Comportamento
Chora Que Eu Te Escuto
08 abr 2020, 25 comentários

Chora Que Eu Te Escuto!

Ainda na quarentena… mas vamo que vamo, quem puder, fica em casa e aproveita e lê o blog todo!

Chora 01 – Inca

Sou leitora DINO sim e com certeza!!! Sou mais velha que vc inclusive (então poe DINO aí).Obrigada por ser tão amiga da gente viu… 
Na verdade não é um chora triste, é um chora feliz, pode ser?
Acompanhei seus términos, suas solteirices.. e como toda mortal, passei por isso.Estava ha 6 anos separada de uma relacionamento de 9 anos (sem filhos), relacionamento abusivo em todos os sentidos, saí ferida, sem nada, gorda,mau amada… aproveitei a solteirice inicial e engordei mais 30 kg. Fiz tratamento pra emagrecer…
Me relacionei com MUITAS pessoas, baixei todos os aplicativos, conheci pessoas pelo insta, face, na night… mas ng me fazia sentir a tal das borboletas no estomago.
Ja estava tranquila que seria de fato a encalhada da minha geração (na minha familia TODA geração tem uma encalhada). Eis que ELE apareceu. Malha na mesma academia que eu, trabalha perto da minha casa e mora em um outro bairro. Conversei com uma professora da academia que me disse o nome dele e fui atras dele nas redes sociais (ele não usava aliança e no cadastro da academia estava solteiro). Perguntei se podia add e ele… 24hs depois respondeu… uma sexta feira, 20/12/19… passamos o DIA INTEIRO CONVERSANDO. Na academia a noite convidei ele para ir a um show do Jorge Aragão que eu estava com 2 ingressos…Não nos desgrudamos mais. Todos os dias. Ele ja falou para morarmos juntos… Eu tenho 40 anos e ele vai fazer 42. Ele diz que não temos mais tempo, que sabemos o que queremos…Ele é PERFEITO. Gostamos das mesmas coisas, ele é carinhoso, atencioso, amoroso, familia, cheiroso, arrumadinho, amamos praia, viajar (estamos indo amanha pra serra), gostamos de tomar nossa cervejinha, frequentar igreja, gostamos das mesmas musicas, comida, o sexo é perfeito… (Tudo o que eu pedi a Deus esses 6 anos)Mas como tudo na vida… sempre tem um MAS… o sonho da vida dele é ter filhos. Ele foi casado, esta divorciado ha 1 ano e não teve filhos, e eu, nunca tive o sonho de ser mãe. As vezes ate acho que por não ter encontrado o homem ideal…O que fazer? Não tive coragem de dizer isso pra ele…
E hj, relendo seu blog…
“Não sei nem explicar a paz que é nosso relacionamento. É uma coisa que eu nunca tive antes e eu nem sabia que existia. Não tem altos e baixos, não tem brigas, é tudo tão tranquilo, tão harmonioso, tão leve… E acho que pela primeira vez na vida saquei que o amor de verdade não faz sofrer, não faz chorar, não faz ter raiva, não faz pisar em ovos, não deixa dúvidas. Posso ser quem sou e sem medo algum. O amor é natural, é gostoso, é querer estar juntos, é apoiar o outro, ser companheiro, desejar sempre o bem da outra pessoa, vibrar juntos a cada vitória, segurar a onda nos dias ruins e o mais importante, tudo, TUDO é recíproco. É dos dois lados. Isso é um relacionamento feliz e saudável! Eu sinto que ele tá comigo pro que der e vier entende? E homem que é homem, que tá disposto a se relacionar, que tem certeza dos seus sentimentos, assume a mulher sem enrolação alguma.”

Obrigada Cony!!!
Mais do que compartilhar “futilidades”, compartilhamos historias de vida.
Seja muito feliz!!!!

Ah gatona, é isso aí! Na hora que a gente sossega e para de procurar, é que as coisas acontecem! Aproveite bem esse momento, mas sempre com os DOIS pés no chão tá? E quanto a sua vontade de não ter filhos, seja franca com ele, conte o quanto ANTES caso essa for mesmo sua vontade!

