Comportamento
Chora Que Eu Te Escuto
21 abr 2016, 53 comentários

Chooooooora Que Eu Te Escuto!

Princesas fortes… e delicadas no Chora de hoje…

01 – Diana

“Oi Cons! Não vou elogiar o blog porque você pediu para sermos resumidas hehe mas óh -> <3!

Minha história envolve família, amor, carreira e problemas psicológicos, um COMBO.

Bom, meus pais se separaram quando eu tinha 2 anos, eu cresci com a minha mãe e via meu pai 2x por ano (ele se mudou para uma cidade a uns 400km da minha) e assim foi, a minha vida inteira. Ele sempre me ajudou em tudo, pagava pensão certinho, pagou minha faculdade, especialização, mestrado… sempre foi o apoio financeiro. Porém, em troca disso, sempre me cobrou muito que eu “fosse alguém na vida”, mas nunca me deu muito apoio emocional. (Minha família toda é meio “dura”, cresci sem nunca ouvir um “eu te amo”). Em 2009 conheci um menino através de amigos em comum, ficamos super amigos na época, ambos namoravam e morávamos em cidades diferentes, mas sempre nos encontrávamos para jantar e conversar quando ele estava na minha cidade, nos falávamos sempre pela internet, ele era o meu melhor amigo. No início de 2012, ambos namoros acabaram, o meu e o dele, e pra resumir bem a história: em Julho de 2012 estávamos namorando. Nos damos suuuuuper bem, afinal, sempre fomos amigos. Mas, durante o namoro, rolaram algumas brigas, geralmente por coisas bobas, mas que se tornavam um drama gigante e sempre acabavam em choro e tristeza. Sabe aquelas brigas que poderiam ter sido resolvidas com uma conversa?

No início do ano passado, terminei o meu mestrado e fui morar com ele, foi uma fase difícil pois ele não estava nada feliz no trabalho e eu estava perdida atrás de um emprego. 3 meses depois, ele foi chamado para um trabalho SUPER legal em São Paulo, apoiei e fiquei muito feliz por ele, mas no momento da decisão se eu iria junto ou não, dei pra trás pois a minha profissão é completamente saturada por lá e também porque o pai dele mora lá, e ele moraria com o pai. Acabou complicando tudo e terminamos, ele alegou que durante todo o tempo recebia de mim um “amor esmola” e que estava cansado de pedir para ser amado. Eu sou um pouco dura mesmo, meio racional demais, dou pouco carinho (lembra da parte de nunca ter ouvido um “eu te amo”?). Foi suuuuuper difícil, chorei liiiitros e litros, voltei para a casa da minha mãe e pra minha cidade (que eu não gosto nadinha) e tentei me reestruturar aos pouquinhos, deu certo. Aluguei um apê, conquistei minhas coisinhas, um emprego e bom, estava caminhando. Dois meses depois, ele aparece aqui dizendo que ainda me ama, que quer voltar e que eu sou o amor da vida dele. Eu confesso que ainda estava bastante magoada, mas, ainda amava ele e por isso, aceitei voltar. Ele realmente mudou muitas atitudes, era um novo namorado, mais compreensivo, parceiro, querido… um amor! Mas eu, ainda tentava organizar meus pensamentos e superar algumas dores e somada a minha delicadeza de um elefante, acabava descontando algumas coisas nele. Em suma, eu não me esforcei tanto para mudar meus erros tanto quanto ele. Acabou dando tudo errado no meu emprego e eu estava super infeliz (as cobranças do meu pai permaneciam, eu tinha vergonha de admitir que talvez não eu não quisesse mais ser dentista) e acordei um dia, tão, mas tão saturada, que pedi demissão. Fui contar pra ele e disse que agora sim iria buscar algo lá em São Paulo, tentar começar a nossa vida juntos e o que ouvi? “acho que agora não é o momento de fazermos isso”. Me desesperei. Tenho um problema bem sério com ansiedade, vez ou outra tenho crises e não deu outra: uma grande e bela crise. Descontei minha ansiedade e falei muitas coisas pra ele. Mas não entendia, como eu poderia ser “o amor da vida dele” e ele não querer estar perto de mim? Ele se colocou na defensiva, disse que não quer mais me ver, que as coisas que eu falei o machucaram muito e que novamente, ele não queria mais receber aquele tipo de “amor esmola”. Eu estou sofrendo bastante, eu amo ele, eu o afastei, já pedi desculpas muitas vezes. Iniciarei meu tratamento para a ansiedade na próxima semana, estou fazendo terapia e também utilizando algumas técnicas para diminuir as crises. Mas ele segue achando que as minhas promessas são “furadas” como nas nossas outras brigas, que eu sempre jurava que ia mudar, mas nunca mudava. O nosso retorno era justamente para focarmos nas coisas boas, e eu acabei estragando tudo com essas crises malucas. Enfim, estou triste, perdida, sem emprego, sem vontade de continuar na minha profissão e, perdi o amor da minha vida.

Queria muito a ajuda de vocês!

