Comportamento
Chora Que Eu Te Escuto
08 jul 2016, 70 comentários

Chora Que Eu Te Escuto!

Antes de mais nada, MUITO OBRIGADA PELO CARINHO ONTEM! Tenho as leitoras mais especiais e carinhosas do mundo!

Hoje vamos de Chora? E no final… uma surpresinha pra vocês!

Caso 01 – Carrie

Meu grande problema está relacionado à minha profissão! É um pouco difícil de explicar, mas vou tentar… Sou formada em fisioterapia há 8 anos, desde a faculdade tinha certeza que era aquilo que queria pra mim. Com o passar dos anos de curso, estágios e especialização, simplesmente me apaixonei pela área hospitalar e principalmente pela pediatria e neonatologia. 

Parece tudo lindo, e realmente seria se não fosse por alguns poréns. Sei que sempre existem “poréns”, porém os relacionados ao meu trabalho me incomodam, e me incomodam a ponto de às vezes pensar em jogar tudo pro alto! Antes de falar dos contras, vale lembrar que amo o que faço e amo “meus pequenos”!!

Vamos ao pontos: infelizmente ser fisio e trabalhar em hospital significa má remuneração! Fiz uma faculdade de 4 anos integrais, mais uma especalização de 1 ano também integral. Foi um baita investimento dos meus pais. E hoje, se for comparar, o salario médio equivale ao de alguém de curso técnico. Não é desmerecendo nenhuma profissão, longe disso… mas a falta de reconhecimento e remuneração pelo meu trabalho me deixa extremamente chateada!

A falta de crescimento profissional é outro motivo. Eu não tenho para onde ir! Sou fisioterapeuta assistencial de uma UTI, e vou ser isso pro resto da vida! Queria ter plano de carreira (são pouquíssimos hospitais que oferecem isso), me sentir realizada profissionalmente! Até por essa falta de crescimento, sinto-me desmotivada para me especializar mais, voltar a estudar, etc.

Outro ponto é a falta de autonomia! Poxa, estudei pra caramba, pra muitas vezes não poder opinar  ou ter a conduta que quero, porque os médicos não deixam!! Principalmente na área em que atuo, tenho pouquíssima liberdade para algumas coisas, por falta de confiança da equipe médica no nosso trabalho (ou até mesmo por excesso de confiança deles no próprio trabalho!).

Pra vc ter uma ideia, o ponto que menos me incomoda é a rotina! Trabalho de segunda a segunda, em horários loucos! Fico às vezes mais de 24hs acordada, já estou acostumada a dormir 2 ou 3 horas (às vezes durante o dia, para trabalhar a noite). Mas sei que não vou poder levar essa vida para sempre. Hoje estou com 30 anos, mas até quando vou aguentar esse ritmo? E se emendo mais de 24hs de trabalho, é exatamente pelo primeiro problema que expus – a remuneração baixa! Quanto mais plantões eu faço, quanto mais hospitais eu trabalho, mais eu ganho! Mas até onde isso compensa?

E aí chegamos no ponto mais difícil que é o que fazer! Algumas vezes realmente pensei em simplesmente largar tudo! Trocar de profissão, mudar o rumo totalmente! Mas quando pendo nisso, não sei o que fazer! Não me vejo fora da área da saúde! E adoro a área hospitalar! 

Em alguns momentos, juro que pensei em voltar pra faculdade e fazer medicina (pelo menos resolveria o problema da remuneração e da autonomia de trabalho). Porém penso que pra fazer medicina, além de todo o trabalho de conseguir passar no vestibular (saí do ensino médio à 13 anos!), é uma faculdade extremamente cara e demorada! Já tenho 30 anos, se eu for pensar nos 6 anos de faculdade mais os 3 anos de especialização (em pediatria), vou me formar com praticamente 40. Fora que ainda não tenho filhos, se for trancar a universidade para ter, vai demorar ainda mais.

Enfim, to nesse impasse já há algum tempo e não sei o que fazer! Espero realmente que vc Cony, e as leitoras do Fufu possam me ajudar!!

