Futilish

No Meio da Floresta – Parte II ¨O Hotel de Selva¨

Logo depois do casamento da Carol, já no dia seguinte, eu, Joana, Gabi e Elo com seu marido fomos passar uma noite num hotel de selva. O que é um hotel de selva? É um hotel que fica NO MEIO DA FLORESTA AMAZÔNICA! Nunca jamais na vida pensei em ir a um lugar desse, não que eu não quisesse, mas sabe o tipo de destino que nem passa pela mente? Mas estávamos em Manaus, ali do lado e com a gente é assim: work hard, play hard. Nada de mimimi, tá na chuva é pra se molhar e bora pro meio da jungla!

Fomos para o Ariau Towers, um complexo de ¨torres¨ de madeira que ficam cravados na floresta, no município de Iranduba, no meio no Rio Negro! São palafitas de madeira que ficam na altura das árvores e para chegar lá é uma semi aventura. Primeiro uma van pegou a gente no Hotel Tropical e seguimos por quase uma hora até uma cidadezinha onde um barco nos esperava. E nós de mala e cuia pois de lá voltariamos direto para o aeroporto então fomos com toda nossa bagagem de casamento, que no meu caso, ainda incluía uma viagem para Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, ou seja, uma mala considerável rs.

O tiozinho do barco pegou minha mala e colocou no teto do barco, por fora, para meu terror. Imagina, milhoes de looks aí e eu pensava: e se essa mala escorregar e for parar no fundo do rio? Mas fui tranquilizada por ele que me disse que era seguro que não iria cair não. Ok, play hard Constanza, nada de mimimi hahahaha.

A viagem de barco durou cerca de uma hora também e o o nosso guia (Davi, um querido e super atencioso) já começou a nos contar um pouco sobre o que víamos no caminho como por exemplo uma casa (no meio do rio!) que a J. Lo ficou durante um mês enquanto filmava Anaconda ou uma árvore (que esqueci o nome) que os índios usavam para se comunicar. Como? Batendo nela e emitindo um som que era ouvido a uma certa distância!

Assim é o Ariaú Towers, as torres palafitas no Rio Negro!

Quando chegamos no hotel fomos recebidas por uma índia que nos deu um colar de boas vindas. É… começou a aventura!

 Vários bichinhos soltos e felizes circulam pelas dependências do hotel!

O primeiro passeio era uma volta de canoa pelo rio para conhecer o lugar, mas antes fui deixar minha bagagem no quarto.

As torres são todas de madeira e tem até um aviso pedindo para os hóspedes não fazer muito barulho, pois todo mundo escuta. O quarto me surpreendeu: grande (o meu tinha 3 camas sendo uma de casal), com frigobar, ar condicionado, cofre, chuveiro com água quente e claro, todo telado, para nenhum bicho entrar, afinal estávamos no meio da selva.

Fomos passear. Gente, o rio é um mar. É uma coisa gigantesca que eu não tinha noção da grandiosidade. Vimos um belo pôr do sol e fomos avisadas da nossa agenda para o restante do dia: jantar e logo depois, focagem de jacarés. A noite e no meio do rio. De canoa. Jacarés. Na selva amazônica. Play hard e nada de mimimi Constanza.

O jantar é servido no restaurante do Ariaú e tem uma grande variedade de pratos típicos. As mesas são grandes, para o grupo todo, tem o nome do seu guia numa plaquinha e ele sempre acompanha em todas as atividades. Tinha uma turma enooooorme de senhores e senhoras (3ª idade mesmo) da Venezuela! Muito peixe (tambaqui, quem come não sai mais daqui hahaha), frutas e sucos. Bem servido!

 Baré! O Guaraná da selva! Dooooooce, mas gostoso. A Jô viciou nele.

Logo após o jantar, chegou o momento da primeira grande emoção do dia: encarar o Rio Negro de noite e ainda por cima procurar jacarés. Fomos com nosso guia e com o Indiana Jones Brasileiro, Seu Amadeu! Ele que guiava a canoa e nos pediu silêncio, nada de lanternas ou qualquer tipo de barulho para não afugentar os bichos.

Foi uma bela aventura… Aquele silêncio todo, uma canoa no meio do Rio Negro, a noite e com aquela escuridão assustadora do meio da floresta. Mas tem uma coisa mais assustadora: ouvir a selva. É uma mistura de sons, animais, ecos, sons que eu tentava decifrar mas não conseguia. Um espetáculo da natureza! A focagem de jacaré consiste em jogar luz com uma big lanterna nas plantinhas que bordeiam o rio e quando tem jacaré, aparecem os dois olhinhos vermelhos. Silêncio total. Nos aproximamos e de repente Seu Amadeu pula no rio e SOME! Juro por Deus que pensei: Amadeu morreu. Mas ele surgiu todo triunfante e com um jacaré nas mãos! Claro que era um pequeno, mas mesmo assim né gente, era um jacaré. O nosso guia Davi nos deu uma explicação sobre o animal (por exemplo, apesar de ser pequeno, era um jacaré de uns 8 meses e que ficaria gigante lá pelos 4 anos. Nessa idade eles não ficam dando sopa pro Seu Amadeu não. Ficam mais pra dentro da floresta, afinal, já sacaram bem o que rola a noite quando miram pras lanternas rs), pose para a foto e pronto, o bichinho é devolvido pro rio. Aposto que ele saiu correndo contar pros amigos: o Amadeu me achou, foi minha vez hoje. Tinha um monte de mulher querendo me pegar. hahahaha

Depois voltamos para o hotel, e direto para a cama, pois no outro dia a agenda prometia. Primeiro acordar às 4:30 da matina para pegar a canoa às 5 e ver o nascer do sol. Em seguida voltar para o café da manhã e sair de novo (de canoa) para visitar uma aldeia indígena, dar um rolezinho a pé no meio da floresta e por último, nadar com os botos!

