Comportamento
Chora Que Eu Te Escuto
24 jan 2018, 80 comentários

Chora Que Eu Te Escuto!

Quarta, choremos.

Chora 01 – Floresta

Tentarei ser sucinta, apesar de achar impossível!
Ha mais de 10 anos conheci um cara no carnaval de SSA, ficamos todos os dias e trocamos telefones pois, ele morava em SP e eu em uma cidade q fica a 1h de SP. Nos encontramos mtas vezes, tivemos idas e vindas mas nunca firmamos um relacionamento sério e sólido por mtos motivos, principalmente imaturidade de ambos.
Esse cara é o grande amor da minha vida, namorei outras pessoas, continuei vivendo, mas nunca consegui amar alguém como o amo.
Existiram mtos desencontros na nossa vida, até q perdemos todo o contato. Como foram mtos anos nessas tentativas nossas turmas se tornaram amigas, o q permitiu q vez ou outra eu soubesse de algo da vida dele pelo face de amigos e, em 2015 vi sem querer q ele estava se casando. Sinceramente não fiquei feliz mas, tb não me abati pois estava namorando outra pessoa e já tinha desistido de viver esse amor.
Em outubro de 2016 ele pediu pra me seguir no Instagram, aceitei e comecei a segui-lo e não tinha nenhum indício de q ainda estava casado.
Numa festa de pre carnaval no início desse ano por acaso nos encontramos, ele grudou em mim e, eu q achava q tinha superado esse amor fiquei trebada (nem bebi tanto, mas a mistura da bebida com a emoção de reencontra-lo solteiro me deixou mto bêbada), ficamos juntos nesse dia e começamos a nos encontrar novamente. Ele me contou tudo q tinha acontecido com ele, ele q sempre foi rico tomou um golpe do sócio, perdeu tudo e a esposa largou dele. Passou por uma fase de depressão profunda e, agora tava se recuperando. Nesse momento ele tinha mtas dívidas e precisava vender um imóvel para quitar a maior parte delas. Começamos um namoro q não vingou pois ele sumiu, sem me dar grandes satisfações. Passados 3 meses ele começou a me procurar novamente, pois tinha vendido o imóvel, quitado a maior parte das dívidas e disse q agora estava em condições de ficar cmg já q a pior parte tinha passado. Eu o aceitei de volta e depois de um mês engravidei sem querer. Fiquei desesperada e ele q ainda estava um pouco depressivo ficou eufórico! Nosso relacionamento mudou pra mto melhor, ele tinha mais vontade de trabalhar e fez mil planos para nós e nosso bebê, nunca fui tão feliz! Exatamente qdo entrava no terceiro mês perdi o bebê, além da tristeza da perda tb veio o medo dele me largar, de estar cmg só pelo filho, isso não aconteceu, continuamos juntos mas a depressão dele se agravou.
O sexo diminuiu, até q no final do mês passado ele terminou cmg por msg dizendo q a amargura tinha voltado ao coração dele com a perda do bebê, q a vida só reservava coisas ruins pra ele e q não tinha nada de bom para me oferecer, meu mundo caiu, pedi pra conversarmos pessoalmente e nessa conversa reatamos. Descobri q ele teve um grande prejuízo na empresa no mês passado e entendi q isso estava ligado ao nosso termino. Ficamos bem na primeira semana, mas no fds passado não transamos, durante a semana ele quase não conversou e ontem terminou cmg novamente por msg pois, diz q não consegue se me vê pessoalmente. Eu q tinha tido uma semana ruim por outros motivos, surtei, dirigi por 1 h até a casa dele à meia noite, qdo cheguei peguei todas as minhas coisas q estavam lá, mas como no fundo não era isso q eu queria, pedi pra conversarmos e disse q não queria terminar pq gosto mto dele, mas ele dessa vez não reatou. Acabei dormindo lá pois era madrugada, mas não rolou nada, nem beijo e hj cedo eu voltei pra casa antes dele acordar.
Qdo ele me procurou pra namorar depois de vender o imóvel, me explicou toda a sua vida financeira e, disse q em 1 ano quitaria tudo e me mostrou o faturamento crescente da empresa, ele sabe q não tenho nenhum interesse financeiro, q gosto dele de verdade, mas para seguirmos em frente precisamos de dinheiro e, ele gosta de me prover as coisas. Esse prejuízo do mês passado alterou todo o planejamento financeiro dele, não tem condições de honrar algumas dívidas, e acredito q isso influencie diretamente no nosso relacionamento. Eu acho q ele gosta de mim, mas como sabe q eu sempre o aceito de volta, termina pq acha q mais pra frente consegue reatar se quiser.
Eu estou com vontade de morrer, pode parecer exagero, mas estar com ele era a realização de um sonho, apesar das dificuldades e do sexo escasso eu estava feliz, acreditando q era uma fase ruim q superaríamos. Sou bastante carente pois perdi minha mãe, meu pai é mto ocupado e minhas amigas se casaram todas, então sou solitária e essa época de final de ano é mto difícil pra mim, e esse termino acabou cmg.