Carrie, você está TOTALMENTE insatisfeita. Eu acho que você deveria peitar o curso de Medicina sim. Uma vez li que a gente não pode deixar de realizar os sonhos porque não tem tempo ou está tarde demais. O tempo vai passar de qualquer maneira. Se for pra começar, comece já. Agora me esclarece uma coisa… você TEM QUE trabalhar em hospital? Pergunto isso pois tenho algumas amigas fisioterapeutas que foram para outros lados da Fisioterapia e estão super bem! Já pensou em se especializar em outra coisa?

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Caso 02 – Samantha

Tô mandando para você porque sou bem reservada em relação a esse assunto, não converso sobre isso com ninguém. Tenho 25 anos e namoro há 6. Nosso relacionamento era bem fogoso. Não tinha hora e nem lugar para transarmos. Depois de uns 3 anos eu comecei a murchar, por um tempo eu coloquei a culpa nos anos e anos de uso de anticoncepcional. Mas também não fiz nada para mudar isso. Em janeiro de 2015 eu descobri que meu namorado tinha chamado uma mãe de aluno dele para sair.
Meu mundo caiu, ele nunca havia me dado motivos para nada. Sempre fui confiante e por isso não ficava (e continuo sem ficar) procurando por esse tipo de coisa.
Eu o confrontei, ele não negou mas disse que ficou só naquilo mesmo. Fui bem tranquila com ele, não dei escândalo e nem nada pois eu só pensava que ele queria conhecer outras pessoas pois, olhe a bomba, ele era virgem quando me conheceu. Ele é 4 anos mais velho que eu e, se ele foi sempre sincero comigo, eu fui a única mulher na vida dele.
Acabou que ele chorou, esperneou, pediu outra chance e eu dei. E nosso namoro nunca mais foi o mesmo no sentido sexo. Nossa parceria na vida é nota mil, mas o sexo é nota zero. Eu não tenho vontade nenhuma de transar e só o faço porque me sinto culpada de deixá-lo “na mão”. Em contrapartida, algumas vezes transei pensando em outros pra ver se eu conseguia. E me sinto ainda mais culpada. Eu sou muito certinha, nunca o traí e nem pretendo, mesmo tendo muita tentação por aí. Com isso, eu cheguei à conclusão que talvez o problema não seja só o anticoncepcional. Acho que sexo tem muito de admiração e confiança no parceiro, coisa que acho que não tenho mais nele. Eu mudei muitas coisas na minha vida desde a descoberta da traição. Sempre fui vaidosa, emagreci 12 kg, sempre fui bonita e as pessoas dizem que estou ainda mais. Ele retrocedeu. Nunca foi galã, mas parece que tá vendo o tempo passar e tá se “enfeiando” mais. Ele trabalha com esporte mas é completamente sedentário. Não faz nada para melhorar, nem na aparência e nem na vida profissional. Converso muito com ele sobre isso e ele simplesmente ignora. Enfim, esse assunto me tira o sono e eu preciso de uma luz pois não converso isso com ninguém.

Samantha, com certeza sua admiração foi água abaixo quando você se decepcionou com ele e isso afetou a vida sexual de vocês. Também não acho que seja o caso do anticoncepcional… E o fato de você estar se cuidando mais, estar mais bonita, achando ele feio e pouca coisa talvez seja seu subconsciente te avisando que você deseja coisa melhor e está se preparando para isso. Ninguém merece estar infeliz em uma relação, e o sexo tem que ser bom sim. Tem gente que diz que não é importante (o sexo) mas eu acho que é e MUITO. Como viver com alguém que você não tem desejo? Pense bem nisso, talvez seja o momento de pedir um tempo para refletir sozinha, sentir falta dele, e desencanar de vez desse namoro ou então reascender a paixão. Mas ó… cuidado… se você descobriu essa semi traição, podem existir outras… 

 

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Caso 03 – Miranda

Bem me apresento as leitoras amigas desse grupo, me chamo Miranda, tenho 30 anos, estudo faço MBA, trabalho há 6 anos em uma empresa de comunicação, sou independente, faço academia, amo viajar mas o que me incomoda então?  Fato é que já estou solteira há bastante tempo, bastante mesmo… Uns 7 anos já, e isso me incomoda demais, canceriana como vcs sabem, nasceram pra amar, e se sentir amadas. Eu comecei a namorar muito cedo, aos 15 anos e tive 2 relacionamentos meio frustrados um de 8 anos e outro de 2 anos.

