boa atrai coisa boa!) e o principal, aprender a ser feliz com o que conquistamos. Não dá para ter tudo, mas saber aproveitar o que temos e ser agradecidas por isso faz a vida valer a pena e vira FELICIDADE E PLENITUDE.

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