Futilish

Nas Alturas – Machu Picchu Parte I

Vou começar dando a real: nunca na vida tive vontade de conhecer o Peru ou mesmo Machu Picchu. Achava legal aquelas ruínas, misteriosas e tal, mas vontade de ir mesmo, nunca tive. Daí que o meu namorado viu uma super promoção para lá e perguntou se eu não topava ir. Eu, que não recuso viagem, topei. Fomos.

Saímos de BH para SP e de SP para Lima. Em Lima fizemos a conexão para Cusco e lá é onde tudo começa, o ponto de partida para quem quer conhecer Machu Picchu. E é longe viu… De SP para Lima são cerca de 4 horas e meia e de Lima para Cusco mais uma hora. Fora o tempo das conexões, passamos quase um dia inteiro viajando.

Deixa contar como foi a distribuição dos dias: saímos sexta a tarde de BH, chegamos em Cusco sábado de manhã. Dormimos uma noite em Cusco, uma noite em Aguas Calientes (no pé de Machu Picchu) e depois mais duas noites em Cusco. Foi a conta do carnaval mesmo. Ah, e fomos com muito medo de ser uma furada pois nessa época chove MUITO, inclusive soubemos de casos de gente que ficou ilhada em Machu Picchu ou do aeroporto de Cusco ficar fechado por dias. Faz frio nesses meses, por incrível que pareça, a noite a temperatura era cerca de 8 graus e durante o dia chegava a 18. Tive que refazer minha mala as pressas um dia antes, pois so fui checar o clima em cima da hora. Ainda bem que deu tempo!

Nosso roteiro, para facilitar o entendimentos dos posts, ficou assim:

Dia 1

Dia 2

Dia 3

Dia 4

Dia 5

Vamos para a chegada em Cusco: escolhemos o hotel Best Western pois tinha um preço ótimo e parecia bem localizado mas… a localização era mais que perfeita! Pertinho da Plaza de Armas (a praça principal de Cusco) e em frente está a agencia que vende os ingress para Machu Picchu e também várias agências de turismo que vendem os passeios mais tradicionais. Na rua muita gente oferece os passeios (Valle Sagrado, Maras Morais, Chinchinero) mas o bom mesmo é ir de agencia, mais seguro e mais garantido. Não recomendo comprar passeios na rua. E eles vão insistir hein!

Plaza de Armas, Cusco

Voltemos ao hotel novamente. Além da localização MARA, no hall do hotel tinha sempre uma garrafa de água quente e folhinhas de coca para os hóspedes. Cusco fica a cerca de 3400 metros de altitude e é comum o mal de altura, ou como eles chamam, o Soroche. Logo que fizemos o check in nos aconselharam a tomar um chazinho. Também aconselharam a não comer nada pesado no primeiro dia e pegar leve nas atividades.

(Foto: Reprodução. Esqueci de tirar foto do hotel. Os quartos são grandes e o chuveiro ótimooo!)

Chá de coca

Para ir para Machu Picchu já tinhamos comprado a passagem de trem para Aguas Calientes pela internet (falarei sobre isso mais pra frente) e bookado uma noite de hotel lá, mas ainda não tinhamos o ticket. Pelo site oficial dá para ver quantos tickets tem disponível, já que eles liberam 2500 visitantes por dia. Como estava ok, deixamos para comprar lá em Cusco mesmo e foi bem simples e rápido. O valor é de 128 soles (uns 40 dólares) e você tem que informar o dia exato que vai. Nesse momento você escolhe se vai apenas para Machu Picchu ou se também vai enfrentar Wayna Picchu, uma montanha que fica em frente a Machu mas que só sobem 400 pessoas por dia e em dois grupos de 200, com horário agendado. A subida é super íngreme, coisa de 90 graus, muitos degraus e muito fôlego. Como exigia um pouco de experiência e soube que tem muitos acidentes (não tem muita segurança e os degraus, de cerca de 8 centímetros, forçam a descida de ladinho), preferimos comprar só Machu Picchu mesmo.

Bom, comprado o ticket da nossa atração especial, passamos em uma agência em frente ao hotel, a Amadeus para saber dos valores dos passeios. Tínhamos interesse no City Tour, Valle Sagrado, Maras Moray e Chichinero. Comprando todos esses tinha um desconto bacana e optamos ir em grupo que é mais econômico porque né, isso de fazer as coisas em dólar não tá fácil não.

Os passeios ficaram por 120 soles (todos eles) e o preço das outras agências estava bem parecido. Optamos pela Amadeus pois o atendimento foi bom e numa parada do Valle Sagrado, o almoco estava incluído num restaurant que, pelas fotos, parecia bem bom. Tambem falarei sobre isso mais adiante.

