Comportamento
Cotidiano
02 out 2011, 63 comentários

Balzaca Who?

Recebi um mail de uma querida leitora, a Patrícia, que contou que quando leu o seguinte texto lembrou das amigas balzacas e de mim também (fofa fofa fofa).

E eu concordei com cada vírgula desse texto. E fiquei tão mais leve…

A BALZACA DE HOJE NÃO TEM TRINTA ANOS

Honoré de Balzac escreveu “A Mulher de Trinta Anos” em 1831, na França, e o livro não é uma defesa das liberdades individuais femininas. Bem ao contrário: talvez seja um libelo acusatório das mazelas oriundas desses avanços.
Não é disso que trata o texto. Chama-se balzaquiana a mulher que faz trinta anos e, por conta dessa delimitação etária exata (e, hoje, idiota), fica a eterna referência literária. Paciência. Sigamos.

Até a década de quarenta do século vinte, o conceito fazia algum sentido. De lá pra cá, sobretudo atualmente, tudo perdeu a noção. Nem se pode falar, por exemplo, em “mulher de trinta”, mas sim numa “menina” – por mais que seja independente.

Hoje, aos 30…

Antigamente, a “mulher de 30” tinha filhos e já quase netos. Suas perspectivas de felicidade, havia muito, eram coisa do passado. Elas se casavam aos 15, 16 anos. Aos 20, já tinham mais de dois filhos. Aos 30, portanto, não tinham mais nada a esperar da vida.

De novo, peço que esqueçam Balzac. O valor semântico dado ao termo não é aquele do livro – correta ou incorretamente interpretado.

Hoje, exceto em caso de acidentes de percurso, moças de 30 não têm filhos e nem estão casadas, quando muito apenas namoram ou, no máximo, moram juntas com algum rapazola. É outra história, outro mundo, outro contexto. Não dá pra fazer qualquer comparação.

Fisicamente, são mulheres mais jovens, sim, pois restam a essas moças infinitas perspectivas. A vida lhes deixa milhares de portas abertas, infindáveis caminhos a percorrer e não mais a enfadonha e infalível expectativa tacanha prescrita antes de nascerem.

Os tradicionalistas definem essa “moderninade” como o início do fim dos tempos. Eu saúdo a emancipação feminina como uma das maiores maravilhas que temos hoje.

E a “balzaca” de hoje?

Ao longo do tempo, passamos a denominar “balzaquiana” a mulher “mais velha”, mas que ainda “conservava alguma beleza”. Resumindo: a “coroa enxuta”. Cada era tem sua balzaca.

Nos dias de hoje, com os avanços da indústria cosmética e, também, a ruptura de preconceitos etários, é lícito considerar “balzaquianas” as mulheres que tenham entre 50 e 60 anos, obviamente, dependendo aí do “grau de conservação”.
Algumas, já com 40, escapam de qualquer rótulo – por mais que sejamos bonzinhos. Outras, mesmo depois dos 60, ainda garantem alguma menção honrosa. Tudo nesse mundo é relativo, ou quase tudo.

Só sei que, aos 30 anos, uma mulher é ainda uma menina. Novíssima. Pirralha. Menininha de tudo. E seria delicioso acompanhar o choque de Honoré de Balzac se visse o quanto a “mulher de trinta”, hoje, avançou em suas peripécias independentes.”

Fonte: http://www.interney.net/blogs/gravataimerengue/

  • Quem aí se identificou? Eu sim. MUITO!