Chora 02 – Maia

Olá Coni,
Primeiro gostaria de te parabenizar pelo seu trabalho e dizer que amo ler os comentários dos choras. O meu chora é um pouco diferente, mas acredito que possa ser recorrente entre nós leitoras. Trabalho num ambiente predominantemente masculino e gostaria de saber como é a experiência de vocês. 
Um pouquinho da minha história… Sempre fui muito confiante com relação ao meu conhecimento, estudei em ótimas universidades, trabalhei em vários países e tenho uma experiência bem legal na minha área, além de um reconhecimento razoável na indústria. No geral, meu relacionamento com ex-chefes e colegas era bom, ainda que tenha trabalhado com pessoas de diversos países, backgrounds e religiões (algumas delas que acreditam na mulher um ser inferior). Às vezes não era fácil, mas conseguíamos manter um ambiente profissional normal. Até retornar ao Brasil e começar o meu doutorado 2 anos atrás. A minha confiança ficou um pouco abalada. Não sei bem se foi por retornar ao meio acadêmico (algumas pessoas comentavam que eu havia dado “um passo pra trás” por ter voltado ao Brasil e a estudar, ganhar muito menos, mas pra mim era algo que eu tinha vontade e até então eu considerava um “passo para o lado” apenas). Meus colegas atuais nunca me pedem ajuda, e quando pedem, é para perguntar coisas como onde fica a sala tal, quando é a data do relatório tal, nada muito técnico, diferente das discussões entre alunos homens. Às vezes sinto que convencer meu orientador sobre alguma ideia nova é mais difícil do que para os outros alunos. É machismo? Estou apenas menos assertiva do que antes? Estou vendo problemas que não existem? Apenas não me destaquei o suficiente?

Machismo purinho. Tem achismo aí não, onde existe esse ambiente “masculino” existe machismo. Sei bem como é, trabalhei 10 anos em fábrica de autopeças, quase tudo homem, ia até fazer entrega na caminhonete eu fazia e parecia que ninguém dava bola pro que eu falava. É triste, mas é assim mesmo… saiba que não é com você nem com sua competência, é cultural.

Chora 03 – Azteca

Ei Cony, bom dia! Te agradeço imensamente por esse espaço, por poder desabafar e ouvir os seus conselhos e os das leitoras/leitores.Bem, meu chora é o seguinte: tenho uma irmã (mais velha do que eu 5 anos) que faz tratamento para depressão e insônia. Ela mora com minha mãe e eu sou casada e tenho um filho (moro em outra casa)
Atualmente está desempregada, mas já esteve afastada do trabalho durante muito tempo, pela própria doença. 
A questão é que nada do que eu proponho ou do que os outros propõe para a minha irmã, como medida de tratamento, ela aceita ou toma iniciativa para fazer (no momento ela se trata somente com psiquiatra, mesmo assim temos dúvidas se ela toma a medicação de forma correta, pois acredito que tem tomado pra mais). 
Ela era muito vaidosa, mas agora não se cuida, não vai aos médicos, dentistas, passa dias e noites com a mesma roupa, toma banho e lava os cabelos sempre correndo, inclusive chegando a ficar com um cheiro ruim (nossa, como é difícil escrever isso, me corta o coração).
E isso me angustia muito, pois vejo que ela não melhora (na verdade eu acredito que ela tem piorado) e eu sinto, não sei se estou sendo egoísta, de que “vai acabar sobrando pra mim” em termos de cuidados com ela, questões financeiras e etc.O que eu queria ouvir, até mesmo de quem já teve ou tem depressão, é o que se pode fazer por uma pessoa assim? E por mim, o que eu faço? Como faço pra sentir menos angústia e impotência?Atualmente não faço terapia pois meu horário de trabalho mudou, mas está na minha lista de prioridades, pois pra mim faz muito bem e sei que é muito importante.
Muito obrigada e muita luz pra você e pra quem te “segue”.

Nossa, nem imagino que barra deve estar passando! Eu não me sinto confortável em te aconselhar pois nunca passei por nada nem parecido a isso. Mas minhas leitoras sabem de tudo, com certeza alguém vai te dar uma luz por aqui. No mais, só posso te desejar serenidade e muita paciência com sua família. Ah, e nunca se sinta mal por fazer o que é melhor pra você, não se culpe por algo que de fato você não tenha culpa!

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25 comentários em “Chora Que Eu Te Escuto!”
  1. ana08/04/20 • 20h12

    chora 3: Olá, gostaria de dizer que tenho depressão ha muito tempo. Já passei por vários médicos e muita medicação. sou psicóloga (parece incoerente, né?) e por isso sei a imensa importância da terapia junto ao tratamento medicamentoso. ainda altero entre altos e baixos, é uma doença cruel e muito dolorosa pra quem passa e pra quem acompanha. Muitas vezes me via aceitando ir ao médico não por mim, mas por me sentir culpada pelo sofrimento que causava aos meus pais. Demorei muito pra encontrar uma psiquiatra que me fizesse sentir segurança e ter uma certa esperança. Em momentos de crise eu corro pra ela, parece que ela tira meu sofrimento com a mão (no momento). E também, além de encontrar uma profissional que eu tivesse transferência, depois de várias tentativas, encontrei a medicação que mais deu certo pra mim. Foi um longo caminho. Não sei sobre o tratamento da sua irmã, mas pode ser importante mudar o médico e também a medicação. (Se for de BH, posso te indicar um ótimo psiquiatra. Foi meu professor e ele é um super especialista em saúde mental). Importante tbm a família se informar sobre a doença. Mas ela pode ficar bem. E eu espero muito que fique.