 

Minha querida ogrinha… Muita terapia para você mas uma coisa é boa: você reconhece bem seu erro e está disposta a melhorar. Se esse homem vai voltar? Não sei… esteja preparada para o não e tente viver sua vida com leveza e positividade. Sei bem como é difícil para você demonstrar amor sendo que nunca teve isso em sua família. Convivo com algumas pessoas assim e vejo a luta que é para dar um abraço, para soltar uma palavra de carinho, para demonstrar carinho. Sei que não é por mal, e é porque simplesmente não sabem, não conseguem e tem um bloqueio com isso. Tem que ter muita paciência e compreendo seu ex namorado. Quem está acostumado com demonstrações de carinho realmente sente muita falta quando isso não acontece de quem se ama. Mostrar que você está tentando mudar isso é um ótimo começo mas não faça isso POR ELE, faça por você, pelos seus próximos relacionamentos, será um aprendizado pra vida toda viu? Calma que tudo se ajeita, o primeiro passo você já deu.

 

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Pense nisso e não deixem que desapeguem de VOCÊ.

 

02 – Stephanie

“Meu problema  é não conseguir criar um vínculo de confiança nos relacionamentos. É sempre a mesma história, conheço alguém bacana (ou não), e quando começa a engrenar, eu bloqueio. Não consigo demonstrar afeto (NADA. NENHUM), gestos de carinho em público me deixam completamente desconfortável… Tenho 37 anos, moro sozinha desde os 26, sou aparentemente “autossuficiente”, já achei inadmissível que um homem pagasse a conta do jantar. Mesmo quando quero ser meiga, me perco: tipo quando fiz jantarzinho bacana, na hora de abrir o vinho o cidadão lá esperando  ser chamado para tal tarefa, já abri o vinho, servi e saí bebendo… Quase tive um ataque do coração quando um cidadão teve a ousadia de abrir minha geladeira, fiquei catatônica com a “invasão de privacidade”! Nunca assumi um relacionamento sério, nunca apresento ninguém para minha família, nem para os amigos. Não gosto de tirar fotografias (seriam provas do “relacionamento”). Não me permito me apegar, e acho que acabo passando a impressão de indiferença. Ja fiz terapia por um tempo, mas não consegui melhorar isso. Com os amigos, consegui quebrar razoavelmente a barreira.  Acredito que isso decorre de alguns fatos. Por ter tido problemas com meu pai, que era agressivo, gastava todo o dinheiro com outras mulheres, chegando ao ponto de em diversas oportunidades não termos o que comer em casa (ele acabou falecendo quando era adolescente). Fui uma criança muito carente, e não percebi que a atenção e principalmente “os carinhos” que recebia do namorado da minha irmã mais velha eram maldosos, até o que dia que ele abusou sexualmente de mim (tinha 10 anos na época). Quatro meses depois mina irmã mais nova morreu em um acidente de trânsito, me deixando muito sozinha, já que fazíamos tudo juntas.  Já fiz terapia, mas não consigo melhorar isso. Sem contar que na maioria das vezes acabo me envolvendo com pessoas que não  vejo futuro, meu psicólogo dizia que faço isso para já ter justificativa para não investir no relacionamento, já que a pessoa não era “adequada mesmo”. Para complicar, recentemente passei por um período muito difícil: depois de anos de muita dedicação  levei uma puxada feia de tapete no trabalho, com isso vários “amigos” sumiram; estava comprando meu apartamento, o que até hoje me gera problemas financeiros (antes tinha um salário super bacana); dois familiares descobriram que tem câncer; fiquei doente, também com suspeita de câncer, que felizmente não se confirmou. No meio desse caos, uma pessoa casada se aproximou, e eu que sempre fui uma pessoa absolutamente correta, acabei de envolvendo (estava sozinha há 9 meses, depois de ter levado um fora). São seis meses do melhor sexo que já conheci, atenção, carinho e um imenso sentimento de culpa.  Por outro lado, é “confortável” já que não há a possibilidade de misturar família, amigos, nem de assumir nada publicamente. Mas, a culpa, sempre a culpa, me consome…”

 

Sinto muito por tudo o que você passou e que sim, são os fatores responsáveis pelo seu comportamento de hoje. Menina, não tem muita escapatória, terapia sim, insista. Esse bloqueio em assumir um relacionamento não vai desaparecer da noite pro dia, e você precisa de alguém ajudando a desconstruir esses bloqueios internos. Será difícil, você passou por coisas fortes mas não desista! Você merece ter uma vida feliz, completa, não se contente ser segundo plano de ninguém, ser uma opção.  Não misture as coisas na sua cabeça em achar que está tudo ok porque sua vida fica mais fácil e confortável assim. Você quer sair da sua zona de conforto (caso contrário não estaria aqui pedindo conselhos) mas seu medo é tão grande que você desiste no meio do caminho. Foco, força e fé. Mais uma vez, não se contente com pouco, com metades, com frações. Queira plenitude em tudo. A vida é uma só e é pra ser vivida com carinho, amor e dedicação. Trabalhe seus medos e seus traumas, você consegue!

 

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03 – Leticia

“Oi, Cony!