Com essa carência que nesses anos fui desenvolvendo, não era nada difícil encontrar alguém e logo me apaixonar e é claro sofre muitooo depois isso aconteceu várias vezes… Pois sempre tive no fundo o real desejo de ter alguém.

Esse ano em uma noite em casa resolvi baixar o Tinder, já fiz isso algumas vezes conheci algumas pessoas legais, mais também escuto muito preconceito com relação ao aplicativo, que é apenas pra sexo fácil enfim as vezes fico com receio, acabo entrado fico um dia e saio fora, mas nessa noite encontrei alguém legal, conversamos muito durante umas 3 horas, e riamos tanto que parecia um show de comédia.

Ele tem 33 anos, um cara maduro, muito bonito mora aqui na minha cidade mesmo, bem sucedido, tb adora viajar, mas logo no primeiro dia me contou que ia viajar pro Japão pela empresa por 6 meses (vai em setembro volta em março), nem estava muito levando a sério nossa conversa sabe, mas por acaso do destino, encontrei ele na mesma balada naquele final de semana, a gente se conheceu pessoalmente e acabamos ficando.

Foi muito legal gostei muito dele, mas depois de tanto tempo sem me envolver com ninguém, nem sei mais como é. Esse negocio de joguinhos e não ligar não mandar mensagem aff não sei fazer isso mais…. Pra mim ou a pessoa quer ou não quer.

Conversamos algumas vezes e fui muito sincera com ele, queria até me afastar pois já estou envolvida e não sei se ele também está na mesma sintonia que eu de querer algo mais serio sabe? Ele me disse que gosta muito da minha companhia que me respeita muito e que também tem medo de sofrer por causa da viagem, e com isso ele fala sempre comigo quase todos os dias, mas nem sempre me chama pra sair, ele também não quer se apegar, está naquela de  não sabe se fica na vida ou se entrega sabe?

Detalhe: O Tinder dele ainda está ativo… é claro que não tenho nada com ele e não vou cobrar isso, mas também fico com a insegurança de ter outras pessoas também sabe?

É tudo muito recente faz um mês, mas to num medo danado de me machucar… Mas ao mesmo tempo já não sei se consigo me afastar…. Me da uma luz? Quem está de fora tem outra percepção da coisa, enquanto aqui dentro está tudo confuso.

Vamos ao sincericídio… Claro que ele tem outras pessoas do Tinder. Óbvio, e olha que sou completamente a favor desse aplicativo. Acho ótimo para conhecer pessoas, mas você tem que ter a consciência que ele deve conhecer MUITAS pessoas no mesmo esquema. Se ele realmente estivesse afim, essa viagem pro Japao seria apenas um intervalo. Ele te assumiria como namorada desde já e pronto. MAS sejamos realistas, se fosse o contrário, se fosse você a ficar fora por 6 meses, conhecesse um cara bacana meses antes, iria engatar um namoro pra depois viajar? Eu não. Iria ficar ficando, e na volta quem sabe, se ainda rolasse algo, aí sim procuraria algo mais sério. Se você realmente acha ele bacana e gostaria que esse relacionamento vingasse, seja bacana com ele, use todas suas armas de sedução, faça de você uma cia inesquecível, seja marcante, a ponto que quando ele viajar, ele se lembre de você e dos bons momentos que passaram juntos com saudade. Faça a diferença e deixe acontecer!