  2. Lari08/04/20 • 20h41

    Caso 02: Moça, é machismo purinho!! Eu também sou doutoranda. Passei por muitos maus bocados, principalmente porque são muitos homens no meu laboratório. Meu orientador é muito machista. Ele não aceita nenhuma ideia minha e, com muuuuuito custo, da minha outra orientadora. Os homens já conseguiram ir a congressos internacionais e bons. Conseguem financiamento com ele mais facilmente. Para as mulheres, ou já recebe de cara um “não” ou enrola muito, e no final, dá em nada. Também não me sinto respeitada nem valorizada. Conto os dias pra sair de lá. Você não está sozinha nessa. Estamos todas juntas!

  3. Psicóloga de boteco08/04/20 • 20h58

    A irmã deprimida precisa trocar de médico. Vai num psiquiatra top, o melhor que seu dinheiro puder pagar. Passei 15 anos sendo ENGANADA por psiquiatras de convênio, todos uns merdas. Só melhorei com uma profissional de ponta, particular, 600 reais a consulta mas ela me livrou da depressão e me curou em menos de 2 anos. Escolham um psiquiatra jovem e estudioso. O tratamento da depressão exige remédio certo, psicoterapia e exercício físico. Beijos

  4. Lu08/04/20 • 22h02

    Que triste esse último depoimento… Não por quem escreveu que tem medo de “sobrar para ela” mas pela pessoa referida. Às pessoas não acreditam que alguém em depressão não tem forças nem para sair da cama, que é real. Eu tive 2 episódios de depressão, o primeiro pelo fim de um relacionamento onde peguei o ex de 10 anos com outra em nossa cama, o segundo porque minha única irmã roubou nossa empresa familiar. Minha vontade era de morrer, só não me matei porque nem essa competência eu tive, se eu lesse alguém de minha família relatando que tinha medo de que eu “sobrasse para ela”, seria a gota que faltava. Eu acho que pode parecer pouco grave para quem nunca teve depressão profunda, mas quem já teve sabe que dói até para respirar. Existe alguma chance dessa irmã ler esse texto algum dia? Se existe, eu apagaria o Post.

  5. Lu08/04/20 • 22h12

    Que triste esse último depoimento… Não por quem escreveu que tem medo de “sobrar para ela” mas pela pessoa referida. Às pessoas não acreditam que alguém em depressão não tem forças nem para sair da cama, que é real. Eu tive 2 episódios de depressão, o primeiro pelo fim de um relacionamento onde peguei o ex de 10 anos com outra em nossa cama, o segundo porque minha única irmã roubou nossa empresa familiar. Minha vontade era de morrer, só não me matei porque não consegui arquitetar um plano infalível e indolor, se eu lesse alguém de minha família relatando que tinha medo de que eu “sobrasse para ela” e me identificasse, seria a gota que faltava. Eu acho que pode parecer pouco grave para quem nunca teve depressão profunda, mas quem já teve sabe que dói até para respirar. Existe alguma chance dessa irmã ler esse texto algum dia? Se existe, eu apagaria o Post. Depressão é horrível demais, a sensação é de estar a caminho da morte, da alma já ter morrido, sei lá, nada traz felicidade.

    • Vivinha10/04/20 • 07h47

      Bom dia meninas… moça do chora 3, reconheço sua dor , e falar aqui me cura tb! Meu filho desenvolveu a doença a 4 anos atrás, na época ele tinha 14anos. Só Deus sabe o quanto eu sofri… Era depressão moderada Segundo o diagnóstico do psiquiatra. E só foi possível ver resultados positivos com tratamento combinado, psicoterapia, remédio e atividade física( neste caso mudanças de hábitos) foi muito doloroso pra nossa família. Principalmente para mim que na época, vivíamos só nós dois. Após 4 meses de tratamento a nossa vida mudou. Graças a Deus hoje meu filho está saudável, seguindo uma vida normal.
      Sugiro que busque um bom profissional em psiquiatria, e converse com Deus na sua intimidade, abra seu coração… e tenho certeza que acharás o melhor caminho.

