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Dicas de Viagem, Looks
21 jun 2014, 51 comentários

Look de Frio!

Vim passar o feriado em Campos do Jordão esperando um mega frio. Não está tãaaaao gelado assim, durante o dia tem um solzinho gostoso e dá para usar apenas camiseta e jaqueta ou moletom. Já a noite esfria um pouco mais, mas fica gostoso kkk. Ah, eu gosto de frio… prefiro muito mais do que calor!

Ontem fomos passear no Amantikir, um lugar cheio de jardins super lindos, reproduz o estilo de vários países e tem até um labirinto vivo! Escolhemos ir lá pois está no Tripadvisor como a atração número 1 aqui em Campos.

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Lindo né? A entrada custa R$ 25 por pessoa mas vários hotéis tem desconto e o preço cai para 10 reais 😉 Então chegando lá não se esqueça de falar onde está hospedada.

Agora vamos ao look?

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Já falei que vou mudar meu nome para ConstanZara? Pois é: jaqueta, calça e bolsa da Zarita, bota Arezzo, camiseta Track & Field, óculos RayBan.

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É muito amor por essa jaqueta viu? Comprei em Londres mas acho que já tem dela por aqui! É naquele azul light super trend neste inverno.

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ADORO essa botinha! O ruim é que a calça embola um bocado então dobrei a barra um pouquinho a ponto de não deixar a meia aparecer. Nem ficou tão ruim né? rs

  • Gostei da mistura de azul com marrom, nem tinha pensado nesse look, usei por acaso e funcionou. O que acharam?
Comportamento
Cotidiano
20 jun 2014, 91 comentários

Para Pensar

Hoje o seguinte texto foi compartilhado no Facebook e me vi em várias partes dele. Acredito que várias de vocês também irão se reconhecer.

¨Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos: Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá. Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda. Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar. Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.

Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.

O fato é que eu venho pensando nisso. Na incrível dissonância entre a criação que nós, meninas e jovens mulheres, recebemos e a expectativa da maioria dos meninos, jovens homens,  homens e velhos homens.

O que nossos pais esperam de nós? O que nós esperamos de nós? E o que eles esperam de nós?

Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. Os poucos bolos que fiz na vida nunca fizeram os olhos da minha mãe brilhar como as provas com notas 10. Os dias em que me arrumei de forma impecável para sair nunca estamparam no rosto do meu pai um sorriso orgulhoso como o que ele deu quando entrei no mestrado. Quando resolvi fazer um breve curso de noções de gastronomia meus pais acharam bacana. Mas quando resolvi fazer um breve curso de língua e civilização francesa na Sorbonne eles inflaram o peito como pombos.

Não tivemos aula de corte e costura. Não aprendemos a rechear um lagarto. Não nos chamaram pra trocar fralda de um priminho. Não nos explicaram a diferença entre alvejante e água sanitária. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.

Mas nos ensinaram esportes. Nos fizeram aprender inglês. Aprender a dirigir. Aprender a construir um bom currículo. A trabalhar sem medo e a investir nosso dinheiro.  Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.

Mas, escuta, alguém  lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?

Aí, a gente, com nossa camisa social que amassou no fim do dia, nossa bolsa pesada, celular apitando os 26 novos e-mails, amigas nos esperando para jantar, carro sem lavar, 4 reuniões marcadas para amanhã, se pergunta “que raio de cara vai me querer?”.

“Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez…”

Mas não. Essas não somos nós. Nós queremos um companheiro, lado a lado, de igual pra igual. Muitas de nós sonham com filhos. Mas não só com eles. Nós queremos fazer um risoto. Mas vamos querer morrer se ganharmos um liquidificador de aniversário. Nós queremos contar como foi nosso dia. Mas não vamos admitir que alguém questione nossa rotina.

O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?

E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família.

No fim das contas a gente não é nada do que o inconsciente coletivo espera de uma mulher. E o melhor: nem queremos ser. Que fique claro, nós não vamos andar para trás. Então vai ser essa mentalidade que vai ter que andar para frente. Nós já nos abrimos pra ganhar o mundo. Agora é o mundo tem que se virar pra ganhar a gente de volta.¨

Ui, firme, direto e claro. Como a nossa geração. E traduziu perfeitamente o que eu conversava com uma amiga um dia desses: os caras procuram por uma menina fragilzinha, que seja doce, meiga, que tenha que ser levada em casa, que se encante com cada jantar chique ou viagem que um homem pague para ela. Mas nós, felizmente ou infelizmente, já rodamos o mundo e sabemos chegar em casa sozinhas. E isso assusta a grande maioria masculina, que diz admirar mulheres assim mas não tem o menor tato para lidar com essa geração. O ¨problema¨é que nós sabemos que a melhor cia sempre será a nossa e que estar sozinha nem sempre é sinônimo de infelicidade. Pelo contrário, às vezes é até melhor, bem melhor.

Texto da Ruth Manus publicado hoje no Estadão.