Minha história é a seguinte: daqui uns meses completo 30 anos. Sou advogada concursada mas continuo estudando pra concursos, quero passar em algo melhor. A minha questão é que a chegada dos 30 tem me deixado em crise! Explico: eu sempre fui muito certinha, responsável, estudiosa, nunca fui de dar trabalho pra minha mãe. Só tive um namorado na vida, sou de poucos amigos, nunca fui muito de sair. Mas a chegada dos 30 me fez repensar tudo que eu fiz na vida até aqui. Comecei a ficar com a sensação de que passei a maior parte da minha juventude só estudando, sem aproveitar a vida. Sabe perrengues que todo jovem passa: programa de índios, festas, bebedeiras, ressacas, encontros e desencontros? Fico com a impressão de que eu não vivi essas coisas, sabe? E algumas não vivi mesmo.. nunca tomei um porre na vida, acredita?! Eu tenho muita certeza que quero estudar e passar num concurso melhor, acho que estou no caminho certo e que logo isso vai acontecer, mas os 30 realmente estão mexendo comigo.

Por mais que eu resolva aproveitar a vida a partir de agora, uns anos já foram, não voltam mais, né.. e pra algumas coisas eu me acho um pouco “velha”.. é como se aos 18 fosse aceitável fazer certas besteiras, que aos 30 já não ficam tão legais.

Acho que um pouco dessa crise pode ter a ver com os planos que eu fazia quando eu era mais nova… eu sempre fui de fazer muitos planos, imaginar as coisas e quando eu era adolescente imaginava a minha vida aos 30 muito diferente da vida que tenho hoje. Pensava que já estaria casada, com filho, bem profissionalmente.. mas a realidade é que ainda moro com meus pais, sou solteira e ainda falta pra chegar onde quero profissionalmente. Vejo colegas de escola e de faculdade casando, tendo filhos e parece que eu tô ficando pra trás, que isso não vai acontecer comigo, sabe?

Pode parecer meio confuso eu falar que acho que não aproveitei a vida mas que quero ter uma vida “caretinha”, com marido, filhos.. na verdade eu acho que tenho medo de daqui uns anos olhar pra trás e ver que não fiz nada: não aproveitei a vida, não casei, não tive filhos.. só estudei e trabalhei. Eu gosto de estudar, mas a vida não se resume a isso, né..

Sei que essa sensação de que o tempo passou, a maior parte da minha juventude também e estava estudando enquanto isso me acompanham..e eu tô em crise! Help! rs”

Menina, a vida dá tantas voltas que nem te conto. Seus amigos podem estar casando e tendo filhos mas isso não significa NADA! Isso não quer dizer que seja a coisa certa, a coisa errada, e que com você tem que ser igual. Cada um tem seu tempo, aguarde o seu! O que sim eu faria no seu lugar, seria dar um tempo nos estudos e na carreira e encarar uma viagem sozinha. Se puder, vai pra Europa, fica um mês, fique em hostel, faça amizades, saia com pessoas que nunca viu na vida, se jogue. Aqui é meio difícil fazer isso e as pessoas não tem muito essa mentalidade mas lá fora… Eu que o diga. Toda vez que tô em crise, viajo e me jogo e sempre volto tão mas TÃO realizada, tão certa do que fiz e do rumo da minha vida que não existe brecha para pensar que poderia estar melhor. Seu melhor momento sempre é o AGORA, então pare de pensar no que poderia ter sido e comece a pensar no que É! Estudar muito te cansa, você acha que poderia dar uma pausa? Então pronto, pare. E outra coisa, a gente nunca está velha para NADA. Vai estar velha pra viver? Jura? Então morre que passa (kkkkk desculpa, mas não consegui segurar). Cada um tem seu tempo e se você mirar no tempo alheio, o seu vai passar e você nem vai perceber. 

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Agora um sorria lindo pra gente! Recebi este mail da Francine e tive que mostrar pra vocês, pra gente ver que estamos fazendo um trabalho lindo, eu e vocês. Muito amô!

Cony, bom dia! Tudo bem?

Primeiramente, teu blog é o melhor, adoro pelo simples motivo de ver em você um pouco de cada uma de nós, todo post é um presente que recebemos, depois de te conhecer sou outra.
 
Estou aqui para contar que sempre desde os primórdios do CQTE, leio assiduamente sem perder nenhum episódio. Aconteceu um fato muito triste com um amiga que me ligou desesperada contando todo o ocorrido sobre o término de um relacionamento de mais 13 anos, naquela hora vi vários casos que acompanhamos no CQTE, procurei da melhor forma ajudá-la naquele momento com conselhos, com o passar do tempo vi que ela estava mais segura falei, amiga leia os CQTE vai te ajudar muito, e foi o que ela fez leu os posts se identificou neles e seguiu com mais segurança, estando certa de suas decisões e racional para o que fosse melhor para ELA acima de tudo.
 
Então te agradeço por transformar nossas vidas, tanto do lado de quem está no meio do “olho do furacão” quanto quem está de fora mostrando que também podemos ajudar em qualquer situação.
Você nos transforma para o mundo.
 
Beijos e gratidão!

 

Vamo se abraçá???? 

 

  • Emails para o Chora continuam SUSPENSOS! Guenta aí gente…