  6. Shahira09/04/20 • 01h20

    Pro chora 3:

    muitas vezes as pessoas quando tem algum prob mais sério, tipo algum vício ou depressão ou ansiedade, coisas do tipo…meio que tem uma forma defensiva de não querer admitir ou não querer reconhecer o prob…que no caso seria a fase de negação…pq pra aquela pessoa que está dentro dessa fase isso é uma coisa considerada normal e quem vê que não é, é quem está de fora…e pra quem está de fora intervir é realmente complicado..e não se sinta culpada por isso, por ter tentado e ela ter negado…falo isso como médica inclusive, ok? é comum essa recusa de primeiro momento em todos casos que eu falei…vc tem q ir pelas beiradas, pela tangente….o que eu quero dizer com isso? ao inves de tentar carregar ela pra terapia como se ela fosse quem tem o prob..vc poderia arrumar um tempo pra vc iniciar a sua terapia e convidá-la pra ir com vc…algo mais sutil..entende..e aos poucos indo inserindo ela nisso…com isso de perder a vontade de se cuidar..isso é comum de depressão..a perda do autocuidado, do apreço pelas coisas…incentiva ela aos poucos do tipo… vc pintar o cabelo dela..ou fazer sua unha e convida-la pra fazer a dela..coisas assim sabe…tudo bem sutil..pra ela sentir q vc tá junto dela, mas sem ”forçar a barra” pq quando a pessoa se sente pressionada, ela foge ou até vai pra recaída..ela tem que se sentir confortável…tipo.. vc vai la arruma seu cabelo, sugere fazer uma escova no cabelo dela..ela vai ver como ela tá bonita, vai se animar, elogia ela..se maquia, manda tutorial de make pra ela…maquia ela…vai incentivando ela se animar e ver que pode fazer isso sozinha tb…e vai fazendo essas coisinhas aos poucos…quanto a consultas médicas, pra ela pode ser ”pressao demais” as vezes ir sozinha…vc pode falar com ela: olha, se quiser q eu va c vc, estou aqui..te levo…aguardo na sala de espera..depois a gente toma um café ou almoça juntas….tenta tornar tudo o mais leve, mais simples possivel.. vai dar tudo certo <3

  7. Aurora09/04/20 • 04h27

    Maia, compartilho da mesma dor no meio acadêmico.
    Gosto muito de ser cientista, porém o meio acadêmico é uma disputa de ego e machista. Enquanto deveria ser de ajuda e discussão de ideias. Afinal, só assim que as pesquisas podem avançar.
    Entendo perfeitamente que às vezes nos identificamos com algumas pessoas para trabalhar. Normal e aceitável. Mas quando paramos e olhamos de fora a situação, percebemos que é mais que isso.

    Já tive orientador que me deixava 2h esperando por uma reunião. Quantas vezes após essas reuniões eu saia chorando, por não me achar capaz de realizar o trabalho. Uma imensa pressão psicológica.
    Em uma outra situação, eramos 5 pessoas para defender o doutorado no mesmo período, apenas eu de mulher. Incrivelmente todos os quatro homens tiveram oportunidade em um pós-doutorado ou em algum projeto. E eu não.

    Sinto que tenho que ficar provando constantemente a minha capacidade, para conseguir algo. Seja para conseguir um financiamento de projeto, seja para discutir ideias. Quando digo a algum colega: “determinada técnica laboratorial funciona assim”, sempre a seguir é necessário a opinião de homem. Para confirmar o que eu disse inicialmente.

    Como somos mulheres determinadas a mudar isso, quero/gosto muito de ser cientista. Afinal, agora mais do que nunca a sociedade está vendo como é extremamente necessário o investimento na ciência. E ter a oportunidade de poder mostrar para as pessoas, que podemos fazer esse meio mais igualitário. =)

