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Diario de Viagem, Dicas de Viagem
31 ago 2017, 10 comentários

Diário de Viagem – Atacama Dia 4 Parte 2

Saímos do hotel, o que nos levou para nosso segundo lar no deserto, um hostel bem roots que nem vou indicar rsrs. Os quartos eram praticamente iglus MEGA GELADOS. Quando eu vi, logo saquei que passaria frio e falei pra Joana… ela quase congelou durante a noite, mas eu, chileninha que sou, aguentei até bem.

Enfim, às 15h uma nova agência de turismo foi nos pegar para fazer um passeio que muita gente estava indicando: as lagoas escondidas.

Antes de falar como foi o passeio, deixa eu contar sobre a Araya e como chegamos nela… Na verdade, foi a Araya que chegou na gente, pois ela pertence a uma leitora minha, a Roberta! Posso contar uma história de amor? Seguinte, a Roberta foi pro Atacama acho que uns 2 anos atrás com umas amigas e lá conheceu um guia simpaticão, o Sebastian, ou Sebas. Os dois se apaixonaram, começaram a namorar e como casal inteligente que são, empreenderam juntos numa agência de turismo no Atacama que tem um atendimento completamente diferente das outras. Os passeios que eles fazem são personalizados, mais exclusivos e os lanches após os passeios (uma prática comum no deserto) são praticamente BANQUETES! Fiquei chocada com a qualidade e o capricho das mesas que eles montam… Bom, o Sebas fala português perfeitamente então eles cuidam mais do público brasileiro e ó… tá indo bem viu? Super simpático e solicito, foi um guia com bastante informação relevante e interessante.

Voltemos ao passeio: as lagoas escondidas.

Eu estava apenas esgotada pois lembrem-se, tinha acordado às 5:30 para ir aos Geisers del Tatio e dormi praticamente o caminho todo. Quando finalmente chegamos, só vi um vale seco e nada de lagoas. Mas claro né Constanza… qual o nome delas mesmo? Lagoas ESCONDIDAS. E é um passeio relativamente novo, já que tem apenas uns 4 anos que elas foram “liberadas” para turismo.

Caminhamos um pouco e chegamos na primeira lagoa. Ao total são sete, sendo que só se pode nadar na primeira e na última. O Sebas tem um timing excelente e nos levou lá antes que chegasse a enxurrada de turistas, e assim poder aproveitar mais tranquilamente. Como o solo tem alta concentração de sal, essas lagoas são super salgadas, tendo maior concentração de sal que o Mar Morto! E o que isso significa? Boiar e boiar na água. Impossível mergulhar lá, muito pelo contrário, é totalmente contraindicado! Imagina aquele monte de sal no olho? Pois é.

O passeio foi na parte da tarde e estava calor. É bom já ir de roupa de banho mas se não for, não se preocupe, tem um lugar lá para trocar. Nos pés, sapatos fechados pois rola uma caminhada no meio das pedras que se for de chinelo, pode machucar os pés.

As lagoas são de um azul absurdo e eu imaginei que era pelo mineral que poderia estar nelas mas não… são azuis porque refletem o céu! Algumas são mais rasas que as outras e quanto mais profunda, mais azul. Ah, uma dica, é bom levar aqueles shorts de corrida, levinhos, pois estava bem quente quando fomos e eu sofri com a calça jeans.

Chegamos na última lagoa que era a recomenda pelo Sebas para nadar. Por um momento amarelei e achei que não teria coragem de entrar na água que estava GELADA!!!! Mas como a Joana falou… quando que na vida teria outra oportunidade como essa? Bora lá, ficar de maiô e encarar aquele gelo!

Quando entrei, simplesmente não conseguia acreditar naquilo… eu boiava desesperadamente e contra minha vontade rs. É até ridículo tentar nadar, não dá mesmo! Uma loucura aquele lugar! Fiquei brincando um bom tempo, fizemos fotos lindas e foi a conta de chegar um monte de turistas. Mais uma vez, o Sebas tinha razão quanto ao horário de visitas.

Depois de me deliciar naquela lagoa gelada e altamente boiante, voltamos para onde estava o carro estacionado e lá nos esperava mais um banquete, com uma vista maravilhosa. Tinha comida japonesa, saladas, ceviche, vinho branco, espumante… nesse nível! Desse jeito vou ficar mal acostumada… ah! Tem duchas para tirar o sal ok? É mega importante e necessário uma ducha rapidinha para ficar mais confortável!

O cansaço tomou conta de mim e ainda tinha mais um passeio com a Araya… um tour astronômico com índios atacamenhos e explicação ancestral das estrelas!!!

