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18 nov 2014, 679 comentários

La Maldita Pílula

Prevejo que hoje o dia será de muito papo entre nós e tô doida pra ler cada comentário. Bom, vamos começar o assunto do dia: anticoncepcional. Vou contar um pouco da minha história e da minha terrível indecisão por qual método contraceptivo usar.

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Comecei a tomar esse veneno (sim, veneno, e logo mais saberão o porque de tamanho ódio) bem nova, com cerca de 17 anos, quando tive minha primeira menstruação (minha infância foi eterna kkkkk) e fui diagnosticada com ovário policístico. Nunca fui regular e chegava a ficar 2 meses sem menstruar então a pílula veio me ajudar com isso. Lembro de ter tentado a Diane 35 e passei muito mal, então desde sempre soube que as dosagens hormonais para mim tinham que ser as menores possíveis. Durantes anos ininterruptos tomei vários anticoncepcionais, sempre mudava quando sentia minha pele encher de espinhas (que é o sintoma do SOP que mais aparece em mim) pois parecia que o corpo acostumava sabe? E eu sentia a necessidade de mudar… Tomei Mercilon por muitos anos, Minesse, Yasmin, Selene, Level, Belara, Femiane, Harmonet… Depois estacionei alguns anos com Yaz e parei de tomar pílula por quase 3 anos (no final do namoro passado, época turbulenta, cheia de dúvidas e depois que fiquei um ano solteira). Foram os anos mais felizes da minha vida. Soube que eu podia ser uma pessoa sem celulite, perna dura e lisa, soube que poderia emagrecer mais rápido, mas também soube o que era menstruação de verdade, cólicas, pele oleosa e espinhas monstruosas no queixo.

É muito difícil falar sobre o assunto sem entender direito mas como consumidora posso dizer que os anticoncepcionais orais me fazem muito mal. Quando voltei a tomar, no final do ano passado, voltei com o Yaz mas logo mudei para outra pílula por indicação de um nutricionista. Sim, nutricionista. Errei, eu sei, e foi justamente quando comecei a ganhar mais peso e triplicar a celulite. Corri pro ginecologista e ele me disse que a tal pílula indicada não era para mim, que era para mulheres mais maduras, prestes a entrar na menopausa (palavras do meu médico ok?). Ela não deixa menstruar, é pílula contínua e na minha cabeça de vovó menstruar é necessário, é algo natural da mulher e que não deveria ser interrompido. Sei bem que essa minha visão é antiga, mas eu sinto isso. Odeio ficar “naqueles dias”, mas se não fico, meu psicológico me diz que tô sabotando meu corpo e vou ficar toda errada. Meu médico me disse que não tem nada a ver mas é coisa minha sabe? Enfim, troquei novamente de anticoncepcional para um com dosagem super baixa e que também interrompe a menstruação. No meu caso aconteceu o inverso, tomo há três meses e desde então tenho escape, aquele mini sangramento que incomoda horrores! Isso acontece justamente pela baixa dosagem de hormônios, ou seja, mais uma pílula que não me adaptei! Voltei ao gineco com uma reclamação muito simples porém de difícil solução: quero tomar um anticoncepcional que não me engorde, não me dê celulite, não me dê dor de cabeça estranha (como sinto com o atual e acho que vou ter um AVC a qualquer momento), mas também que não me dê espinhas, nem manchas, escape e obviamente, seja seguro! Existe?

Ele sugeriu o Mirena, um tipo de DIU que tem ação hormonal local, ou seja, os hormônios não ficam circulando pelo seu corpo. Ótimo, menos veneno certo? Acontece que justamente por essa ação, o Mirena pode ocasionar acne em quem é propensa, ou seja, eu. Além disso, me aconselhou para procurar outro profissional já que ele não colocava DIU em mulheres que nunca tiveram filhos.

Fui em outra ginecologista toda feliz, certa do Mirena, pois prefiro espinha a celulite (é desse jeito, tem que escolher o efeito colateral menos pior rs) e novamente levei um “não”. Ela também não coloca em mulheres que ainda não foram mães e listou um monte de motivos (lembro só de alguns: que pode ferir o útero – ou o colo, não sei – que pode dificultar a gravidez futura, que o corpo pode rejeitar, que pode inflamar, enfim…) e me deu outras opções: implante, adesivo ou anel.

Implante: uma pequena cápsula com hormônio etonogestrel que fica embaixo da pele. Dura de 6 a 3 anos e tem os efeitos colaterais que todos apresentam (sangramento por mais de cinco dias, amenorreia, acne, dor nas mamas, cefaleia, aumento de peso, dor abdominal, diminuição da libido, tonturas, dor no local implantado, náuseas e alterações no humor).

Adesivo: é um adesivo mesmo, colado na pele e contém progestogênio e o estrogênio. São três adesivos e tem que usar um por semana, para uma semana, menstrua e volta a usar. Tem que tomar cuidado com o lugar onde cola e cuidado para ele não sair. Acho estranho… Diz que tem pouco efeito colateral, mas em pessoas gordinhas a proteção fica comprometida.

Anel: é um anel flexível, de uns 4 ou 5 cm de diâmetro que se encaixa dentro do canal vaginal. Os hormônios são etonogestrel e etinilestradiol. Diz que após “instalar” o anel, ele se ajeita e a gente não sente nada (e nem eles, durante a relação). Ele libera hormônio por 3 semanas, daí você tira, espera uma semana, menstrua e coloca outro anel. Também tem os maledetos efeitos colaterais, inclusive ganho de peso e é altamente contra indicado para quem tem histórico de trombose. Eu não tenho, mas e o medo?

Além desses também existe a injeção (mensal ou trimensal com combinação de progesterona) e DIU de cobre, que NÃO tem hormônios (pensei seriamente nele) mas pode aumentar o fluxo menstrual, alguns falam que é abortivo, que pode dar infecção, além de não ser muito seguro. Acho que todo mundo conhece algum filho de DIU né?

Etonogestrel, Progestenio, Estrogenio, Etinilestradiol, Drospirenona, Desogestrel, Ciproterona, Estradiol, Levonorgestrel, tudo isso para mim é grego e ainda não consegui me acertar com eles. Não sei qual combinação é a ideal para mim e infelizmente os médicos vão testando, testando até ver qual é o “menos pior”. Enquanto isso a gente vai engordando, o humor altera, a pele ou fica ótima ou fica péssima, o corpo sofre alterações e em alguns casos, até AVC.

Tenho pesquisado bastante e tive boas impressões do anel (apesar das contra indicações). Me agrada o fato de não ter que lembrar todo dia de tomar a pílula mas me assusta – e muito – o risco de trombose. Ainda acho que quem tinha que tomar pílula era o homem, afinal a mulher é que engravida, carrega o bebê por nove meses, tem que amamentar e depois sofrer pro corpo voltar ao que era. Não custava nada eles ajudarem na contracepção kkkk.

  • Cada corpo é um corpo. Vejo gente que ama usar hormônios mais fortes (que pra mim foi péssimo), gente que emagrece com pílula (o que nunca aconteceu comigo), gente que se dá super bem com anel, Mirena, e gente que consegue não usar nada e ficar de boa! A busca pelo anticoncepcional adequado continua e minha solicitação continua a mesma: só não quero engordar nem me encher de celulites e espinhas, sentir as pernas pesadas e muito menos correr o risco de ter uma trombose. Se alguém souber de algo possível nesse quesito (que não seja não tomar nada rs), POR FAVOR, deixe seu comentário ou conte sua experiência com anticoncepcional!