  8. Tati Floripa09/04/20 • 05h14

    Minha resposta é para Azteca: não existe fórmula nem jeito fácil de lidar com quem sofre de depressão. Minha mãe sofre dessa doença desde que me entendo por gente e eu já a vi em várias fases, sendo as piores a que ela passava direto na cama, não se alimentava direito (comia de menos ou demais) e o médico só servia para lhe dar novas receitas. Era tão grave, que ela usou os mesmos medicamentos por uns 13 anos. Mesmo que eu dissesse que havia médicos e remédios melhores, mais modernos, com menos efeitos colaterais, ela lutava pra não aceitar. Foi um período bastante conturbado. Nessa época eu, que fui mãe solteira aos 19, me vi sendo diagnosticada com uma depressão leve aos 21, depois de procurar um neuro, pois estava há pouco mais de um mês com dores de cabeça super fortes que não melhoravam com nenhum analgésico. Continuamos juntas até hoje, a depressão e eu. Mas eu jamais me perniti ficar a depressiva triste. Eu tinha um menino lindo que dependia de mim, eu tava na faculdade, eu trabalhava…nao tinha tempo pra ficar me lamentando, sendo fraca, que era como eu via a minha mãe e não queria ser de jeito nenhum. Ainda juntas, passamos diversos altos e baixos. Meu primeiro filho foi crescendo, tornou-se dependente químico, se envolveu com coisas e pessoas erradas, esteve internado numa clínica, saiu, recaiu, depois de um longo tempo foi preso e, por fim, acabou assassinado. Em todos estes eventos ela estava lá, a depressão, sempre presente, mas com características diferentes. Até então, ela era uma distimia (mudanças bruscas de humor). Eu nunca, jamais fui de ficar triste, cabisbaixa ou reclamando da vida, dos acontecimentos…. não, não! E então, com a morte do meu primeiro amor, isso mudou um pouco. No caminho, tive mais dois filhos (um menino com 10 e uma menina com 5) que não me deram tempo de ficar louca. Eu precisava continuar sendo mãe. Mas aí, eu tbm comecei a ruir, sabe? Afinal, faltava uma parte minha…uma parte que esteve comigo por 22 anos! Aí comecei a entender melhor a depressão e suas nuances e até consigo entender melhor coisas que minha mãe fez e deixou de fazer na minha infância, que me marcaram. E deixa eu te dizer uma coisa bem difícil: NEM TUDO ESTÁ SOB O NOSSO CONTROLE.! Querida, é difícil aceitar, é fácil se culpar, mais fácil ainda os outros te culparem. Mas tem que ter muuuuuita terapia envolvida pra ajudar todas vcs. É difícil demais lidar com o depressivo e o que você pode fazer é perguntar que tipo de ajuda ela quer. Pode ser com coisas bem simples: ir ao mercado, levar uma comida pronta ou qualquer outra coisa que dê a ela tempo sozinha pra fazer o que quiser, sem se sentir culpada por não fazer o esperado (tipo serviços de casa ou cuidado com crianças, se for o caso). Vocês duas precisam de terapia, que é esse negócio que salva vidas, tá? Às vezes, o psiquiatra consegue ser um bom ouvinte, mas a psicóloga ajuda a gente a se dar um rumo. E você, meu bem, não se culpe. Você não pode viver a vida por ela, como eu não pude viver a do

    • Marcelle09/04/20 • 21h44

      Nossa, tati, que relato. Você é forte, sua história é forte e você é muito boa com as palavras. Um abraço. <3