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Caso 04 – Charlotte

Oi Cony, tudo bem? Primeiramente gostaria de dizer obrigada por ter este blog, vc já me ajudou em muitas coisas sem saber, e agora venho “pessoalmente” te pedir ajuda numa coisa que considero realmente complicada. Sou a leitora que comentou que estava terminando de ler seu blog inteiro rs. Só pra contextualizar, tenho 22 anos, trabalho, estudo engenharia e há 2 namoro uma pessoa excepcional, que é da minha sala (isso não é um problema… Temos muita liberdade pra ter cada um seu momento). Não é um santo, tem seus defeitos como qqr um, mas não é qse nada perto do bem que me traz. Sei que algumas dirão que sou muito nova pra saber se alguém é o amor da minha vida, mas eu tenho essa certeza. Nós nos damos muito bem nos (infelizmente, poucos) momentos de paz… Me sinto feliz, amada, grata… Tenho comigo o melhor homem que já tive o prazer de conhecer, meu problema não é o namoro, mas o afeta diretamente, e é o seguinte: eu tenho total descontrole sobre meu ímpeto de brigar. Sim, eu acho que gosto de brigar. Eu já fui bem pior, de procurar motivos e picuinhas, mas mesmo hoje percebo que algo dentro de mim parece “precisar” de uma discussão, um drama. Isso é algo terrível de admitir. Faço tratamento com psicólogo há um tempo, mas mesmo assim sinto o peso da derrota sobre mim, a derrota de lutar contra um “vício” que não consigo domar. Quando entro em uma discussão com ele, não consigo ter a capacidade de pensar e agir assim: “bom, ele não quer falar agora, ele precisa desse espaço, e eu preciso ficar quieta pra deixar isso passar pq amanhã é outro dia”. Não. Fico pedindo a ele que converse comigo, fico tentando me explicar, choro, não quero deixá-lo ir embora… Cony, é uma cena deprimente, e algo que abala nossa convivência por dias. Cansa muito cair e ter que se reerguer tantas vezes .. Sabe, às vezes me sinto “possuída” por algum espírito de porco que só aquieta quando consegue uma discussão, quando consegue um rompante. É muito vergonhoso pra mim falar disso, pois a cada situação que isso acontece me sinto mais fraca, desmerecedora, descontrolada e derrotada por esse sentimento, pois isso não acontece fora da esfera de relacionamento amoroso (não é só com meu atual… Sempre fui assim). Estou mandando esse e-mail pq quero saber se sou a única (diferentona rsrs) que tem esse impulso, essa sede pelas discussões… Se sou a única que não consegue ser fria o suficiente pra deixar cada um no seu espaço, até a poeira baixar… A única que bate a cabeça mil e uma vezes e ainda assim não aprende. E, se for possível, encontrar uma solução pra essa doença que eu sei que vai me tirar essa pessoa, que não merece viver assim.
O que me dói mais é saber que a culpa é minha dessas coisas, Cony, realmente é um problema meu. Não digo isso assim “ai meu Deus sou uma merda de pessoa é tudo minha culpa”. Não, sei que sou uma boa namorada, mas apenas sei que é algo que não consigo resolver sozinha e isso me mata diariamente, pois está DENTRO de mim. É como alguém que fuma, mas o “meu cigarro” está permanentemente grudado na minha boca, e não sei como tirá-lo de lá. Como acabar com algo nosso, mas que nos destrói por dentro? Como obter auto-controle e parar de permitir que nosso maldito emocional tome conta das nossas atitudes justamente quando precisam ficar bem longe?

Charlotte querida, que maravilhoso que você tem essa consciência e sabe do seu problema. Sim, é um problema e muito grave pois ele pode afastar o amor da sua vida e todos os outros que possam vir. E o pior, quem mais vai sofrer com isso é VOCÊ! Muita terapia, mas muita mesmo e sempre pense que um relacionamento tem que ser bom, tem que trazer paz, tranquilidade, ser sereno. Quando esses pensamentos ruins aparecerem na sua cabeça e te façam querer brigar, conte até 1000 se for necessário e pense assim: HOJE NÃO VOU BRIGAR. SÓ HOJE, AMANHÃ EU BRIGO. No outro dia, repita a mesma coisa e faça disso um exercício diário. Outra coisa que acho que pode te ajudar é fazer meditação… yoga, coisas que te façam relaxar e esvaziar essa vontade de brigar que você tem. Quer brigar? Vai fazer boxe, muay thai, descarregue sua raiva em algo que não afete quem tem ama! Ele e ninguém merece viver uma vida turbulenta e cheia de altos e baixos. Já procurou um psiquiatra? Talvez seja até caso de algum tipo de medicação mais forte viu? 

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  • Notícia boa! ESTOU ACEITANDO CHORAS! Podem mandar suas angústias para constanza@futilish.com, no assunto colocar CHORA QUE EU TE ESCUTO, textos não muito longos, assuntos diferentes e novos (leiam os antigos para não pedir conselhos para casos já comentados aqui) e aguardem publicação! Vale tudo: amor, família, trabalho… qualquer coisa que te aflija!