Bom, momento de trocar dim dim. Existem varias casas de câmbio por la, mas fomos numa que parecia melhorzinha, na Av. Del Sol, uma das principais de Cusco. O valor de 1 dólar estava 3,48 soles. Sim, o sol peruano vale mais que o Real. Aconselho a trocar os dolares em Cusco pois nas cidades ao redor e quanto mais perto de Machu Picchu, menos eles pagam.

Na mesma Avenida, na Municipalidad de Cusco (Prefeitura) compramos o Boleto Turístico. Não é barato (custa 130 soles) mas com ele você pode entrar em várias atrações e sítios arqueológico, inclusive algumas que o City Tour inclui. Achei bom comprar esse boleto pois você não precisa ficar comprando os ingressos separados em cada canto que for, com ele dá pra fazer muita coisa. Esse boleto dura por 10 dias.

Boleto Turístico. Guarde com carinho, você vai precisar dele várias vezes durante a viagem.

Na hora do almoco fomos tomar uma sopinha, bem leve, já que estavamos sentindo um pouco de falta de ar rsrs. Sim, o ar lá é pesado, tem que puxar muito pra entrar oxigênio. Vendem uns comprimidinhos que se chamam Sorojchi Pills. Custam cerca de 20 dólares mas achei desnecessário comprar já que é um analgésico comum e a fórmula contém cafeína, ácido acetilsalicílico e salófeno. Achamos que o chá de coca deu bem conta do recado. Você pode mascar a folha também ou chupar balinha de coca, mas esta última acho que é mais psicológico do que faz efeito de verdade.

Almoço super leve no primeiro dia! Sopinha de frango 🙂

Logo depois do almoço, encontramos o grupo do City Tour na Catedral da Plaza de Armas e ficamos a tarde toda passeando nos lugares turisticos de Cusco. O city tour durou cerca de 4 horas, começou na CatedralQorikancha (o Templo do Sol), Sacsayhuaman (ou como eles chamam, brincando claro, Sexy Woman), Q’enqo, Tambomachay e Pukapukara.

Catedral de Cusco

Templo do Sol (Qorikancha) e onde ouvimos falar pela primeira vez na Pacha Mama, que é a deidade MÁXIMA dos Andes peruano. Eles veneravam a mãe terra e assim a chamavam!

Templo do Sol

Templo do Sol

Tambomachay, a 3800 metros de altitude! O ônibus deixa a gente num ponto e temos que subir mais um pouco a pé. Quase MORRI rs. Esse templo era dedicado às águas e dizem que beber água desse templo dá juventude e fertilidade. Antes o povo ficava doido bebendo água, daí cercaram o local. Agora só pode olhar rs.

Sacsayhuaman, MEGA interessante e misterioso! Foi o maior templo Inca de Cusco e também capital do Império. Os muros foram feitos de pedras ENORMES, perfeitamente ENCAIXADAS uma nas outras. Aham, apenas encaixadas, não usavam nada para ¨colar¨ as pedras! E o encaixe é perfeito. Chega a ser assustador e incompreensível entender como conseguiram carregar pedras tão enormes e fazer esses muros apenas no encaixe delas. 

Cusco vista do alto. Mais alto ainda rs. Ah, o guia foi em espanhol mas demos sorte que ele falava devagar e dava para entender bem. Ou seja, eu entendia bem porque sei espanhol né mas o meu namorado entendeu bem também.

À noite, fomos jantar no restaurante mais indicado da cidade, o Chicha, do famoso chef peruano Gaston Acurio. Fizemos a reserva antes de partir pro City Tour e quando chegamos estava tudo ok. Acho bom reservar pois o restaurant LOTA. A comida é realmente muito boa. Pedimos um ceviche de entrada (pedimos com pouca pimenta mas parece que o pouca pimenta deles é a muita pimenta nossa rs), o Rafa pediu um cordeiro e eu um prato típico peruano e que me apaixonei, lomo saltado.

O lomo saltado é um picadinho de carne de boi, com cebola roxa, pimentão, batatas, arroz e ovo frito. DELÍCIA! O jantar não ficou muito caro, coisa de 200 soles (uns 24o reais) sendo uma entrada, dois pratos principais e dois pisco sour.

Tomamos uns pisco sour e voltamos pro hotel. Para ser o primeiro dia a 3400 metros de altitude, tinhamos exagerado.

Ah, para os passeios em geral, aconselho levar na bolsa gel higienizador de mãos, papel higiênico, bateria extra pro celular, balas (ou folhas) de coca, capa de chuva, barrinha de cereal ou alguma fruta no caso de sentir fome, água e blusa de frio. Troque dinheiro assim que chegar em Cusco e evite tentar trocar no caminho ou comprar em dólares já que a cotação fica bem desfavorável!

Menininha na porta da catedral fazendo graça com uma lhama bebê. A cada foto, uma ¨propinita¨. Ai de você se não der gorjeta ou se der pouco… elas reclamam muito rs. Com dois soles por foto elas ficam tranquilas, então tenha sempre troco!

Sair da versão mobile