  9. Tati Floripa09/04/20 • 05h20

    Minha resposta é para Azteca: não existe fórmula nem jeito fácil de lidar com quem sofre de depressão. Minha mãe sofre dessa doença desde que me entendo por gente e eu já a vi em várias fases, sendo as piores a que ela passava direto na cama, não se alimentava direito (comia de menos ou demais) e o médico só servia para lhe dar novas receitas. Era tão grave, que ela usou os mesmos medicamentos por uns 13 anos. Mesmo que eu dissesse que havia médicos e remédios melhores, mais modernos, com menos efeitos colaterais, ela lutava pra não aceitar. Foi um período bastante conturbado. Nessa época eu, que fui mãe solteira aos 19, me vi sendo diagnosticada com uma depressão leve aos 21, depois de procurar um neuro, pois estava há pouco mais de um mês com dores de cabeça super fortes que não melhoravam com nenhum analgésico. Continuamos juntas até hoje, a depressão e eu. Mas eu jamais me perniti ficar a depressiva triste. Eu tinha um menino lindo que dependia de mim, eu tava na faculdade, eu trabalhava…nao tinha tempo pra ficar me lamentando, sendo fraca, que era como eu via a minha mãe e não queria ser de jeito nenhum. Ainda juntas, passamos diversos altos e baixos. Meu primeiro filho foi crescendo, tornou-se dependente químico, se envolveu com coisas e pessoas erradas, esteve internado numa clínica, saiu, recaiu, depois de um longo tempo foi preso e, por fim, acabou assassinado. Em todos estes eventos ela estava lá, a depressão, sempre presente, mas com características diferentes. Até então, ela era uma distimia (mudanças bruscas de humor). Eu nunca, jamais fui de ficar triste, cabisbaixa ou reclamando da vida, dos acontecimentos…. não, não! E então, com a morte do meu primeiro amor, isso mudou um pouco. No caminho, tive mais dois filhos (um menino com 10 e uma menina com 5) que não me deram tempo de ficar louca. Eu precisava continuar sendo mãe. Mas aí, eu tbm comecei a ruir, sabe? Afinal, faltava uma parte minha…uma parte que esteve comigo por 22 anos! Aí comecei a entender melhor a depressão e suas nuances e até consigo entender melhor coisas que minha mãe fez e deixou de fazer na minha infância, que me marcaram. E deixa eu te dizer uma coisa bem difícil: NEM TUDO ESTÁ SOB O NOSSO CONTROLE.! Querida, é difícil aceitar, é fácil se culpar, mais fácil ainda os outros te culparem. Mas tem que ter muuuuuita terapia envolvida pra ajudar todas vcs. É difícil demais lidar com o depressivo e o que você pode fazer é perguntar que tipo de ajuda ela quer. Pode ser com coisas bem simples: ir ao mercado, levar uma comida pronta ou qualquer outra coisa que dê a ela tempo sozinha pra fazer o que quiser, sem se sentir culpada por não fazer o esperado (tipo serviços de casa ou cuidado com crianças, se for o caso). Vocês duas precisam de terapia, que é esse negócio que salva vidas, tá? Às vezes, o psiquiatra consegue ser um bom ouvinte, mas a psicóloga ajuda a gente a se dar um rumo. E você, meu bem, não se culpe. Você não pode viver a vida por ela, como eu não pude viver a do meu filho. Queria que tudo tivesse sido muito diferente, ofereci muitas oportunidades, mas não era o que ele queria. Daí saiu do meu controle, entende? Demorei a entender que ninguém tinha culpa, muito menos eu. Fui uma mãe jovem, mas fiz o melhor com o que eu sabia, com o que tinha de experiência. Poderia ter sido diferente? Quem pode saber, não é? Ainda sofro muito a sua perda, mas já não me culpo como antes. Continuo com psiquiatra e com psicóloga e acho que vamos longe. Há muito a ser percorrido ainda. Principalmente pra que eu não cometa com meu caçulas os erros que cometi antes. Uau, escrevi um livro praticamente, mas desejo de coração que tenha ajudado. Muita luz pra você e pra Conny, que disponibiliza este espaço. Beijo grande!

  10. Ariana09/04/20 • 09h56

    Chora 3) eu já estive no lugar da sua irmã e oq me ajudou foram as orações e também a família que se reuniu e foram atrás de um psiquiatra renomado particular, apesar de eu ter plano de saúde, e me convenceram a ir neste médico. Ele realmente era muito bom, trocou minha medicação e acertou de primeira. Hoje estou bem, continuo em tratamento mas bem. Não estou fazendo terapia, mas quero fazer.

  11. Izabela09/04/20 • 10h34

    Inca, você tem TODO direito de não querer ter filhos, mas ele tem o mesmo direito de saber disso! Não faça nunca algo que vc nao quer, mas seja sempre honesta com seu parceiro!

    Maia, infelizmente, é machismo sim.. uma “dica” que te dou é, tenha consciência do seu baita potencial (pelo seu relato, vc parece ser uma mulher FODA) e não deixe que isso te diminua… é bom a gente ter reconhecimento sim, mas tente não deixar esses colegas te afetarem ok? aposto que voce é MUITO mais foda que mta gente lá!

    Azteca, o que eu ia te sugerir, vc ja disse que tem planos… infelizmente, a gente não pode e nem consegue mudar o outro.. faça sua terapia e se fortaleça, no sentido emocional. Acredito que essa pode ser a melhor forma de vc cosneguir ajudar sua irmã…se fortalecendo!

  12. Karol09/04/20 • 10h49

    1) Você está disposta a perder ele?
    Ele quer um filho, você não pode dar.
    Como resolver?
    Ele desiste de você.
    Ele desiste do sonho dele.
    Você tenta ter um filho e não consegue.
    Você encontra outro homem com objetivos iguais aos seus.

    3) Vai sobrar para você.
    Você quer salvar ela ou salvar a você? Em um mundo perfeito ela ficaria curada. No mundo imperfeito as contas e o estresse sobram pra você.
    Como se desvencilhar dessa situação/passar a bola pra outro?
    Não tenha medo ou vergonha de se colocar em primeiro lugar.