Descansamos por alguns minutos e lá pelas 21:30 fomos para o refúgio indígena. Gente, deu medinho. Um caminho escuro de tudo e ainda ir pra um refúgio indígena que sabe lá o que teria. Fomos recebidos pelo casal Carlos e Sandra, super simpáticos e cheio das histórias, como que por exemplo, San Pedro de Atacama foi construída sobre um cemitério indígena. Ok, não me contem mais! hahahah

Esse tour é exclusividade da Araya e recomendo DEMAIS! É uma imersão na cultura do Atacama e “ler” e entender as estrelas pela visão dos índios é muito mais interessante. Além disso, o céu do deserto é o mais claro do mundo, onde dá pra ver TODAS as estrelas. A gente vê a Via Láctea desenhadinha! O céu é tão perfeito que lá no meio tem um território internacional que se chama ALMA (Atacama Large Millimeter Array), um complexo rádio observatório constituído por 66 antenas, fruto de uma parceria de países da Europa, Ásia, America do Norte e claro, cooperação chilena. O Deserto do Atacama é um dos maiores sítios de observação astronômica do MUNDO!

Nesse passeio visitamos umas ruínas indígenas que estão entre as 3 mais antigas do mundo. Tudo isso no meio da escuridão, com direito a visita a uma réplica de casa indígena e caminhada pelo deserto. Em um determinado ponto, o Carlos estende uma pele no chão onde mostra o significado das estrelas. Coisa mais linda. E ainda vi 2 estrelas cadentes. Eu tava com muita dificuldade de ver, enquanto que todo mundo já tinha visto a sua estrela cadente, só eu que não. Daí o Carlos fez uma mini meditação comigo e disse que eu tinha que olhar para o céu como um todo e não apenas para um ponto. E vi a minha primeira estrela cadente no deserto. Levarei esse aprendizado pra vida. Olhar as coisas como um todo e não focar apenas em um ponto… daí a gente enxerga melhor e as coisas acontecem. Ah Atacama, até isso fez comigo!

Depois desse passeio, fomos tomar um chocolate quente e voltamos pro hostel. No dia seguinte, nosso último passeio…

  • Contato da Araya – www.arayaatacama.com e instagram @araya.atacama
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Diario de Viagem
29 ago 2017, 5 comentários

Diário de Viagem – Atacama Dia 4 Parte 01

É bem assim que começo este post mesmo, um dia, duas partes e vou contar aqui o porquê. Nossa diária no Alto Atacama, aquela com All Inclusive, acabava às 14h do nosso quarto dia no deserto, só que eu e Joana, fominhas que somos, resolvemos ficar mais um dia em San Pedro, e bookamos um hostel bem baratinho para passar apenas uma noite.

Bom, na segunda parte do 4º dia contarei como foi a parte da tarde, agora vamos focar no último passeio que fizemos pelo hotel Alto Atacama que foi um dos mais esperados e comentados, os famosos Gêisers del Tatio.

Mas Cony, o que são Gêisers?

É a água gelada que passa pelo subsolo e é aquecida por lava vulcânica e rochas quentes, explodindo em alguns pontos da terra. A água sai fervendo, a 85º C graus, em colunas de até 10 metros de altura e tem que ter MUITO cuidado ao visitar lugares como esse.

Acordamos bem cedo, saímos do hotel às 6:30 da manhã pois seriam 2 horas de viagem e nossa guia, adivinha quem foi? Ela, Andreita, fofa e gentil!!! Já tinham nos avisados que lá seria bem frio e que era bom ir bastante agasalhada, se possível com todos os casacos que estivessem na mala, nesse nível! Falaram que lá, a temperatura poderia chegar a -12ºC graus e eu me encapotei com calça térmica (que comprei na Uniqlo no Japão), meia calça e meia térmica, umas duas blusas também térmicas, cachecol, gorro, luva.

Chegando lá, realmente bem frio mas acredito que não em graus negativos, a paisagem era deslumbrante. Sabe coisas que a gente só vê na televisão ou em fotos? Pois é, indescritível, mais uma dessas paisagens que tem que vivenciar para poder contar e realmente sentir a força da natureza.

Recebemos várias indicações para tomar cuidado, não chegar muito perto dos gêisers, pois é realmente água fervendo! Eu super acho que esse passeio é zero indicado para crianças, não quero nem imaginar o que uma poderia fazer aí… do simples fato de querer por a mãozinha na água ou até mesmo cair em um gêiser, já que não tem proteção ao redor deles. Inclusive, teve o caso de uma senhora belga, que no meio da fumaceira (sim, fica uma fumaceira danada, tem hora que não dá pra enxergar direito) foi tentar fazer uma foto e CAIU num gêiser. O marido a tirou de lá, mas ela queimou grande parte do corpo e não sobreviveu. É perigoso!!!

Enfim, como todos os outros passeios do Alto Atacama, esse terminou com um café da manhã com aquela paisagem maravilhosa. Depois, voltamos pro hotel, fizemos o check out e continuamos a aventura mas de uma maneira diferente… Sentindo mais o deserto.