O nascer do sol é a coisa mais maravilhosa do mundo. Conseguiu ser mais belo que o por do sol e passa uma paz sem fim. Fora o show de cores que ilumina o céu da floresta.

O passeio na aldeia indígena é super interessante, onde uma moradora da comunidade nos explicou coisas sobre como fazer a farinha por exemplo além de mostrar algumas plantas medicinais.

Caju. Odeio caju, não suporto nem sentir o cheiro do suco dele. Mas tava bonito pra foto rs.

O rolézinho pela selva… minha amiga, que MEDO! A inteligente aqui não levou tênis e foi de alpargata e shortinho desbravar a selva. Obviamente passei um litro de repelente (dica, mantenha o repelente dentro da bolsa o tempo todo. Ele é super necessário!) e caminhei durante uma hora olhando pro céu (ou melhor, árvores) e ver onde pisava ou encostava, afinal, o lugar é cheio de cobras e outros animaiszinhos simpáticos que estão no seu ambiente onde a estranha era eu.

 O jeito foi me misturar com a selva e viramos plantas. Pra confundir os animais. Somos tão inteligentes né? hahaha

Mas o que mais curti desse passeio foi nadar com os botos. Depois da visita à comunidade indígena e do passeio pela floresta, fomos nos refrescar no Rio Negro. Sim, naquele rio de águas escuras e misteriosas. Em um determinado ponto no meio do rio, tem uma casinha, de palafitas, onde paramos e descemos. É como um píer no meio do rio, se é que posso chamar assim. Lá ficamos de biquíni, colocamos as bóias, e esperamos o menino com o balde de peixes começar a atrair os botos. As indicações são simples: não fazer movimentos bruscos e nem levantar os braços pois os botos podem pensar que estamos dando comida e saem para te ¨bicar¨. Gente, o bicho é enoooooooormeeeeeeeee e pesaaaaaadoooooo! Quando ele passava pela gente e esbarrava nas pernas, era um baita empurrão! Ah! Também não pode colocar a mão ou o dedo num furinho que eles tem na testa (ou alto da cabeça, não sei boto tem testa hahaha) pois é por esse furinho que ele respira e pode ficar desesperado e agressivo se algo tampar a entrada de ar. Boto, eu te entendo. Odeio nariz entupido.

 Momento corajosa, boiando no Rio Negro. Eu fui.

Eles são uns amores. Nadam tranquilamente entre a gente, pegam o peixinho deles e somem. E falando em botos, vamos falar de uma coisa séria? Não sei se vocês sabem, mas o boto vermelho (que na verdade achei meio cinza, a cor da água do Rio Negro que deixa ele rosa, mas enfim, vai que é rosa mesmo? rs) está em perigo. Ele é muito utilizado como isca de um peixão chamado piracatinga, ou douradinha. Por ano são mortos, cruelmente, entre 2.500 a 4.000 botos nas regiões amazônicas! E sabem quanto custa um boto morto? 100 reais. Por 100 reais estão matando esse peixe tão emblemático da floresta amazônica, responsável por tantas lendas, e que ainda mais é uma espécie de topo de cadeia, que controla o equilíbrio da fauna aquática. E daí que existe uma organização que luta contra a pesca do boto, a www.alertavermelho.org.br que cria campanhas e petições para proteger o boto vermelho. Vale a conferida e a conscientização sobre esse problema!

Bom, ao acabar a brincadeira com nossos amigos botos (sdds boto), chegou a hora de voltar pro hotel, comer algo e ir para o aeroporto. Nossa incrível experiência no meio da floresta amazônica estava chegando ao fim.

Se ficou com vontade de ir, segue uma lista com itens bem necessários para tornar seu passeio mais agradável e seguro. Afinal, a gente sabe fazer mala pra um monte de canto, mas e pra selva?

Gostou? Quer ir? Olha que dá tempo até de passar o reveillon lá! Já pensou? A virada do ano no meio da natureza em sua forma mais intocável e selvagem? Olha o pacote que eles tem para essa data:

¨O “Ariaú Novo”, pacote especial criado para ocasião, vai do dia 31 de dezembro à 3 de janeiro de 2016. São três noites de hospedagem com uma linda festa com ceia abundante, champagne e queima de fogos na praia do hotel.

Hospedagem em suíte com ar condicionado e frigobar, pensão completa (café, almoço e jantar), caminhadas, pescaria de piranha, focagem de jacaré, passeios de canoa nos igapós do rio Ariaú, visita às casas de nativos e traslados estão incluídos neste pacote para o casal. O valor é R$4.500 e pode ser dividido em até 3 vezes nos cartões de crédito. 

O Ariaú Towers também oferece passeios extras, como mergulho com botos (R$120), encontro das águas (R$250), ritual indígena (R$300) e visita à tribo indígena (R$250).¨

Sair da versão mobile