  13. JU09/04/20 • 16h09

    Nossa… vim aqui comentar pq vivo a MESMA coisa que a Azteca caso 3. Acho que sim, vai sim acabar sobrando pra você (pra mim) e temos que tentar minimizar isso. No mínimo planejando financeiramente o futuro da sua irmã. Meus pais são separados e a condição financeira (e idéias) deles bem diferente também então acho que dificulta um pouco. Mas já sentei e conversei algumas vezes para fazermos um planejamento. Quanto precisa guardar para garantir uma renda mensal X para ela no futuro. E colocando estes seguros/aplicações em meu nome pois infelizmente ela não tem inteligência emocional (nem apego… não sei) para administrar as finanças.

    Sei que parece egoísmo mas entendo MUITO a sua angústia. Faço o meu planejamento financeiro e, se por acaso um filho meu vir a ser como a minha irmã, vou precisar rever as minhas finanças. Acho que é obrigação dos pais tentarem resolver a situação.

    • Ju09/04/20 • 16h11

      Isso que falei só sobre a parte financeira. A emocional é tão (ou mais) punk. Mas não vejo muito o que fazer para ajudar nisso hoje.

  14. Grasiela09/04/20 • 17h38

    Sobre o terceiro chora, experiência própria, já estive no lado oposto ao seu fui a pessoa que não via saída, e posso te garantir que assim como vc ela deve sentir angustiada com a própria situação. No meu caso meu marido sentia o mesmo que vc mas a única coisa viável a te aconselhar é esteja lá, esteja sempre lá quando ela precisar, foi isso que ele fez. Eu só consegui começar a me erguer quando eu percebi que precisava e sim o tratamento é fundamental essencial eu diria e não sou medicação e acompanhamento com psiquiatra e sim com psicólogo, terapia é tão importante quanto, e mais se vc não vê melhora com esse tratamento pq não busca ajuda de outro profissional, passei por vários até acertar o medicamento passei por períodos que parecia dopada, trocamos medicamentos que tiveram efeitos colaterais horríveis, e sempre tentando até chegar ao médico certo e a medicação certa. Espero ter lhe dado uma luz, boa sorte!

  15. Ca09/04/20 • 19h02

    Chora 2: linda, é o ambiente e não voce! Estou no meu último ano de doutorado e somente a terapia me ajudou. O mundo da pos graduacao costuma ser cruel so pelas dificuldades que passamos durante o processo da pesquisa e fica muito pior quando somos mulheres. Ja escutei que minha tpm atrapalha o meu desempenho, que mulher “viaja” demais, varias vezes “ah, sao seus hormonios falando por você “. O que me ajuda? Terapia, procurei um psicologo da area cognitiva-comportamental e a técnica encaixou perfeitamente no meu momento. E tem psicólogos que cobram preco social se você contar que é estudante! Invista na sua saude mental e bola pra frente!

  16. Nize09/04/20 • 19h32

    Chora 3: passei pela situação da sua irmã por muitos anos. Perdi cerca de 10 anos da vida dopada ou tão deprimida que não sabia se era dia ou noite. É difícil pra família, mas é mais difícil ainda para ela. É uma mistura de culpa por fazer as pessoas que te amam sofrer com um vazio imenso dentro da gente. A vida perde a cor, o sentido e vc não tem forças pra morrer e muito menos pra viver. Importante trocar de psiquiatria até acertar. Não importa quantos passem no caminho. Precisa de uma certa identificação para conseguir fazer a terapia funcionar. E se eu puder dar um conselho para você, seria ouvi-la. Sem tentar consolar ou dizer que ela precisa reagir ou ainda apontar o que ela tem de bom na vida. Ela sabe de tudo isso e se sente pior ainda por não conseguir. Pq a gente perde a cor, o rumo e mesmo conscientemente sabendo que temos coisas importantes, o buraco na alma é tão grande que nos sentimos culpadas por não estarmos bem.
    Também quero te dizer que vai passar! Com apoio, força de vontade e um bom profissional ela vai dar a volta por cima. Eu renasci há 4 anos. Hoje pratico exercícios de alta intensidade e faço terapia regularmente para manter a mente em ordem. Ela vai precisar permanecer vigilante pelo resto da vida, mas vai aprender a lidar. Boa sorte à vcs!