Nao sei o q fazer, não quero desistir depois de tudo q passamos, mas às vezes me pergunto se não estou insistindo num amor impossível, preciso de ajuda!

 

Que novela hein? Eu acho que essa historia não acabou ainda, e digo mais, INFELIZMENTE. Que lenga lenga… parece que para vocês ficarem juntos, o céu deve ficar rosa com bolinha verde, elefante começar a voar e a Renner vender Chanel. Ele espera que várias outras coisas se resolvam para firmar esse namoro e acredito que não é por aí. Quem quer realmente ficar junto, enfrenta tudo JUNTOS, e não fica nessa de “ah tô sem dinheiro agora”, “ah tô desmotivado”, “ah, tenho que vender um imóvel”, “ah, você perdeu o neném que era minha esperança de alegria”. Não. Tá confuso, tá muito enrolado e isso só vai tomar seu tempo e não deixar sua vida fluir. Por mais que doa, desencana dele. Já são mais de 10 anos e várias idas e vindas. Chega né? A vida tem que andar pra frente, a energia tem que circular. E aprenda a ser feliz sozinha e não depositar sua carência nos outros ou se comparar com quem já casou. Cada pessoa tem seu tempo e seu destino!

 


Chora 02 – Prado 

Cony, lá vai um chora um pouco diferente, que nada tem a ver com a situação sentimental, mas sim familiar.

Sou filha de pais separados, sendo que eles se separaram quando eu era bem pequena e quando eu tinha 06 anos, minha mãe foi morar em outra cidade bem distante da que meu pai morava.

Na época, se dizia que eu iria morar um ano com meu pai, mas isso não aconteceu. Sendo assim, passei a conviver com ele somente nas férias de janeiro e dezembro e julho, sendo que depois de um tempo ele disse que não tinha mais grana e passei a encontrar com ele apenas no final do ano.

Fato é que meu pai nunca contribuiu muito financeiramente com minha vida, alegando estar sem dinheiro e a minha mãe, apesar de um pouco chateada nunca o acionou na justiça e nada do gênero e ia me sustentando sozinha, com ajuda do meu padrasto.

Nesse meio tempo, meu pai constituiu uma nova família, e tive dois irmãos com bastante tempo de diferença pra mim e eu continuei encontrando nas férias sempre que possível.

A minha mãe dava o jeito de me sustentar, então estudei em bons colégios, inglês e esporte, de forma que pude fazer uma ótima faculdade.

Hoje já tenho mais de 30 anos, moro um uma terceira cidade e sou bem sucedida. Sou casada e tenho um marido que também ganha bem, além de um filho pequeno. Só acho que trabalho muito, rs.

O meu problema maior é que não consigo gostar da família do meu pai como gosto da família da minha mãe, o que se agrava quando há uma comparação pois tenho irmãos dos dois lados da mesma idade, então sempre rola uma comparação.

Além disso, quando a família do meu pai vem pra minha casa, é tipo visita, sabe? E eu acho que meio que eles se aproveitam porque tenha uma situação bem de vida para não ajudar em nada quando vem pra cá. Da última vez quase surtei.

Enquanto isso, na família da minha mãe não rola esse problema, porque há a intimidade necessária para falar a  verdade sem restar qualquer ressentimento.

E aí? Alguém já passou pela situação de gostar mais de uma família do que da outra? Como dar o toque para a família do meu pai ajudar nas tarefas domésticas sem ressentimentos?

Normal! Aliás BEM normal! Eu mesma tenho zero contato com a família do meu pai (e olha que meus pais são casados) e super contato com a família da minha mãe. Acho que é questão de afinidade mesmo. Você não tem que conviver com a família do seu pai, então se a visita é vez ou outra, seja educada, gentil… e só. Parente a gente não escolhe, aceita!

Chora 03 – Savassi

Oi Cony! Eu gosto demais de você!