  17. Suzana Rangel09/04/20 • 19h36

    Caso2:Trabalho em uma área totalmente masculina,só tem eu e mais uma mulher,é um serviço pesado.Aprendi a trabalhar em equipe um ajudar o outro,mas nesse atual trabalho os meus colegas acham q eu sou quadrada que não entendo nada,não posso dar minha opinião pq acham que não vale.Já chegaram a me excluir de reunião que era super importante,o colega falou na minha cara que não gosta de trabalhar com mulher.
    Sou uma pessoa que não baixo minha cabeça,sou uma pessoa de opinião,as vezes eles falam uma coisa é pensam que vou ficar quieta que não tenho opinião.
    Mostre que vc sabe não baixe sua cabeça,tds se espantam que descobrem minha profissão e até duvidam(Sou bem pequena),siga em frente mostre que vc é mais.bjs

  18. Andreia09/04/20 • 20h38

    Para a Maia ,

    Discordo que seja machismo, se fosse há 10 , 15 anos atrás ok , mas o mundo mudou muito, fala por experiência própria trabalho em um ambiente corporativo altamente masculino há mais de 20 anos e acompanhei toda esta evolução. O que me parece e que está sim faltando assertividade em vc e acreditar que vc deu o passo lateral correto. As pessoas (homens e mulheres) só te respeitam quando vc se posiciona e está tranquila com suas escolhas. Tome cuidado ao jogar a culpa no machismo , pois isto pode tirar toda a sua responsabilidade em se fazer ser ouvida

  19. Katharina09/04/20 • 23h13

    Eu sofro de depressao, é honestamente sinto que é uma montanha russa que você tem q ficar sempre se policiando para ver se não está tendo recaídas. A minha última foi necessário uma amiga intervir. Me deu um chacoalhão que no início abalou um pouco a relação mas depois consegui perceber q era p meu bem. Acho que é isso que tá faltando p sua irmã, ela perceber q chegou no fundo do poço e que precisa de ajudar para sair

  20. Lana10/04/20 • 10h17

    1) Acho que você deveria se abrir com ele. Conte dos seus planos de futuro, tentem de alguma forma se encaixar. Você disse que talvez nunca havia tido essa vontade pq não tinha achado o homem ideal. Agora que achou será que essa vontade não pode vir a aflorar? É uma possibilidade. Caso não, não tem problema, não anule suas vontades e seu sonhos por ninguém, chame ele pra uma conversa e seja sincera.

    2) Terminei meu doutorado há 6 meses. Foi traumatizante, o meio acadêmico é cruel, e pra nós mulheres é ainda pior. Não preciso nem ver o seu Lattes pra ver o quanto você é incrível. Você tem uma experiência vasta, de dar inveja. Já pensou que pode ser por isso que rola esse escanteamento com você? O que mais encontrei nos meus 10 anos de vida acadêmica foram pessoas invejosas. Minha dica pra você é: se blinde, se esforce, faça o seu e acredite no seu potencial! Se puder, faça terapia também, hoje em dia eu faço e é maravilhoso, se tivesse feito na época do doutorado tenho certeza que teria me ajudado muito.

    3) Eu procuraria um outro profissional. Um outro médico, com uma outra abordagem, outros remédios, talvez melhorasse. Mas uma coisa eu te digo, não se sinta mal por ficar aflita e angustiada com isso, em pensar que de certa forma em algum momento você ficará responsável por ela. É totalmente normal se sentir assim. Não sinta culpa, nada disso é culpa sua. Não é errado nós querermos o que é melhor pra nós.Se puder, faça terapia também. Vai ajudar a clarear melhor essas ideias na sua mente.

  21. Vanessa10/04/20 • 18h18

    Sou doutoranda também e em uma área dominada por homens – a construção civil. Por incrível que pareça, meu laboratório conta com muito pesquisadoras do que pesquisadores. Hoje tenho um orientador um pouco melhor e que não sinto que me trata diferente por ser mulher. Mas quando entrei no mestrado, na minha primeira reunião com o orientador (que eu ainda não conhecia) fui obrigada a ouvir a seguinte pergunta “vc tem namorado? Seu foco vai ser namorar ou fazer mestrado?”. Saí de lá revoltada, mas eu não sabia da missa a metade. Ele fazia isso com todas as meninas e era (é ainda) o rei do terror psicológico e do assédio moral. Terminei o mestrado aos trancos e barrancos, jurando que nunca mais ia pisar numa universidade, tamanho o trauma. Mas eu gosto da pesquisa, eu gosto do laboratório. Então acabei voltando um tempo depois, ainda na área, mas com outro orientador.
    Enfim, contei minha história pra ser mais um depoimento de que, sim, é machismo. A pesquisa é machista. A gente não deveria aceitar esse tipo de tratamento, mas acabamos sempre aceitando pq “ou a gente termina com a tese ou ela termina com. A gente”.
    Boa sorte na sua jornada!!!

  22. Bruna14/04/20 • 10h17

    Podem falar o que quiser, mas os “causos” mais interessantes são os que evolvem relacionamento.