Eis meu chora. Ele não é leve como o de alguém que levou um fora, ou não se decide se casa ou compra uma bicicleta. Meu chora é dolorido demais. É depressão. Desde muito nova, eu oscilo muito. Tenho todos os sintomas: Me sinto fracassada, sozinha, sem energia, e pensando no sentido da vida. Os momentos de euforia sempre foram com excessos. Excesso de bebida, de sexo, de compras ou de comida. E nesses excessos, as pessoas sempre me veem como uma pessoa super alto astral… Mal sabem que quando a ressaca vem, a “bad” que bate, é praticamente insuportável. Esses sintomas vinham com menos força na adolescência. Agora, já adulta, (tenho 31 anos), sinto que estou no meu limite. Não consigo mais controlar minha cabeça. Fiz terapia duas vezes, consigo entender quais são os gatilhos das minhas crises. Mas depressão é mais barra pesada. Às vezes, simplesmente não tem motivo. São os tais desequilíbrios químicos que ocorrem no cérebro. Minha avó materna também teve. Ela se matou aos 24 anos. Não cheguei a conhecê-la. Até hoje não consegui me adaptar a nenhuma medicação. Esses dias a barra tá tão pesada, que não quero ficar sozinha pois sei o espiral de dor que a cabeça entra. Eu fico irracional, pensando coisas horríveis a meu respeito, a respeito das pessoas que me cercam, e a respeito da vida. O que me sustenta, é a minha crença no espiritismo. Creio que se eu quiser acabar com meu sofrimento de vida na terra, o sofrimento será maior em outro plano.

Eu tenho um relacionamento de 9 anos com uma pessoa ótima. Mas ele não acredita em depressão. Principalmente na minha, pois eu não fico chorando por aí. Aparentemente, eu só fico mais caladinha. E relacionamentos longos, principalmente quando se mora junto, é cheio de silêncios, né! Minha mãe, minimiza o problema. Das vezes em que tentei falar com ela sobre o assunto, ela diz que isso é normal, que todo mundo se sente assim de vez em quando. Tenho muitos conhecidos. Alguns amigos. Mas eu sinto que eles não me conhecem de verdade. Eu não consigo me abrir, pois sempre fico com medo das pessoas pensarem que é frescura, e que eu estou me vitimizando.

Meu relacionamento já acabou, não por sacanagem, mas porque esfriou, pelo menos da minha parte. Tenho pavor só de ele encostar em mim, e assim se vão dois anos praticamente sem sexo. Eu já tentei terminar. Ele chora, e diz que nunca mais vai deixar eu me sentir sozinha, que vai me reconquistar, mas dois dias depois, já tinha voltado ao seu normal – frio, egoísta e folgado (frio com carinho, egoísta com dinheiro, pois ganha 5 vezes mais que eu e ainda me faz rachar as contas. Ele junta dinheiro, e eu vivo quebrada. E folgado, pois eu acordo as 4:30 da manhã para trabalhar todos os dias, e o trabalho da casa ainda sobra todo pra mim.) Mesmo desse jeito, ele se desespera quando eu digo que acabou.

Meu trabalho é outro caso: Sempre começo bem, sou a aposta da empresa, mas desanimo. Cometo erros bobos, me anulo até ficar bem pequenininha e insignificante. Aí eu arrumo outro, ou sou demitida antes de isso acontecer.

O fato, é que eu sinto como se tivesse sendo enforcada, amarrada, amordaçada e com muita dor. Nem me importo por essas coisas que não dão certo, ou não vão pra frente. Eu realmente não tenho mais ânimo, não quero mais. Cansei. Estou exausta.

Não sei devo perguntar o que fazer. Eu só queria mesmo desabafar. Desculpe o texto longo, mas achei que sobre meu anonimato, eu possa ouvir alguma palavra diferente de tudo que já ouvi, e não me ajudou.

Sinto TANTO, mas TANTO por você que tudo o que eu queria agora era te dar um abraço bem apertado. Te dar apoio, poder dizer que vai passar, mas sabemos que não é simples assim. Eu mesma, durante um bom tempo, achava que depressão era coisa de gente fraca, que tava tudo na cabeça e que era só a pessoa mudar o pensamento que acabaria com a depressão. Depois de anos de blog, de muitos Choras, de conviver com gente que tem tudo na vida mas ainda assim é triste, aprendi realmente que se trata de uma doença. E grave. Tem que tomar remédio sim, tem que “ajeitar” a cabeça, os tais desequilíbrios químicos, e sozinha ninguém consegue sair de uma depressão. Acredito que muitas pessoas são como eu era, de não acreditar muito na gravidade disso e achar que é passageiro. Não é, e como seria bom se todos soubessem dos cuidados que uma pessoa depressiva precisa. Tudo o que eu falar aqui não vai te ajudar… nem sei o que te falar. Nunca tive depressão e sou bem leiga quando a medicação, só sei que ela existe e que deve ser tomada. Espero que leitoras que tenham passado (ou que passam) pelo que você está passando, se manifestem aqui e tentem te direcionar de alguma forma. Força!

Não é frescura!

  • Choras ainda suspensos. Fiquei preocupada com a Savassi… quem puder e souber mais sobre depressão, por favor, se manifeste.